10.1.09

Sócrates reconhece crise "sem precedentes históricos recentes"

in Jornal Público

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou ontem, em Santa Maria da Feira, que face à crise "sem precedentes históricos recentes" que se vive no mundo é preciso "vencer todas as ortodoxias".

"É uma situação nova que exige respostas novas", afirmou José Sócrates, que falava no Europarque numa cerimónia de assinatura de protocolos para a criação de um novo regime de seguro de crédito às exportações.

Rejeitando as acusações de "alguma demagogia", o primeiro-ministro sublinhou que "tudo aquilo que o Estado fez e faz para estabilizar o mercado financeiro não foi feito a pensar num banqueiro ou accionista mas sim nas empresas, na economia, nos consumidores e trabalhadores, para que tenham emprego". "Não quero pensar no que seria a situação se não tivéssemos tomado as medidas que tomámos", frisou.
José Sócrates referiu-se aos que "dizem que as linhas de crédito não cobriam tudo, não garantiam o acesso ao crédito por parte de todas as empresas". "Podem não ter resolvido a todas, mas fizeram-no a muitas cuja situação elas ajudaram a resolver", acrescentou.

Os protocolos assinados ontem vão permitir que as empresas portuguesas tenham brevemente à disposição quatro mil milhões de euros com o novo regime de seguros de crédito à exportação.

O novo regime foi anunciado no Conselho de Ministros de 13 de Dezembro, que aprovou o conjunto de iniciativas para o investimento e o emprego com o objectivo de ajudar a economia a enfrentar a actual situação de crise.

Os 4 mil milhões de euros repartem-se em duas partes iguais: metade para os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a outra metade para os restantes.

O objectivo do novo regime é "repor o plafond do seguro de crédito existente antes da actual situação internacional" e apoiar a capacidade de exportação das empresas portuguesas. Lusa