João José Fernandes*, in Jornal de Notícias
"Segundo o relatório de 2006 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, morrem, anualmente, 1,8 milhões de crianças de diarreia por falta de água potável, no continente africano e no sudoeste asiático; e são perdidos 443 milhões de dias lectivos devido a doenças transmitidas pela má água. Além disso, 50% da população dos países em desenvolvimento sofre de algum problema causado pela sua ausência. E, no entanto, por cada euro investido nos países pobres, em água e saneamento, resultariam, em termos de produtividade e redução de custos na Saúde, oito euros. Além do consumo, temos ainda que a perspectivar como recurso natural de apoio à agricultura familiar.
Nos próximos anos, fruto de alterações climáticas, a produtividade dos países pobres terá perdas de 25%. Por isto mesmo,o Plano de Acção Global para a Água e Saneamento pretende comprometer os governos destes países a investirem nisto 1% do seu PIB. Um dos problemas é que a água é um tabu tão grande como foi a SIDA, porque a temática acaba por estar ligada às classes desfavorecidas que não têm como pressionar. O Plano pretende ainda que a ajuda internacional disponibilize anualmente 3,5 a 4 mil milhões de dólares. A água é absolutamente fundamental para o desenvolvimento".
Director-executivo da OIKOS