Junho trouxe uma inversão na fuga dos depósitos de particulares. Depois de saídas de mais de oito mil milhões de euros nos cinco primeiros meses do ano, as poupanças das famílias depositadas nos bancos aumentaram 1,2 mil milhões de euros no mês passado, o que acontece após o Governo ter cortado a taxa de juro dos Certificados de Aforro.
As famílias tinham 174,9 mil milhões de euros em depósitos bancários, de acordo com os dados revelados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal. Tratou-se de um aumento de 0,71% em relação ao mês anterior, após cinco meses em queda. Em termos absolutos, o aumento registado em junho compensou as saídas verificadas em abril e maio.
Esta inversão ocorreu no mesmo mês em que o Governo decidiu descontinuar a Série E dos Certificados de Aforro, lançando ao mesmo tempo uma nova série com uma remuneração mais baixa, até ao máximo de 2,5% (mais prémio de manutenção). Até então as famílias estavam a tirar o dinheiro do banco para apostar neste produto de poupança do Estado. Mas junho inverteu a tendência: os depósitos voltaram a aumentar, enquanto a aposta nestes certificados tombou 70%.
A decisão de cortar os juros dos certificados motivou muitas críticas. Principalmente porque estavam a ser o único concorrente à altura dos bancos e a principal força que estava a levar as instituições financeiras a subir as taxas de juro dos depósitos, dada a pressão causada pela fuga de poupanças. O Governo recusou as críticas e os bancos afastaram a ideia de terem feito pressão.
Por outro lado, o setor também reforçou a remuneração dos seus depósitos, o que também terá ajudado a contrariar a fuga de poupanças para outros produtos financeiros.
Apesar da recuperação registada no mês passado, os bancos ainda estão longe de colmatar as saídas que registaram até maio. Em comparação com junho do ano passado, o stock de depósitos de particulares observam uma quebra histórica de mais de 3%.
Em relação às empresas, o montante de depósitos registou um decréscimo de 170 milhões de euros em relação a maio, totalizando os 64,1 mil milhões de euros, o valor mais baixo em quase um ano. Foi uma queda mensal de 0,26%.
Em todo o caso, o aumento dos depósitos das famílias mais do que compensou as saídas das empresas em junho. Os bancos guardavam no final do mês passado 239 mil milhões de euros de poupanças de particulares e empresas, um aumento de 1,1 mil milhões face a maio.
(Notícia atualizada às 11h13)
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As famílias tinham 174,9 mil milhões de euros em depósitos bancários, de acordo com os dados revelados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal. Tratou-se de um aumento de 0,71% em relação ao mês anterior, após cinco meses em queda. Em termos absolutos, o aumento registado em junho compensou as saídas verificadas em abril e maio.
Esta inversão ocorreu no mesmo mês em que o Governo decidiu descontinuar a Série E dos Certificados de Aforro, lançando ao mesmo tempo uma nova série com uma remuneração mais baixa, até ao máximo de 2,5% (mais prémio de manutenção). Até então as famílias estavam a tirar o dinheiro do banco para apostar neste produto de poupança do Estado. Mas junho inverteu a tendência: os depósitos voltaram a aumentar, enquanto a aposta nestes certificados tombou 70%.
A decisão de cortar os juros dos certificados motivou muitas críticas. Principalmente porque estavam a ser o único concorrente à altura dos bancos e a principal força que estava a levar as instituições financeiras a subir as taxas de juro dos depósitos, dada a pressão causada pela fuga de poupanças. O Governo recusou as críticas e os bancos afastaram a ideia de terem feito pressão.
Por outro lado, o setor também reforçou a remuneração dos seus depósitos, o que também terá ajudado a contrariar a fuga de poupanças para outros produtos financeiros.
Apesar da recuperação registada no mês passado, os bancos ainda estão longe de colmatar as saídas que registaram até maio. Em comparação com junho do ano passado, o stock de depósitos de particulares observam uma quebra histórica de mais de 3%.
Em relação às empresas, o montante de depósitos registou um decréscimo de 170 milhões de euros em relação a maio, totalizando os 64,1 mil milhões de euros, o valor mais baixo em quase um ano. Foi uma queda mensal de 0,26%.
Em todo o caso, o aumento dos depósitos das famílias mais do que compensou as saídas das empresas em junho. Os bancos guardavam no final do mês passado 239 mil milhões de euros de poupanças de particulares e empresas, um aumento de 1,1 mil milhões face a maio.
(Notícia atualizada às 11h13)
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