3.4.07

Crescimento da produtividade portuguesa foi o mais baixo entre os 30 países da OCDE

in Jornal Público

Entre 2000 e 2005, a produtividade dos trabalhadores cresceu em Portugal ao ritmo mais baixo dos 30 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. Uma das explicações pode estar no facto de o país ser também o terceiro que mais investiu em habitação entre 2003 e 2005, sacrificando as apostas em maquinaria, equipamento e formação. Estes dois dados fazem parte do Factbooks 2007, uma publicação da OCDE que compila os indicadores económicos e sociais dos 30 estados--membros.

A produtividade portuguesa, medida como o produto por hora trabalhada, quase estagnou durante esse período de cinco anos, enquanto a média da OCDE aumentou perto de dois por cento ao ano.

A Leste tudo melhor

Os países do Leste europeu que recentemente aderiram à União Europeia foram os que registaram taxas de crescimento mais altas da produtividade, com valores próximos de cinco por cento ao ano. A Espanha aparece apenas três posições à frente de Portugal e Alemanha e França surgem em 13º e 14º lugar, respectivamente, ainda abaixo da média da OCDE.

Outros dados disponíveis no relatório ontem publicado dizem respeito ao nível de tributação imposto na economia. A carga fiscal suportada pelos portugueses aumentou entre 1991 e 2004, mas continuou, nesse período, a manter-se abaixo da média dos países da UE e da OCDE. Entre 1991 e 2004, o peso dos impostos na economia portuguesa subiu 5,7 pontos percentuais, representando no último ano 34,5 por cento do PIB. Na UE a quinze, a tendência foi de subida, mas mais ligeira, passando a carga fiscal de 38,5 por cento em 1991 para 39,7 por cento em 2004.

O Factbook da OCDE mostra ainda que, em 2005, os trabalhadores portugueses entregavam ao Estado, sob a forma de impostos sobre o rendimento e contribuições para a segurança social, cerca de 36 por cento do seu rendimento do trabalho. PÚBLICO/Lusa