21.7.23

Na UE ainda há 14 países com salários mínimos brutos abaixo de mil euros

Pedro Crisóstomo, in Público

Retribuição mínima em Portugal está próxima dos valores de Chipre, Grécia, Lituânia e Malta. Para comparações na União Europeia, o salário mínimo português são 887 euros brutos mensais.

Os salários mínimos na União Europeia (UE) variam entre os 399 euros e os 2508 euros brutos por mês. A Bulgária está no fundo da tabela, o Luxemburgo no topo.


Há três grandes grupos de países e, nesta divisão tripartida em função do patamar salarial, Portugal permanece no último lote, com uma retribuição de 887 euros. É um dos 14 países da União onde as retribuições mínimas ainda estão abaixo dos mil euros brutos mensais, mostra uma análise semestral divulgada nesta sexta-feira pelo Eurostat.


Embora o salário mínimo português seja de 760 euros brutos mensais, as comparações entre países da UE têm em conta a soma anual dos vencimentos e, como a retribuição nacional é entregue a 14 meses por causa dos subsídios de férias e Natal, o valor mensal bruto português para efeitos estatísticos corresponde a 886,67 euros.

O Luxemburgo, a Alemanha, os Países Baixos, a Bélgica, a Irlanda e a França aparecem no pelotão dos Estados-membros com os salários mínimos mais altos, acima dos 1500 euros mensais. No Grão-Ducado o limiar são 2508 euros brutos; na maior economia da zona euro, a alemã, 1997 euros; em terceiro lugar aparece a quinta economia, a holandesa, com uma retribuição mínima de 1995 euros; na Bélgica, o valor mais baixo são 1955 euros; na Irlanda, 1910 euros; em sexto surge a segunda maior economia da moeda única, a francesa, com um mínimo de 1747 euros.

No segundo nível, com um vencimento mínimo acima de mil euros, mas abaixo de 1500 há apenas dois países, a Espanha (com um limiar de 1260 euros) e a Eslovénia (1203 euros).




Os salários mínimos na União Europeia (UE) variam entre os 399 euros e os 2508 euros brutos por mês. A Bulgária está no fundo da tabela, o Luxemburgo no topo.


Há três grandes grupos de países e, nesta divisão tripartida em função do patamar salarial, Portugal permanece no último lote, com uma retribuição de 887 euros. É um dos 14 países da União onde as retribuições mínimas ainda estão abaixo dos mil euros brutos mensais, mostra uma análise semestral divulgada nesta sexta-feira pelo Eurostat.


Embora o salário mínimo português seja de 760 euros brutos mensais, as comparações entre países da UE têm em conta a soma anual dos vencimentos e, como a retribuição nacional é entregue a 14 meses por causa dos subsídios de férias e Natal, o valor mensal bruto português para efeitos estatísticos corresponde a 886,67 euros.

O Luxemburgo, a Alemanha, os Países Baixos, a Bélgica, a Irlanda e a França aparecem no pelotão dos Estados-membros com os salários mínimos mais altos, acima dos 1500 euros mensais. No Grão-Ducado o limiar são 2508 euros brutos; na maior economia da zona euro, a alemã, 1997 euros; em terceiro lugar aparece a quinta economia, a holandesa, com uma retribuição mínima de 1995 euros; na Bélgica, o valor mais baixo são 1955 euros; na Irlanda, 1910 euros; em sexto surge a segunda maior economia da moeda única, a francesa, com um mínimo de 1747 euros.

No segundo nível, com um vencimento mínimo acima de mil euros, mas abaixo de 1500 há apenas dois países, a Espanha (com um limiar de 1260 euros) e a Eslovénia (1203 euros).


Ao último grupo, com valores abaixo dos mil euros, pertencem 14 países, por esta ordem: Chipre (vencimento mínimo de 940 euros), Grécia (910 euros), Portugal (887 euros), Lituânia (840 euros), Malta (835 euros), Polónia (811 euros), República Checa (729 euros), Estónia (725 euros), Eslováquia (700 euros), Croácia (700 euros), Hungria (624 euros), Letónia (620 euros), Roménia (604 euros) e Bulgária (533 euros).
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Os valores apresentados pelo Eurostat correspondem a salários brutos, antes do IRS nacional e das contribuições para a Segurança Social a pagar pelos trabalhadores, deduções que, recorda o serviço estatístico, “variam de país para país”.

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Nesta síntese estatística, o Eurostat refere que “todos os países candidatos e potenciais candidatos com um salário mínimo nacional, para os quais existem dados disponíveis, pertenceriam ao grupo três”, ao núcleo com valores abaixo dos mil euros: Montenegro (o equivalente a 533 euros), Turquia (474 euros), Macedónia do Norte (359 euros, de acordo com a estatística mais recente, de 2021), Albânia (376 euros), Sérvia (461 euros). Em relação à Ucrânia e à Moldova, o Eurostat refere que não há dados disponíveis. Já a Bósnia-Herzegovina e o Kosovo não têm retribuições mínimas.


Além de apresentar os dados brutos, o Eurostat faz uma segunda comparação dos salários mínimos aplicando as paridades de poder de compra à despesa de consumo final das famílias para ter em conta as disparidades de preços relativos entre as várias economias. Calcula um indicador de Paridades de Poder de Compra (PPC), criando uma unidade monetária artificial (uma referência comum) para poder escalonar os salários em função dessas diferenças. E, “como seria de esperar”, o ajustamento “reduz a variação entre os países”, havendo não três, mas apenas dois grandes grupos.

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Portugal está na segunda vaga de países, com um salário mínimo nacional inferior a este referencial, com 986 PPC. É o país com o valor mais alto neste núcleo de parceiros europeus. Abaixo ficam a Croácia, Malta, a República Checa, a Hungria, a Estónia, a Eslováquia, a Letónia e a Bulgária. O valor mais baixo, o que se verifica na economia búlgara, são 679 PPC.

Os salários mínimos nacionais são publicados pelo Eurostat semestralmente, reflectindo a situação a 1 de Janeiro e a 1 de Julho de cada ano. “Quando o salário mínimo é pago relativamente a mais de 12 meses por ano (como na Grécia, Espanha e Portugal, onde é pago durante 14 meses por ano), os dados foram ajustados para ter em conta esses pagamentos”, explica o Eurostat.