in Jornal de Notícias
O típico desempregado português tem a escolaridade mínima (ou não chegou sequer a completá-la), é do sexo feminino, vive na Região Norte, tem entre 25 e 34 anos de idade, procura emprego há mais de um e menos de seis meses, sobretudo um novo emprego, isto é, não está a entrar agora no mercado de trabalho.
No primeiro trimestre, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou a existência de quase 470 mil pessoas à procura de trabalho. Destes, 155,4 mil tinham entre 25 e 34 anos, um aumento de 15% face ao período homólogo (se se considerarem apenas as mulheres, registou-se um crescimento de 20%, no espaço de um ano). É este o grupo etário mais representado. Em segundo lugar, vêm as pessoas com 45 e mais anos. Havia 123,6 mil de-sempregados daquelas idades, no primeiro trimestre, mais 3,7% do que no mesmo período do ano passado. O desemprego atinge sobretudo pessoas com a escolaridade mínima e mais de dois terços dos desempregados estudaram até ao terceiro ciclo do Ensino Básico. Em melhor posição está quem tem o Secundário. Havia 73,5 mil desempregados com o 12.º ano, mas este foi o único grau de escolaridade em que o desemprego diminuiu. Entre os licenciados, o cenário é desolador, já que a falta de trabalho disparou 32% face aos primeiros três meses de 2006, para quase 56 mil pessoas.
Por zonas do país, o primeiro lugar na taxa de desemprego é partilhado pelo Norte e Alentejo, mas, em número, o Norte é o mais afectado. Tem mais de um terço das pessoas à procura de emprego (187 mil), seguido de Lisboa.
As mulheres continuam a ser as mais afectadas pelo fenómeno social. Há mais 50 mil mulheres desempregadas do que homens
De referir, ainda, que, para mais de metade dos desempregados, a procura de trabalho passa por um centro de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional e/ou pelo contacto directo com agências de emprego ou entidades empregadoras.
Do total de desempregados, metade está sem trabalho há menos de um ano e outra metade há mais. A elevada taxa de desemprego de longa duração é um dos maiores problemas do mercado laboral português.