2.5.07

Combate à pobreza comprometido por escândalo no Banco Mundial

in Primeiro de Janeiro

O director da associação de solidariedade internacional Oxfam afirmou numa entrevista publicada ontem que os esforços para lutar contra a pobreza foram “profundamente comprometidos” pelo escândalo que implica o presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, acusado de nepotismo. “Estimamos que a capacidade do Banco Mundial em agir como instituição de desenvolvimento de primeira linha foi afectada, pelo que parece insustentável ver Wolfowitz conservar o seu cargo de presidente”, considerou Jeremy Hobbs, director executivo da Oxfam internacional, questionado pelo «Financial Times».

Wolfowitz é acusado de ter ordenado o aumento de salário à sua companheira Shaha Riza, funcionária da instituição. Os administradores estão actualmente divididos sobre a posição que deve ser tomada. Vários países europeus consideram que Wolfowitz deve demitir-se, mas o administrador norte-americano beneficia do apoio repetido da administração Bush que o nomeou. O Parlamento Europeu aprovou quarta-feira uma resolução indicando ao presidente da instituição “que a sua demissão será uma medida apropriada para evitar que a política de luta contra a corrupção do Banco Mundial seja afectada”. Quinta-feira, cinco dezenas de peritos encarregues da luta contra a corrupção manifestaram-se “profundamente preocupados com o impacto da crise na credibilidade e autoridade do banco para discutir com governos, representantes não governamentais e doadores no âmbito do programa de boa governação e luta contra a corrupção”, numa carta aberta ao presidente e ao conselho. Wolfowitz fez da luta contra a corrupção a sua prioridade desde a chegada ao cargo em Junho de 2005.