24.5.15

Principais partidos políticos preocupados com pobreza e exclusão social

in iOnline

Em 2014, uma em cada quatro pessoas residentes em Portugal vivia em risco de pobreza ou exclusão social.

Os principais partidos políticos discutem na segunda-feira, na Assembleia da República, formas de combater a pobreza e a exclusão social, a pedido da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN), com o objectivo de criar uma estratégia nacional.

Para a EAPN, as próximas eleições legislativas constituem “um marco muito importante para o futuro nacional”, podendo “marcar a diferença através do estabelecimento de um compromisso nacional para (re)construir uma coesão social onde os direitos dos cidadãos são protegidos e onde a luta contra a pobreza e a exclusão social se assume como uma prioridade na agenda política”.

Para isso, a EAPN desafiou os partidos a participarem num encontro, com o tema “Compromisso para a definição de uma Estratégia nacional de Erradicação da Pobreza”, em que será debatido o programa eleitoral dos vários partidos no domínio da pobreza e da exclusão.

“O objectivo principal [do encontro] é chegar a um consenso de construirmos em conjunto um programa nacional de combate à pobreza, partilhado por políticos, por partidos, entidades e pelas instituições que trabalham no terreno nesta área”, disse à agência Lusa o presidente da EAPN Portugal, padre Jardim Moreira

Segundo Jardim Moreira, o programa visa “dar apoio e resposta” aos dois milhões de portugueses que vivem em situação de pobreza e exclusão social.

“Portugal enfrenta enormes desafios” devido ao “agravamento do desemprego e das situações de pobreza e exclusão social em Portugal” decorrentes das “políticas macroeconómicas baseadas na austeridade”, refere a EAPN.

Em 2014, uma em cada quatro pessoas residentes em Portugal vivia em risco de pobreza ou exclusão social, segundo números preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE), que revelam uma deterioração das condições de vida desde 2011.

Entre 2010 e 2014, ficaram em risco de pobreza ou exclusão social mais de 200 mil pessoas, uma vez que este indicador passou dos 24,4% da população residente em 2011 para 27,5% em 2013, estimando o INE que esta proporção se tenha mantido no ano passado.