in Jornal Público
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), o padre Lino Maia, alertou ontem toda a rede social para os "apetites de protagonismo" e para os "vírus perniciosos" que possam infectá-la. "Convém não deixarmos que este nosso sector, que é exemplar na transparência e solidariedade, seja infestado por vírus perniciosos", declarou Lino Maia, na sessão de abertura da primeira reunião de trabalho da CNIS em 2011, que decorreu em Lagoa, Algarve.
"O nosso sector é reconhecido e apreciado. A nível nacional, as instituições congéneres são responsáveis por cerca de 250 mil empregos. Empregamos mais gente do que o próprio sector dos transportes. Começamos já a ser um pouco invejados e pode haver apetites um pouco perniciosos", advertiu ainda Lino Maia.
Recordando os discursos dos candidatos à Presidência da República, o presidente da CNIS disse que não basta trazer às campanhas eleitorias o tema do "Estado social" e da "solidariedade", sendo também preciso fazer. "Prefiro ver as pessoas envolvidas nas soluções. Não prometemos, fazemos. Nós acreditamos, nós queremos, nós fazemos e quem quer ultrapassa dificuldades vence barreiras", declarou.
Para que a rede de instituições de carácter social continue a "fazer" e a "crescer", Lino Maia pediu mais autonomia. "Temos de reinvindicar mais autonomia. Não nos podemos limitar àquilo que a Segurança Social nos quer impor, nós queremos fazer mais coisas para responder cada vez melhor às solicitações", sublinhou.
Uma das várias características do sector da economia solidária é a de empregar muita gente, sobretudo mulheres com mais de 40 anos e que o resto do mercado não quer, disse ainda o responsável.
O encontro de ontem destinou-se a discutir temas relacionados com a "Rede Social", "Código Contributivo e a sua aplicação no âmbito das instituições de solidariedade social". Lusa