25.5.15

União Europeia discute destruição de barcos do tráfico humano

in Agenda Europeia

A União Europeia debateu, esta segunda-feira, estratégias para travar o tráfico humano após o plano das quotas de asilo ser rejeitado por países como a França e a Polónia. Os ministros da defesa e dos negócios estrangeiros reuniram-se em Bruxelas na segunda-feira para aprovar um plano de destruição dos barcos usados na Líbia para o tráfico humano, como parte da resposta da EU ao número de pessoas a fazer a travessia do Mediterrâneo.

A União Europeia espera que o seu plano seja aprovado pelo comité de segurança das Nações Unidas e até agora A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros não detetou "grande resistência política ou oposição a uma decisão", como relatou em Bruxelas.

Mas o enviado da Rússia a Bruxelas, Vladimir Chizov afirmou ao Financial Times a 5 de maio que "Apreender os barcos dos traficantes é uma coisa, mas destrui-los sería ir demasiado longe". Também a Amnistia Internacional e a HWR afirmam que esta medida não será eficaz na melhoria das vidas dos imigrantes.

Já em Bruxelas, argumenta-se que ao destruir os barcos de tráfico se iria criar uma quebra no modelo de negócio dos traficantes e que isto iria dissuadir outros traficantes de transportar pessoas ilegalmente para as costas europeias.

O secretário britânico da defesa, Michael Fallon incita a uma decisão rápidamente "para ir atrás dos gangs, para travar as redes de tráfico e isto significa ganhar mais conhecimento acerca do modo como estas se organizam e fazer mais para ajudar os países de onde os imigrantes vêm".

Segundo estimativas das Nações Unidas, cerca de 60 mil pessoas terão tentado chegar à Europa através da Líbia, já em 2015.

Os números elevados de pessoas a entrar no velho continente levaram a propostas para usar quotas vinculativas de asilo para redistribuir os migrantes, tendo em conta índices como o PIB de cada país, a população e a taxa de desemprego. Já foram vários os países que se manifestaram contra esta ideia, nos quais se incluem a França e a Polónia. Manuel Valls, primeiro-ministro francês rejeitou esta ideia das quotas que segundo diz "nunca correspondeu à posição francesa", apesar da questão da imigração ser um assunto sensivel em França, em que a extrema-direita tem crescido eleitoralmente com um discurso anti-imigração.