Lucília Oliveira, in Fátima Missionária
A pobreza que aflige a República do Congo é um convite à responsabilidade de todos, alertam os bispos católicos do país africano
Na análise da situação congolesa, alertam que “A pobreza é multidimensional: material, económica, moral e social”, denunciam os prelados em documento publicado depois da 35ª Assembleia plenária dos prelados daquele país.
“Muitos dos nossos cidadãos vivem na precariedade de forma dramática e em condições indignas e deploráveis”, assinalam. Os dados de 2000 indicavam que mais de 70 por cento dos congoleses vivia abaixo do limiar de pobreza, com menos de um dólar por dia.
Mas há também uma pobreza social, como a falta de acesso à saúde, à água potável e à luz, além de condições higiénicas inadequadas.
Os bispos do Congo consideram como causas endógenas da pobreza são as “dificuldades de acesso ao trabalho, reduzida capacidade aquisitiva, abdicação do Estado das suas responsabilidades, inconsciência profissional e corrupção generalizada” bem como “instabilidade política, ignorância e analfabetismo”.
Quanto às causas exógenas, o episcopado refere que elas derivam “essencialmente da desigualdade nos termos do intercâmbio: os produtores de matérias-primas não são responsáveis pela determinação dos preços destas nos mercados internacionais”.
Perante esta situação, os cristãos são chamados a mobilizar-se para que exista justiça sobre a base dos princípios fundamentais do cristianismo: a dignidade da pessoa humana, o princípio do bem comum, o destino universal dos bens da terra e o princípio de solidariedade.