in Jornal de Notícias
O ano de 2011 será "muito difícil", com uma queda de 5% do volume de produção, prevê a Associação da Construção e Obras Públicas (AECOPS). O Banco de Portugal concorda e quantifica em 11,5% a quebra do investimento das famílias em habitação.
"Na verdade, com base nos diversos indicadores disponíveis, entre os quais as opiniões dos empresários do sector, que se mostram bastante pessimistas relativamente ao andamento das suas unidades produtivas, a AECOPS assegura que 2011 voltará a ser um ano muito difícil, perspectivando uma contracção do seu volume global de produção à volta dos 5,0%", lê-se na análise regional da associação, ontem divulgada.
A somar à preocupação dos empresários, o Banco de Portugal veio ontem falar de uma "signifi cativa contracção da procura", traduzida numa quebra na compra de casa de 11,5%, este ano, e de 2,9% em 2012, lê-se mas previsões do Boletim de Inverno.
A crise esperada para este ano segue-se a um 2010 negativo, em que o número de fogos licenciados caiu 9,2% (até Outubro) e o de habitações concluídas diminuiu 13,5% (até Setembro).
Globalmente, 2010 foi um "mau ano para a generalidade do sector", com a produção a cair 6,5%, somando uma queda acumulada de 35% desde 2002.
A estes dados, "soma-se a diminuição, para cerca de metade, do montante das obras públicas adjudicadas e também um abrandamento do ritmo dos trabalhos em curso e um agravamento dos atrasos nos pagamentos". Em 2010, o número de concursos adjudicados caiu 36% face ao ano anterior para um total de 1556 concursos. O valor dos concursos adjudicados, por sua vez, recuou 48,3% em 2010 para 2086 milhões de euros.
Em termos regionais, o Algarve foi a região com "resultados mais desfavoráveis" em 2010, tendo-se verificado uma quebra de 5,9% no número de alvarás detidos por empresas, o que compra com a queda de 1,6% registada em termos globais no país.
Já a zona Centro "revelou a evolução menos desfavorável relativamente aos indicadores analisados, com a redução mais pequena no número de alvarás (-2,0%) e registando um decréscimo homólogo do número de desempregados oriundos da construção (-1,7% em Novembro)", conclui a AECOPS.
Centros comerciais
Foram quatro os espaços comerciais abertos no ano passado, o mais baixo desde 2004, diz a gestora imobiliária Jones Lang LaSalle. O arrendamento de escritórios também esteve em mínimos, mas o mercado de investimento superou as previsões.