26.6.18

Poder local: pensa globalmente e atua localmente

Madalena Nunes, Vereadora na Câmara Municipal do Funchal, in JMadeira

Confesso que considero que o poder local pode ser um instrumento de mudança muito positivo na cidadania e na vida das populações.
Defender a democracia, partilhar o poder, combater a abstenção, promover a inclusão, a segurança, os direitos humanos, a educação, a saúde, são projetos possíveis através do compromisso intencional do poder autárquico, ao envolver diferentes atores nesse trabalho.

No palco da política internacional, parece vingar a ideia de que as coisas se podem resolver sem a participação das pessoas ou de que os acordos assinados e assumidos não valem nada. Contudo, localmente, é possível realizar-se um trabalho de valorização da democracia, que aposte na partilha de poder e na cidadania ativa e inclusiva. Projetos abertos ao envolvimento da sociedade civil na criação de espaços e ferramentas que promovam a inclusão, a igualdade, a não discriminação, a educação, o empoderamento das pessoas, a saúde, comprometem um número cada vez maior de associações e pessoas nesse desiderato, devidamente apoiados e secundados, por exemplo, pela Câmara Municipal do Funchal. Não foi por acaso que a nossa Cidade, a 9 de junho deste ano, recebeu das mãos da Confederação Portuguesa das Coletividades mais um prémio que realça a sua aposta no associativismo e na participação da sociedade civil na vida do Funchal.

Desde o início que acreditamos que é possível construir um mundo melhor através do poder local, atuando no nosso território e assumindo compromissos com que concordamos. Por exemplo, muito do trabalho a que nos propusemos, enquadra-se na concretização local do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, pois promovemos com intencionalidade a igualdade de género, a educação ao longo da vida, a proteção social, a saúde, ou ajudamos a combater a pobreza e a exclusão social. Como exemplo recente menciono mais uma parceria, desta vez com a EAPN, European Anti Poverty Network, que nos ajudará a melhorar o acordo que firmámos com a população neste combate pela inclusão e pela dignidade.

Se repararem, o nosso trabalho na Câmara Municipal do Funchal, enquadra-se igualmente nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos e aprovados em 2015 e incluídos na Agenda 2030 da ONU. Um compromisso global, que terá de ter a colaboração do poder local para que os países o consigam pôr em prática. E só o colocará em prática quem acreditar nesses princípios e com eles se comprometer de forma visível e eficaz.
O Portugal de amanhã constrói-se diariamente nas nossas cidades. O Funchal tem trabalhado localmente para contribuir para a eliminação de várias desigualdades, usando o contributo de todas as pessoas interessadas ou já envolvidas nesse propósito.

Fazer política local é, também, importar-se, respeitar e valorizar a diversidade e a cultura do seu território.