19.1.16

Terrorismo e refugiados na agenda dos líderes mundiais em Davos

Joana Petiz, in Diário de Notícias

Fórum Económico Mundial começa na quarta, na estância de luxo suíça. Os desafios de segurança estarão em primeiro plano.

Não podiam faltar a queda do preço do petróleo, o arrefecimento da China e o tímido crescimento médio de 4% esperado para este ano na reunião anual de Davos. Mas desta vez os 40 líderes mundiais e os bilionários que vão juntar-se na estância de esqui suíça entre quarta-feira e sábado vão ter pratos mais exóticos à mesa. Com a crise dos refugiados e o terrorismo em destaque. Por um lado, o problema humano que está a mudar a Europa; por outro, a grande ameaça que o mundo enfrenta e que tem estado cada vez mais perto da porta dos europeus.

Como podem as sociedades preparar-se para as rápidas e radicais mudanças que estamos a viver e que exigem um reforço sério na segurança? De que forma as novas tecnologias dificultam o combate ao terrorismo? Que intervenção deve ser feita para suavizar os desequilíbrios entre economias estagnadas e países prósperos para evitar a radicalização, os conflitos - e as suas principais vítimas, os refugiados? São estas e outras questões de segurança mundial que serão levadas a discussão este ano, no Fórum Económico Mundial, que contará com a presença do ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

O equilíbrio entre o combate sério ao terrorismo, cruzado com a melhor forma de lidar com a crise dos refugiados, será o tema de um debate que juntará governantes do Iraque, da Tunísia, do Mali, do Afeganistão, do Líbano e do Paquistão e ainda Federica Mogherini (comissária europeia para os Negócios Estrangeiros e Políticas de Segurança) e a rainha Rania da Jordânia.
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Com o ataque ao Charlie Hebdo, em janeiro do ano passado, e os atentados que se seguiram em cidades europeias - só em Paris foram quatro num ano, morreram mais de 150 pessoas - ou tendo como alvo cidadãos europeus, a Europa foi forçada a encarar as questões de segurança como nunca até agora. Desde então, líderes como François Hollande e Angela Merkel declararam guerra ao Estado Islâmico, fizeram do terrorismo prioridade absoluta, mas não conseguiram controlar o crescimento de movimentos extremistas pela Europa. Nem evitar que a entrada dos milhares de refugiados que aqui chegaram, fugidos da guerra na Síria e dos países onde os jihadistas ganham força, fosse vista como uma ameaça. Procurar novas formas de lidar com uma realidade que transformou a forma de viver europeia é por isso também um objetivo de Davos.

No ano passado, os custos de segurança para o fórum ultrapassaram sete milhões de euros, tendo sido destacados cinco mil soldados para patrulhar a estância de luxo. Pela 46.ª edição passarão 2500 empresários e gestores de topo (incluindo Pedro Soares dos Santos e Henrique Soares dos Santos, da Jerónimo Martins, e Ângelo Paupério, da Sonae) e 300 figuras públicas.