12.1.15

2014. Menos falências e mais criação de empresas

Por Margarida Bon de Sousa, in iOnline

Relativamente a 2007, houve menos 20,6% de empresas insolventes enquanto que, por cada uma que encerrou, nasceram 2,5 novas entidades

O ano passado registou o número mais baixo de encerramento de empresas, menos 20,6% quando comparado com 2007. ficou marcado como ano ficou marcado A dinâmica do tecido empresarial português recuperou, segundo números do final de 2014, para valores semelhantes aos que registava antes do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), após um período de convulsão especialmente acentuado em 2011 e 2012. Os dados são da Informa D&B, que cruzou informação sobre constituições, encerramentos e insolvências das empresas com a análise do seu desempenho nos últimos anos. Este ano, por cada empresa que encerrou nasceram 2,5 novas entidades, o rácio mais elevado desde 2007. Em simultâneo, no mesmo período, o número de criação de novas empresas também atingiu os 35 mil, o valor mais alto relativamente ao mesmo ano de referência.

A dinâmica empresarial portuguesa passou por alterações, durante os dois primeiros anos do PAEF, verificando-se uma subida de encerramentos e com as insolvências a atingirem os valores mais altos desde 2007. No entanto, 2014 já apresentou valores positivos nos nascimentos, encerramentos e insolvência de empresas, acompanhando a tendência de inversão iniciada em 2013.

Em 2014 registaram-se 35 568 constituições de novas empresas, um número muito semelhante ao verificado em 2013, e 13 952 encerramentos, o que representou um decréscimo de 13,2% face a 2013. As insolvências registaram uma descida significativa de 20,6%, passando de 5545 para 4401.

Nos dois primeiros anos do PAEF (2012 e 2011), os encerramentos e as insolvências subiram 17% e 32%, respectivamente. Depois do ano de 2012 atingir o valor mais elevado de encerramentos (19.080), 2013 iniciou a inversão da tendência, voltando a valores pouco acima dos 16 mil em 2013 e próximos dos 14 mil em 2014.

Segundo Teresa Cardoso de Menezes, directora geral da Informa D&B, ‘em conjunto com os números de encerramentos e insolvências, esta recuperação do número de nascimentos para valores semelhantes aos registados antes do início do Programa de Assistência Económica e Financeira é um sinal positivo e poderá indiciar alguma adaptação e renovação do tecido empresarial nacional.’

O sector de Alojamento e Restauração contribuiu de forma significativa para a melhoria da situação, um vez que no final de 2014 foi terceiro sector com mais empresas criadas, a seguir aos Serviços e ao Retalho, e tendo conquistado ao sector da construção o terceiro lugar desde 2011.

Ainda nas constituições de empresas, há também uma alteração de âmbito regional, uma vez que a partir de 2009 o Norte passou a liderar este indicador, destronando o primeiro lugar até aí ocupado pela região de Lisboa.

O encerramento de empresas manteve a queda já verificada em 2013, registando em 2014 o valor de 13 952, o mais baixo desde 2007. Mas foi nas insolvências que os valores registaram uma inversão mais notória. Nos dois primeiros anos do PAEF (2011 e 2012), as falências mantiveram a subida que se registava desde 2007, atingindo o valor mais elevado em 2012, com 5 924 processos iniciados. Em 2013 houve pela primeira vez uma inversão desde 2007, sendo que a descida foi ainda mais acentuada no ano passado (-20,6%). Os sectores com maior número de insolvências também mudaram: em 2007, as Indústrias Transformadoras concentraram 32% das insolvências, seguidas da Construção (19%). A partir de 2012, o sector da Construção (22%) passou a liderar esta lista, seguido das Indústrias transformadoras (20%) e do Retalho (17%).

O Barómetro Informa considera apenas os processos de insolvência de pessoas colectivas, não incluindo os processos de insolvência relativos aos empresários em nome individual, profissionais liberais e particulares.

Os últimos dados apontam para uma evolução positiva face aos anteriores relativamente ao volume e negócios, independentemente da dimensão e dos sectores de actividade das empresas, contrariamente ao que aconteceu no primeiro biénio.

O maior crescimento em termos de volume de negócios verificou-se no sector da Agricultura, Pecuária, Pesca e Caça (4,3%), seguindo-se as Indústrias Transformadoras (1,2%). Este sector que representa mais de um quarto (27%) do total do volume de negócios de todo o tecido empresarial.

Em contrapartida, a Construção foi o que mais desceu (-9,5%), embora seja nesta actividade onde existam maior número de empresas (4º sector em número de empresas).

PME com maior subida nas exportações

As exportações também revelaram sinais positivos na análise da Informa D&B sobre o desempenho das empresas, que tiveram de procurar alternativas à fragilidade do mercado interno. Entre 2013/2012 e 2012/2011, existiu uma melhoria generalizada no crescimento das exportações em todas as dimensões de empresas. Neste período, foram as PME quem mais se destacou neste indicador, apresentando uma melhoria de 10,4 pontos percentuais.