13.1.15

Exposição "O Tempo e o Modo" reflete sobre a pobreza na sociedade portuguesa

in RTP

A exposição "O Tempo e o Modo", que é inagurada na sexta-feira no Pavilhão 31 do Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, vai apresentar, em texto e imagens, uma reflexão artística sobre o empobrecimento da sociedade portuguesa.

A exposição resulta de um projeto produzido pela Plano Geométrico Associação Cultural, criado pelos curadores Emília Tavares e Paulo Mendes, contando com trabalhos dos artistas Gustavo Sumpta, Hugo Canoilas, João Tabarra, Margarida Correia, Nuno Ramalho, Pedro Barateiro, Renato Ferrão e Maria Trabulo.

Num texto sobre esta exposição, os curadores defendem que "o pensamento cultural e artístico deve contribuir para uma reflexão e observação do estado da pobreza, analisando a sua evolução histórica, de forma a permitir um entendimento esclarecido e crítico [do fenómeno], que seja útil à sociedade e aos cidadãos".

Os curadores recordam ainda que "indicadores económicos recentes revelam que, em Portugal, pela primeira vez desde a década de 90 do século XX, o nível de pobreza aumentou".

Segundo dados recentes avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de pobreza é de 18,7% -- afeta mais de dois milhões de pessoas - e um quarto da população (24,7%) está em risco de pobreza, acrescentam os curadores no texto sobre o projeto, que conta ainda com investigação de Frederico Agóas, José Neves e Rita Sá Marques.

"Olhando para estes segmentos da população, há conclusões inultrapassáveis que ressaltam destes números: os menores de 18 anos, as famílias com filhos a seu cargo e os desempregados são os mais afetados. São grupos sociais frágeis que estão mais expostos, e sobre os quais a iminência das ondas de choque sociais são mais violentas", sublinham.

Emília Tavares, conservadora e curadora das áreas da fotografia e novos media do Museu Nacional de Arte Contemporânea -- Museu do Chiado, em Lisboa, e o curador e artista plástico Paulo Mendes consideram que o panorama da pobreza "quer estar fundamentado nas grandes áreas de estudo e pensamento sobre a pobreza, mas quer também que seja de leitura acessível e clara a todos os cidadãos".

Defendem que deve ser "matéria de reflexão pública, assim como um espaço que abra perspetivas de ação e combate à pobreza, numa proposta clara de pensamento como intervenção".

O projeto - que tem o apoio da Secretaria de Estado da Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian - conta ainda com contribuições de artistas como Augusto Brázio, Nelson D´Aires, Paulo Pimenta, Pedro Ventura e Valter Vinagre.

TAGS:Brázio Nelson D´Aires Pimenta Ventura, Frederico Agóas Neves, Gustavo Sumpta Canoilas Tabarra Correia Ramalho,

Exposição "O Tempo e o Modo" reflete sobre a pobreza na sociedade portuguesa

Lusa 12 Jan, 2015, 18:15
A exposição "O Tempo e o Modo", que é inagurada na sexta-feira no Pavilhão 31 do Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, vai apresentar, em texto e imagens, uma reflexão artística sobre o empobrecimento da sociedade portuguesa.

A exposição resulta de um projeto produzido pela Plano Geométrico Associação Cultural, criado pelos curadores Emília Tavares e Paulo Mendes, contando com trabalhos dos artistas Gustavo Sumpta, Hugo Canoilas, João Tabarra, Margarida Correia, Nuno Ramalho, Pedro Barateiro, Renato Ferrão e Maria Trabulo.

Num texto sobre esta exposição, os curadores defendem que "o pensamento cultural e artístico deve contribuir para uma reflexão e observação do estado da pobreza, analisando a sua evolução histórica, de forma a permitir um entendimento esclarecido e crítico [do fenómeno], que seja útil à sociedade e aos cidadãos".

Os curadores recordam ainda que "indicadores económicos recentes revelam que, em Portugal, pela primeira vez desde a década de 90 do século XX, o nível de pobreza aumentou".

Segundo dados recentes avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de pobreza é de 18,7% -- afeta mais de dois milhões de pessoas - e um quarto da população (24,7%) está em risco de pobreza, acrescentam os curadores no texto sobre o projeto, que conta ainda com investigação de Frederico Agóas, José Neves e Rita Sá Marques.

"Olhando para estes segmentos da população, há conclusões inultrapassáveis que ressaltam destes números: os menores de 18 anos, as famílias com filhos a seu cargo e os desempregados são os mais afetados. São grupos sociais frágeis que estão mais expostos, e sobre os quais a iminência das ondas de choque sociais são mais violentas", sublinham.

Emília Tavares, conservadora e curadora das áreas da fotografia e novos media do Museu Nacional de Arte Contemporânea -- Museu do Chiado, em Lisboa, e o curador e artista plástico Paulo Mendes consideram que o panorama da pobreza "quer estar fundamentado nas grandes áreas de estudo e pensamento sobre a pobreza, mas quer também que seja de leitura acessível e clara a todos os cidadãos".

Defendem que deve ser "matéria de reflexão pública, assim como um espaço que abra perspetivas de ação e combate à pobreza, numa proposta clara de pensamento como intervenção".

O projeto - que tem o apoio da Secretaria de Estado da Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian - conta ainda com contribuições de artistas como Augusto Brázio, Nelson D´Aires, Paulo Pimenta, Pedro Ventura e Valter Vinagre.