14.11.18

"Doentes só são detetados quando têm tantas dores que já não se mexem"

in TSF

Médicos de família vão ser alertados para os sintomas de uma doença silenciosa, que tem uma elevadíssima taxa de mortalidade.

É um dos cancros mais mortais, com uma baixíssima taxa de sobrevivência (inferior a 10%), mas os sintomas muitas vezes não são bem avaliados a tempo. A Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo (Europacolon) avança a partir da próxima quinta-feira com uma campanha junto de 750 médicos de família para que estejam mais atentos ao cancro do pâncreas.

O presidente da associação, José Neves, adianta à TSF que a razão é facilmente justificável: a maioria dos doentes só são detetados "nas urgências dos hospitais, quando a icterícia ou os olhos amarelos já são evidentes e as dores são tantas que já não se conseguem movimentar".

Ouça as explicações de José Neves ao jornalista Nuno Guedes.

Os doentes diagnosticados a tempo de cirurgia vivem mais tempo, algo que muitas vezes não acontece porque se trata de uma doença "silenciosa" com sintomas vagos, mal compreendidos e associados a outras doenças bem menos graves.

Os sintomas do cancro do pâncreas incluem dor abdominal, perdas de peso, icterícia (pele e olhos amarelos), náuseas e perda de apetite ou problemas digestivos. Situações tão comuns que levam os médicos a muitas vezes não pensarem neste tipo de cancro, adiando os diagnósticos a tempo.
Além da campanha junto dos médicos de família, a Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo assinala o Dia Mundial do Cancro Pancreático na próxima quinta-feira com um debate no Porto sobre uma doença com elevadíssima taxa de mortalidade.