14.1.15

Desemprego pode compensar mais do que requalificação

Por Notícias Ao Minuto

Um trabalhador em requalificação pode receber um salário mensal inferior ao que um desempregado recebe de subsídio. A notícia é avançada esta terça-feira pelo jornal Público que realizou várias simulações.

O Público fez as contas e concluiu que existem casos em que um trabalhador em requalificação pode ganhar menos do que um desempregado.

Comecemos então pelos limites mínimos e máximos dos salários e prestações sociais.

A lei determina que, no mínimo, um, trabalhador em requalificação receba 505 euros por mês e, no máximo, 1.257,66 euros. Já um desempregado que receba a prestação correspondente tem de ganhar, no mínimo, 419,22 euros, sendo que ao fim de seis meses sofre uma redução de 10%, e no máximo só pode auferir 1.048.

Passemos agora a exemplos que retratam as diferenças entre as duas situações.

De acordo com o Público, um trabalhador cujo salário seja de 800 euros terá de receber um subsídio de desemprego na ordem dos 535,49 euros, sendo que após seis meses este valor será reduzido para 482 euros.

Ao mesmo tempo, há trabalhadores na requalificação que recebem 505 euros. Posto isto, durante seis meses um desempregado irá auferir mensalmente um valor mais elevado do que um trabalhador em situação ativa. Mas só durante seis meses, pois após este período o subsídio de desemprego leva um corte de 10% enquanto o salário do trabalhador em requalificação se mantém inalterado.

Subindo um pouco a ‘parada’, um trabalhador que tenha um salário mensal de 1.500 euros terá direito a uma prestação social de 797 euros (já depois do corte de 10%), um valor que ascende aos 600 euros que são pagos na segunda fase da requalificação, altura em que o trabalhador recebe um corte de 40% no salário.

Em forma de conclusão, o Público explica então que, apesar de os limites salariais impostos aos trabalhadores em requalificação sejam superiores aos limites mínimos e máximos do subsídio de desemprego, a verdade é que podem ocorrer casos em que um trabalhador no ativo receba um salário inferior a uma prestação social para trabalhadores que não estão no ativo.