9.1.11

Vasco da Gama custou menos que gastos com telefone e Internet

por Rui Pedro Antunes e Sónia Simões, in Diário de Notícias

Alguns gastos correntes dos últimos sete anos - desde que há registos - atingem valores idênticos aos das obras que mais afectaram os cofres do Estado: o dinheiro gasto em comunicações foi superior ao custo da segunda ponte que liga Lisboa à Margem Sul. Em estudos e pareceres, o Governo gastou cinco vezes mais do que a parcela que investiu na construção dos dez estádios de futebol do Euro 2004.

O Estado gastou cinco vezes mais em estudos e pareceres ao longo dos últimos sete anos (507 milhões de euros) que nos dez estádios de futebol construídos para o Euro 2004, em que participou com 104,5 milhões. E se as conclusões de alguns destes estudos continuam na gaveta, outros de nada serviram. É esse o caso dos que foram pedidos para o projecto de construção do aeroporto internacional na Ota, que custaram 34 milhões de euros.
Um dos gastos mais elevados dos últimos sete anos, quando estes dados começaram a ser disponibilizados pelo Governo, é o relativo a comunicações. Internet, telefone fixo e telemóvel custaram cerca de 700 milhões de euros, mais do que a construção da Ponte Vasco da Gama, que liga Lisboa à Margem Sul do Tejo (644 milhões).
Apesar da diminuição em algumas rubricas, neste ano de poupança há recordes de despesa em diversas áreas. O Ministério da Administração Interna nunca gastou tanto nos últimos sete anos em publicidade como agora (2 099 035 de euros), o que acompanha a despesa total do Estado com esta rubrica, que não era tão elevada desde 2006. Já em combustíveis e lubrificantes, conta-se uma despesa de 333 milhões de euros desde 2005. Mais. Ao longo deste período, segundo o levantamento feito pelo DN junto da Direcção-Geral do Orçamento, gastaram-se a cada dia 106 838 euros só em serviços de limpeza. E, ainda, 3530 euros a cada hora só em deslocações e estadas.