20.11.14

Dar voz às crianças é um direito que falta cumprir

in RR

Na data que assinala os 25 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança, a presidente da UNICEF Portugal lembra que ainda há muito a fazer para o seu cumprimento.

A convenção sobre os direitos da criança reconhece aos mais pequenos o papel de actores na sociedade, mas ainda não está a ser respeitado o direito de dar voz às crianças.

Esta opinião é expressa, em declarações à Renascença, pela presidente da UNICEF Portugal, Madalena Marçal Grilo, na data em que assinalam os 25 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança.

Madalena Marçal Grilo admite que muito foi feito no último quarto de século, desde a assinatura da Convenção das Nações Unidas, a 20 de Novembro de 1989, mas a responsável lembra que ainda há muito a fazer: “Hoje em dia, o número de crianças que tem acesso à escola é o maior de sempre, no entanto, continuam ainda a morrer todos os dias 17 mil crianças de causas que são maioritariamente evitáveis e continuam todos os anos a ficar fora da escola 56 milhões de crianças”.

“Diria que houve mudanças que são muito significativas, houve melhorias que são muito importantes, muitas crianças foram salvas. O mundo está melhor, mas para nem todas as crianças”, sintetiza a presidente da UNICEF Portugal.

Madalena Marçal Grilo, assinala uma relação directa entre todos os direitos das crianças consagrados na Convenção, mas sublinha o direito à não discriminação: “A voz, a participação das crianças, é um dos direitos que está consagrado na Convenção e que julgo que tem que ser mais promovido, não apenas em ocasiões especiais mas tornar-se uma prática no dia-a-dia, em casa, na escola e na sociedade, porque eu penso que as crianças têm um contributo a dar”.

Portugal adoptou a convenção das Nações Unidas a 21 de Setembro de 1990.