19.4.16

D. Jorge Ortiga quer políticas concretas de combate à pobreza

In "Renascença"

O presidente da Comissão Episcopal para a Mobilidade Humana não quer que os políticos se dispersem por questões não essenciais. “O estar a debruçar-se sobre o cartão do cidadão ou de cidadania, é uma prioridade para este país?", questiona.

O presidente da Comissão Episcopal para a Mobilidade Humana, D. Jorge Ortiga, defendeu, esta sexta-feira, em Vila Real, a necessidade de serem adoptadas verdadeiras políticas de combate à pobreza.

O também arcebispo de Braga apelou ao Governo e aos partidos políticos para que dirijam a sua acção para os verdadeiros problemas do país em vez de se preocuparem com questões sem “importância essencial”.

“O Governo deveria elaborar um conjunto de políticas, não políticas decretos-leis, mas políticas de verdadeira resposta”, defendeu.

Para D. Jorge Ortiga, “o Governo, em vez de se preocupar com tantas outras questões e com tantas outras leis, que não têm importância essencial”, deveria reconhecer que no país “ainda há necessidades muito concretas e que seria necessário encontrar soluções, respostas de índole social”.

“É uma responsabilidade”, sublinhou D. Jorge, realçando que são necessárias políticas “que não sejam simples decretos ou meros discursos de circunstância, sem uma resposta concreta para aquilo que é essencial para todos os portugueses, num mundo português com muitas desigualdades”.

O prelado lembrou que “existem muitas desigualdades, muita marginalidade, muita exclusão” e que “é necessário que os nossos políticos, quer do governo quer da Assembleia da República, olhem para estes problemas reais e não andem à procura de problemas que são fictícios e que não correspondem às expectativas do povo português”.

Para exemplificar, D. Jorge Ortiga apontou a questão que veio a público esta quinta-feira relacionada com o cartão do cidadão: “O estar a debruçar-se sobre o cartão do cidadão ou de cidadania, é uma prioridade para este país? Não sei. Que os portugueses sejam capazes de responder.”

O presidente da Comissão Episcopal para a Mobilidade Humana falava à margem do Conselho Geral da Cáritas que decorre em Vila Real até ao próximo domingo.