5.1.11

Queda na taxa de resposta justifica alterações na recolha dados ao emprego

in Jornal de Notícias

O Instituo Nacional de Estatística explicou hoje, terça-feira, a alteração ao método de recolha do inquérito ao emprego com uma queda que se tem verificado nas taxas de resposta e que não aplicar as alterações poderia resultar em desperdício de recursos.

Em conferência de imprensa para esclarecer as alterações e a altura em que estas entram em vigor, numa altura que as taxas de desemprego atingem sucessivos máximos históricos, a presidente do INE explicou que este método é utilizado na maioria dos países desenvolvidos.

"As taxas de resposta obtidas têm vindo a baixar em Portugal, como em outros países, devido ao aumento da população residente em áreas urbanas e suburbanas, devido à taxa de emprego feminino, e ao aumento real e percepcionado do sentimento de segurança", explicou Alda Carvalho.

Espanha, Itália, Reino Unido, Alemanha e EUA estão entre os países que já utilizam este método de recolha por telefone, disse.

Alda Carvalho garantiu que este método trará vários benefícios tanto para as famílias (redução do tempo do inquérito) como para a autoridade estatística, que assim "acompanha as boas práticas dos países estatisticamente desenvolvidos", obtém uma taxa de resposta mais elevada, com respostas mais fechadas, e uma redução do custo no médio prazo.

Quanto ao momento da sua introdução - alvo de críticas por ser aplicado numa altura em que os níveis da taxa de desemprego são elevados e porque representará numa quebra de série (o primeiro inquérito do ano não poderá ser directamente comparável com os valores apurados através do método antigo) -, Alda Carvalho garantiu a independência do INE e das decisões estatísticas.

"[Esta alteração] é o corolário de estudos e testes apresentados, cuidadosos e onerosos, que têm um prazo de validade e cuja utilidade não pode ser posta em causa com o adiamento da aplicação do método de recolha telefónica sob pena de um significativo desperdício de recursos", afirmou.

As decisões estatísticas são baseadas "em critérios técnicos, não são influenciadas pela conjuntura, económica ou política", sublinhou. O inquérito ao emprego é o mais pesado e oneroso do INE e não era alterado há 13 anos, o que considerou ser "muito tempo", necessitando sempre de ajustamentos e de acatar recomendações do regulamento europeu.

Este processo iniciou-se em Dezembro de 2006, foi coordenado por técnicos dos diversos ministérios e do Banco de Portugal até ser criada uma equipa interdepartamental no INE em 2008, tendo ainda sido aprovado pelo Conselho Superior de Estatística, acrescentou.

Do ponto de vista do 'timing da decisão' nunca seria uma boa altura para se fazer a alteração para alguém e que o instituto tentará fazer a colagem das séries, sendo possível fazer comparações, só não podem ser feitas de forma directa, considerou.

O novo método implica que, na primeira vez que se faz o inquérito ela continua a ser feita presencialmente, mas daí para a frente (nas restantes 5 vezes) a pessoa pode optar pelo contacto telefónico.

A nova série começa com os dados do primeiro trimestre de 2011 e poderá ser comparável em termos trimestrais, de forma directa, quando saírem os dados do primeiro trimestre de 2012.