in Diário de Notícias
Um quinto das mulheres que foram mães em 2009 tinha 35 anos ou mais. Uma subida de 31% em relação a 2004 - ano em que a percentagem já estava acima da meta para 2010 do Plano Nacional de Saúde. Assim, a percentagem de nascimentos em mulheres mais velhas está seis pontos acima da meta de 14,6%.
Este indicador tem vindo a regredir ao longo dos anos e os nascimentos numa idade em que começa a haver maiores riscos é uma tendência a nível global. Em 2009 nasceram mais três mil crianças em mulheres nesta faixa etária, representando agora quase 20 mil (19 415) nascimentos por ano em Portugal.
Lisboa e Vale do Tejo é a região do País em que esta percentagem é maior - 22,2% - mas as variações são pequenas. Maria do Céu Machado diz que este indicador deixou de fazer sentido, porque é uma tendência que dificilmente mudará e que depende apenas da mulher. Por essa razão, deixará de ser avaliado nos próximos anos.
A pediatra lembra que este indicador está relacionado com outros, como os nascimentos de bebés com baixo peso ou prematuramente. "O tabagismo ou a gravidez em idades mais avançadas estão associados a mais problemas, como os partos prematuros ou o baixo peso. Mas há também mais problemas de infertilidade", também associados aos problemas anteriormente referidos pela especialista
Também a taxa das cesarianas está muito acima da meta do plano nacional: 35,9% dos partos são por cesariana quando deveriam ser apenas 24,8%. E o número de bebés que nascem antes do fim do tempo ou com baixo peso também tem vindo a crescer: no primeiro caso, em 2001 eram 5,7% e em 2009 eram já 8,8%; no segundo passaram de 7,2 para 8,2%.
No extremo oposto estão os indicadores relativos à esperança de vida e à taxa de mortalidade, em que as metas para 2010 foram alcançadas ou mesmo ultrapassadas.