7.2.17

Precisam-se de voluntários para o Banco Alimentar de Braga

Teresa M. Costa, in Correio do Minho

São muitos os voluntários que se disponibilizam para apoiar o Banco Alimentar Contra a Fome de Braga em dias de campanha, mas a instituição trabalha todo o ano para levar ajuda alimentar a quem precisa e precisa de voluntários no dia-a-dia.
O apelo é lançado pela coordenadora do Banco Alimentar de Braga, Isabel Varanda, que assume a necessidade de voluntários para o trabalho no armazém, de segunda a sexta-feira, e para a recolha de frutas e legumes no Mercado Abastecedor de Braga.

A recolha de excedentes no MARB é às quartas-feiras das 18.30 às 21 horas, havendo necessidade de voluntários neste horário específico.
No armazém, o trabalho faz-se entre as 9.30 e as 12.30 horas e das 14.30 às 16.30 horas, mas “não precisa de ser o tempo todo, só o que a pessoa puder disponibilizar” ressalva a coordenadora do Banco Alimentar de Braga.

No armazém, o trabalho diário consiste em fazer os cabazes para entregar às instituições, arrumar as paletes, distribuir a fruta e manobrar a mercadoria de um lugar para outro do armazém, descreve Isabel Varanda.
A recolha de papel, no âmbito da campanha papel por alimentos, é outra tarefa dos voluntários no armazém.

As terças e quintas-feiras são os dias em que mais faltam voluntários, porque às segundas, quartas e sexta, há cerca de uma dezena de pessoas a trabalhar, com assiduidade, no armazém, sobretudo no período da manhã.
Nos outros dias, os voluntários descem para cerca de metade e as tardes também são mais difíceis. “Nem sempre conseguimos garantir a abertura do armazém durante a tarde” admite a coordenadora do Banco Alimentar de Braga.

Maria Gardine, de 64 anos de idade e residente em Braga, é uma das voluntárias que, há oito anos, dá o seu tempo em prol do Banco Alimentar de Braga.
“Tenho tempo livre”. É assim que Maria Gardine explica a sua motivação para o voluntariado, justificando que “é isso que as pessoas têm que perceber: basta disponibilizar um pouco do seu tempo e

rentabilizá-lo em prol dos outros”, independentemente da área, que pode pode ser o Banco Alimentar ou outro tipo de voluntariado.

Maria Gardine já fazia voluntariado no Banco Alimentar em Lisboa e quando se mudou para Braga deu-lhe continuidade. O seu trabalho é organizar os cabazes. “Às vezes pegamos num pouco de peso”, mas nada demais, aponta.
Só no distrito de Braga, o Banco Alimentar Contra a Fome apoia cerca de 70 mil pessoas, através das instituições que são cerca de 400.

Aos 83 anos, D. Anita é uma das voluntárias assíduas no armazém
Uma das voluntárias assíduas a apoiar o Banco Alimentar Contra Fome de Braga é Ana da Conceição, D. Anita como é tratada, tem 83 anos de idade, mas os anos não a impedem de ajudar três vezes por semana, há já cinco anos.
É no armazém do Banco Alimentar, localizado em Gondizalves, que D. Anita ocupa as duas manhãs às segundas, quartas e sextas-feiras.

Pelas mãos desta voluntária passam os cabazes para as centenas de instituições apoiadas pelo Banco Alimentar. D. Anita recebe as quantidades e organiza os cabazes. Esta é uma das missões de quem trabalha no armazém, no dia-a-dia.
Questionada sobre a sua motivação, D. Anita responde, com a simplicidade que a caracteriza: “gosto de ajudar” e justifica: “a minha vida foi sempre muito agitada e estar sentada a ver televisão com uma mantinha nos joelhos não é comigo”.

O trabalho de voluntariado no armazém ajuda-a a distrair-se “e nem preciso de internet para saber as novidades” que fica a conhecer nas viagens de autocarro entre a Quinta da Capela, onde mora, e as instalações do Banco Alimentar, em Gondizalves. A localização é, aliás, o único senão apontado por D. Anita que tem de apanhar dois autocarros para ajudar os outros.
Esta voluntária admite que nunca se quis inscrever no Banco Local de Voluntariado, preferindo escolher o local onde quer dar o seu tempo, mas gostava de apoiar também as pessoas no hospital, confessa.