7.1.15

Estratégia nacional de integração dos sem-abrigo sem apoios financeiros

por Filomena Barros, in RR

Representante em Portugal da Federação Europeia de Organizações que Trabalham com os Sem-Abrigo lembra que a crise aumentou o número de pessoas sem tecto, sobretudo na área de Lisboa e do Porto.

Falharam os apoios financeiros para a Estratégia Nacional de Integração dos Sem-Abrigo, alerta a representante em Portugal da Federação Europeia de Organizações que Trabalham com os Sem-Abrigo (Feantsa).

“Haveria uma verba dedicada a essa estratégia nacional. A verdade é que nunca foi direccionada para a estratégia nacional, embora as associações acabarem por realizar esforços nesse sentido”, afirma Susana Martinho, em declarações à Renascença.

Um trabalho em rede para encontrar respostas em várias áreas e, assim, apoiar os sem-abrigo foi o caminho que tiveram de seguir as entidades que, em Portugal, apoiam as pessoas que vivem na rua, porque as verbas da estratégia nacional não chegaram.

Susana Martinho dá um exemplo concreto do que está a correr mal: “A estratégia defende um papel do gesto de caso, que é alguém responsável por acompanhar determinada pessoa ao nível de habitação, emprego, saúde, etc… A verdade é que muitos financiamentos foram caindo e, hoje em dia, há menos gestores de caso.”

Na estratégia nacional, o gestor de caso ficaria a acompanhar cada pessoa sem tecto, para que não ficasse na rua mais do que 24 horas.

A representante em Portugal da Feantsa sublinha que a crise aumentou o número de sem-abrigo, sobretudo na área de Lisboa e do Porto, e foi preciso encontrar respostas.

“Acabamos por utilizar as verbas da acção social e depois temos a questão do próprio RSI [Rendimento Social de Inserção] que é atribuído às pessoas”, sublinha.

Num primeiro momento, não se dá dinheiro ao sem-abrigo. É preciso garantir alimentação e um tecto, mas também faltam respostas ao nível da habitação.

As preocupações constam de uma carta enviada, em Dezembro, ao ministro da Segurança Social, Pedro Mota Soares, a alertar para o fim da Estratégia Nacional, que não atingiu os objectivos.