13.1.09

Cavaco pede resposta comum à crise

Susete Francisco, in Diário de Notícias

Belém. Presidente apela a sinais de confiança

Belém quer regulação mais eficaz e mais meios para a supervisão


Cavaco Silva defendeu ontem que a procura de "soluções isoladas" seria o maior erro na resposta à actual crise económica. Nesse sentido, o Presidente da República (PR) sublinhou a necessidade de revisão da "arquitectura financeira internacional", com uma regulação mais eficaz e uma supervisão dotada de mais meios.

"No presente contexto, os nossos cidadãos precisam de sinais de confiança", afirmou o chefe do Estado, falando numa cerimónia de de cumprimentos de Ano Novo do corpo diplomático estrangeiro em Portugal.

As actuais dificuldades económicas foram o pretexto para Cavaco Silva deixar expresso o desejo de um consenso em torno do Tratado de Lisboa. "Se há algo que a presente crise internacional demonstrou foi a vantagem da integração europeia e a importância do mundo poder contar com a sua voz, o peso colectivo e a liderança da Europa num momento difícil", destacou o PR, acrescentando que a UE pode e deve reforçar a sua influência na condução da agenda global". No discurso perante os embaixadores estrangeiros acreditados em Portugal , a defendeu um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza.

Eleições na "data prevista"

Ontem, e no rescaldo da mensagem emitida domingo pela Presidência da República, lembrando o calendário legal para a realização das eleições europeias, legislativas e autárquicas - recorde-se que José Sócrates não excluiu a hipótese de legislativas em Junho - o socialista Vera Jardim recusou que o Governo possa precipitar a agenda eleitoral. No programa Falar Claro, da Rádio Renascença, o ex-ministro lembrou que para não cumprir o mandato o Executivo teria que optar pela demissão, o que implicaria um governo de gestão. "Algo que não é desejável" até face à actual crise económica, sustentou, antecipando que "tudo se passará nas datas previstas sem nenhum sobressalto institucional".

Cavaco com vantagem

Ao contrário do que o DN ontem disse, o PR tem vantagem sobre Sócrates na marcação das eleições. Cavaco marca as legislativas com antecedência máxima de 60 dias e Sócrates as autárquicas com 80 dias. O Governo marca primeiro. Com J.P.H. e Lusa