in Jornal de Notícias
A Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia pede aos estados-membros que empreendam "acções mais rigorosas" contra a discriminação da comunidade cigana residente na Europa, lembrando o Dia Internacional dos Ciganos, oficializado em 1971 e que se celebra hoje.
A directora da Agência dos Direitos Fundamentais (FRA), Beate Winkler, apelou, às autoridades europeias nacionais e regionais para que apliquem medidas concretas contra a discriminação da comunidade cigana na educação, no acesso ao trabalho e ao sistema de saúde, entre outros serviços sociais.
"Nada é mais injusto do que um tratamento desigual", afirmou, acrescentando que "para acabar com a discriminação contra as pessoas de etnia cigana, profundamente enraizada na Europa, precisamos de mais do que um tratamento justo".
De acordo com Winkler, para alcançar a equidade na prática, os governos europeus devem desenvolver "acções positivas" no combate ao racismo e à exclusão social, permitidas pela lei de anti-discriminação da UE.
"Os empregadores podem, por exemplo, lançar campanhas destinadas a recrutar trabalhadores nesta comunidade ou oferecer- lhes formação profissional", disse a responsável da FRA. "Mais medidas são precisas para conseguir que estes possam competir em termos equitativos com outros aspirantes a emprego".
A comunidade cigana é, entre todos os grupos étnicos dos 27 estados-membros, a minoria étnica "mais vulnerável à discriminação", afirmou.
De acordo com a Agência, a comunidade cigana encontra-se sujeita a violência motivada pelo racismo e a uma discriminação sistemática e persistente na Educação e nos serviços públicos de Saúde, uma vez que são vistos pela maioria da população europeia como "vizinhos indesejados".