Ana Cristina Pereira, in Público
Proposta de grupo de cidadãos, para o biénio 2025-2026, também foi bem acolhida pelo presidente da Assembleia da República.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu integrar a comissão de honra da proposta de evocação, no biénio 2025-2026, do quinto centenário da perseguição aos portugueses ciganos. O presidente da Assembleia da República (AR), Augusto Santos Silva, também já acolheu a iniciativa.
Marcelo Rebelo de Sousa esteve nesta quarta-feira à tarde reunido com diversos elementos da comissão promotora, formada por cidadãos ciganos e não-ciganos. E aí lhes garantiu que poderão contar com o alto patrocínio da Presidência da República.
“Trata-se de uma ocasião para relembrar o sofrimento e injustiça sofridos pelas portuguesas e portugueses ciganos nesses cinco séculos, mas também para celebrar mais de meio milénio de vida cigana portuguesa e o respectivo contributo para a cultura e identidade nacionais”, lia-se, pouco depois, numa nota publicada no site oficial da Presidência. “A iniciativa ajudará a construir futuro.”
“É importante evocar este episódio infeliz da história portuguesa para evitar repeti-lo”, disse, por sua vez, Santos Silva, num breve telefonema com o PÚBLICO. “Essa evocação constitui uma ocasião soberana para consolidar a nossa consciência comum de que é preciso evitar qualquer discriminação que negue seja a quem for a sua dignidade.”
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Da comissão de honra fazem parte Elisa Ferreira, comissária europeia da Coesão e Reformas, Fernando Negrão, presidente da Primeira Comissão da Assembleia da República, Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social, e Luísa Salgueiro, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses.
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Presume-se que os primeiros ciganos tenham chegado a Portugal na segunda metade do século XV. A iniciativa toma como ponto de referência o primeiro documento régio. Em 1525, as Cortes de Torres Novas solicitaram a D. João III que tomasse providências contra os ciganos, que tinham entrado no reino pelo Alentejo. E no dia 13 de Março de 1526 ele aprovou o alvará: “Que não entrem ciganos no reino e que saiam os que nele estiverem.”
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