in Região de Leiria
As Juntas de Freguesia do concelho de Alcobaça estão a fazer o levantamento dos casos locais de pobreza, com vista a um eventual apoio por parte do município, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara, Gonçalves Sapinho.
“Fala-se tanto em dificuldades, mal-estar, em problemas de desemprego, que solicitei aos presidentes das Juntas de Freguesia para fazerem o levantamento dos casos de pobreza”, explicou Gonçalves Sapinho.
O autarca admitiu que “possam existir algumas situações em que tenham de ser tomadas medidas”, mas rejeitou, “para já", alguma acção especial por parte do município.
“Iremos analisar, caso a caso, o apoio a dar através dos serviços de Acção Social”, disse o presidente da Câmara Municipal, sublinhando que este pedido aos 18 presidentes das Juntas de Freguesia “é mais por uma questão de prevenção”.
Gonçalves Sapinho disse acreditar que a pobreza “é uma situação controlada” no concelho, mas esclareceu que a iniciativa surge num momento em que “os serviços de Acção Social do município são mais procurados para pedidos de apoio”.
O presidente da Câmara Municipal de Alcobaça lembrou, por outro lado, que “o encerramento de empresas de cerâmica no concelho originou mais desemprego”, situação pode desencadear um “maior número de famílias carenciadas”.
A situação da indústria cerâmica levou o autarca a escrever ao ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, a “chamar a atenção” para o sector, que atravessa “dificuldades desde o ano 2001”.
No documento, Gonçalves Sapinho refere que no concelho de Alcobaça o sector cerâmico, na vertente de faiança, cerâmica decorativa e utilitária, “emprega ainda mais de 1.500 trabalhadores” e “representa anualmente cerca de 50 milhões de euros de volume de negócios”.
Gonçalves Sapinho lembra que “outros sectores de actividade têm sido contemplados” com apoios, mas “o sector cerâmico tem sido, sempre, esquecido”.
“Não sendo o município uma entidade representativa do sector, ainda assim, estamos preocupados com a situação e consideramos ser agora o tempo de agir, na salvaguarda dos postos de trabalho e da viabilidade das empresas”, lê-se na carta endereçada ao ministro Manuel Pinho.


