15.1.09

Autarcas do Norte reúnem-se para exigir gestão autónoma

Carla Soares, in Jornal de Notícias

A gestão autónoma do aeroporto Francisco Sá Carneiro será defendida, amanhã, pelos autarcas do Norte numa reunião extraordinária do Conselho da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, de que fazem parte 86 municípios e 103 membros, também representantes de universidades, associações patronais e sindicais, e ligadas ao ambiente.

O objectivo é discutir e remeter uma posição ao primeiro-ministro, José Sócrates, numa altura em que o presidente do Conselho Regional do Norte, Francisco Araújo, já defendeu aquele modelo de gestão própria para o aeroporto, tal como Carlos Lage, em declarações recentes ao JN.

A reunião daquela estrutura consultiva foi marcada em Novembro, num encontro que juntou, em Guimarães, o presidente da Junta Metropolitana do Porto (JMP), Rui Rio, e os principais autarcas da região, com Aveiro a solidarizar-se. Participaram oito autarcas: Porto, Guimarães, Famalicão, Vila Real, Barcelos, Bragança, Viana e Arcos de Valdevez, cujo presidente é Francisco Araújo. Enquanto líder do Conselho Regional, adiantou qual a solução que defende. "A minha posição é claramente de apoio à posição defendida pela JMP", ou seja, "de que a gestão do aeroporto Francisco Sá Carneiro deve contribuir como factor de desenvolvimento da região e ficar com uma gestão autónoma", explicou, no almoço de Guimarães. De outro modo, "não será bom para o Norte, nem para o país", alertou.

Ali, ficou decidido marcar a reunião extraordinária do Conselho Regional de forma a remeter ao primeiro-ministro uma posição concertada, contra a inclusão do aeroporto nortenho numa lógica de privatização da ANA e do novo aeroporto de Lisboa. Uma das competências da estrutura, cujo vice-presidente é o socialista Joaquim Barreto, de Cabeceiras de Basto, é dar parecer sobre projectos de interesse para a região.

Carlos Lage, presidente da CCDRN, já adiantou, na semana passada, a sua posição ao JN. O Sá Carneiro, defendeu, "não deve ser submetido a uma lógica comercial ou de exploração que o subordine a outros aeroportos". Por isso, "a questão fundamental é manter a autonomia do aeroporto Francisco Sá Carneiro e até reforçá-la". Este equipamento, garantiu Carlos Lage, "tem todas as condições para um desenvolvimento autónomo".