Teresa Costa, in Jornal de Notícias
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) fez uma actualização das suas previsões económicas mundiais, relativas a 2007 e 2008. Para Portugal, vieram boas e más notícias as boas têm a ver com a revisão em alta do crescimento da economia para este ano, face ao que tinha previsto em Novembro, igualando o valor estimado pelo Governo (1,8%). As más têm a ver com o desemprego, ao elevar a taxa média de 2007 para 7,6%, quando o Governo acredita que esta fique num patamar mais baixo, nos 7,2%.
Ainda há dias, o país foi apanhado de supressa quando se soube pelo Instituto Nacional de Estatística que a taxa de desemprego tinha batido um máximo de vários anos ao alcançar os 8,4% no primeiro trimestre. Quase por ironia, foi o período em que o país registou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mais elevado dos últimos cinco anos (2,1%).
"Infelizmente, o desemprego é grande e não vai diminuir nos próximos tempos. O crescimento económico é modesto e há sempre um tempo longo entre o crescimento económico e a redução do desemprego", afirmou Miguel Cadilhe, citado pela Lusa. O ex-ministro considera que a actual situação também decorre do investimento ter "um comportamento decepcionante".
Nesse capítulo, as previsões da OCDE são pessimistas não só houve uma revisão em baixa no investimento português, como a previsão fica abaixo da do Governo.
O crescimento do PIB deverá ser sustentado com as exportações, embora a OCDE alerte para a possibilidade de Portugal continuar a perder quota de mercado, devido à vocação do sector exportador para trabalhar com mão-de-obra intensiva e exposta a maior concorrência.
Em termos de défice das contas públicas, a OCDE admite que o país vai conseguir cumprir as metas assumidas pelo Governo.
No plano internacional, a Organização assinala que a Zona Euro deverá este ano destronar os EUA como motor do crescimento económico mundial, embora anteveja como inevitável a continuação da subida das taxas de juro nos países do euro.