In "Diário de Leiria"
A Câmara de Ourém voltou a abrir inscrições para recrutar professores para trabalho voluntário com crianças, com idades entre os sete e os 10 anos.
Em nota de imprensa, a autarquia refere que ‘Tempo para Ensinar - Tempo para Aprender’ é um projecto que tem como objectivo "favorecer o sucesso escolar na aquisição de competências na área do português e da matemática, em crianças do 1.º ciclo do ensino básico, que revelam dificuldades de aprendizagem e cujas famílias não possuem recursos para colmatar estas desvantagens".
O município procura docentes que tenham "interesse e motivação para projectos de voluntariado com crianças, capacidade de adaptação a novas estratégias de aprendizagem, receptividade, criatividade e facilidade no relacionamento com crianças".
A autarquia considera ainda como fundamental para o recrutamento um professor "persistente", que "procure uma oportunidade para fazer parte de uma experiência recompensadora".
Os candidatos deverão indicar que tempo dispõem para a actividade (entre uma e seis horas por semana) e em que área pedagógica se insere (Língua portuguesa, Matemática Expressões, Estudo do meio, Educação física, Educação musical ou outra).
As inscrições podem ser feitas até ao final do ano, através da ficha de inscrição para voluntários, disponível no site www.cm-ourem.pt. A mesma deverá ser enviada para o email patricia.vieira@mail.cmourem.pt. Mais informações através do telefone 249 540 900. | Ourém volta a recrutar professores para trabalho voluntário com crianças Câmara Candidatos devem ter “interesse e motivação para projectos de voluntarado com crianças”. Inscrições poderão ser feitas até ao final do ano DR/CML Iniciativa é organizada pelo município de Ourém Município procura docentes que tenham "interesse e motivação para projectos de voluntariado com crianças” e “facilidade no relacionamento”
30.12.15
Voluntários distribuíram milhares de quilos de bens
In "Diário do Minho"
No último ano, entre os dias 21 de novembro de 2014 e 2015, a Equipa Sócio Caritativa da Basílica dos Congregados distribuiu mais de 22 mil quilos de bens alimentares, cerca de 12.600 peças de roupa e 1.079 pares de sapatos.
Leite, produtos de higiene e enlatados foram os alimentos distribuídos em maior número, seguindo-se óleo, azeite, farinha, açúcar e bolachas, entre outros. Estes bens, cujo valor ascende aos 19 mil euros, foram oferecidos pelo Banco Alimentar. Para além destes, outros foram doados por diversas entidades e, no caso das roupas, por pessoas a título individual.
No que respeita a despesas de diversa ordem, esta equipa gastou cerca de 28.600 euros, dinheiro resultante do fruto da partilha realizada quer em missas, quer através de donativos das Juntas de Freguesia, da Santa Casa da Misericórdia, do Fundo Diocesano, venda de rifas e realização de feiras solidárias, revelou.
A grande fatia deste bolo – 5.389 euros – destinou-se ao pagamento de rendas de casas, seguindo-se despesas com luz (7.179 euros), água (6.953 euros) e medicamentos (4.048 euros). Estas ajudas estenderam-se ainda ao pagamento de consultas, mercearia, gás, propinas e transportes, entre outras.
Quanto a vestuário, para além das 12.600 peças de roupa distribuídas foram ainda entregues 13 enxovais de bebés, algumas dezenas de lençóis e jogos de cama. A equipa ajudou ainda a mobilar Ao longo de todo o ano, voluntários ajudam famílias carenciadas entregando bens alimentares e roupas.
equipa sócio caritativa da basílica dos congregados Equipa Sócio Caritativa da Basílica dos Congregados é constituída por 16 voluntários Voluntários distribuíram milhares de quilos de bens Ar qui v o DM algumas casas com móveis e eletrodomésticos usados. Encaminhadas por esta equipa, a cantina da Santa Casa da Misericórdia está a fornecer almoço a um total de 25 pessoas.
No Natal do ano passado, para além da realização da festa dos meninos das famílias apoiadas pela equipa, que incluiu a entrega de brinquedos a 44 crianças, destaca-se também a distribuição de cabazes de Natal a 85 famílias, o que totalizou gastos na ordem dos 17 mil euros. Este cabaz foi enriquecido em colaboração com a Santa Casa da Misericórdia.
Contas feitas, incluindo todas as despesas anteriormente referidas e o cabaz de Natal, a Equipa Sócio Caritativa gastou, no último ano, 28.607 euros. Dos donativos que recebeu obteve uma receita de 28.731 euros, pelo que as contas apresentam um saldo positivo de aproximadamente 124 euros. Contudo, como existia um saldo positivo de 1.277 euros referente aos anos anteriores, esta transitará para o próximo ano, perfazendo 1.400 euros.
À semelhança do ano passado, também neste Natal aquela equipa vai proceder à entrega de cabazes às famílias assistidas ao longo do ano. A cerimónia, a decorrer amanhã, contará com a presença das crianças do Colégio Paulo VI. Quanto à festa, esta realizou-se no passado sábado.
No último ano, entre os dias 21 de novembro de 2014 e 2015, a Equipa Sócio Caritativa da Basílica dos Congregados distribuiu mais de 22 mil quilos de bens alimentares, cerca de 12.600 peças de roupa e 1.079 pares de sapatos.
Leite, produtos de higiene e enlatados foram os alimentos distribuídos em maior número, seguindo-se óleo, azeite, farinha, açúcar e bolachas, entre outros. Estes bens, cujo valor ascende aos 19 mil euros, foram oferecidos pelo Banco Alimentar. Para além destes, outros foram doados por diversas entidades e, no caso das roupas, por pessoas a título individual.
No que respeita a despesas de diversa ordem, esta equipa gastou cerca de 28.600 euros, dinheiro resultante do fruto da partilha realizada quer em missas, quer através de donativos das Juntas de Freguesia, da Santa Casa da Misericórdia, do Fundo Diocesano, venda de rifas e realização de feiras solidárias, revelou.
A grande fatia deste bolo – 5.389 euros – destinou-se ao pagamento de rendas de casas, seguindo-se despesas com luz (7.179 euros), água (6.953 euros) e medicamentos (4.048 euros). Estas ajudas estenderam-se ainda ao pagamento de consultas, mercearia, gás, propinas e transportes, entre outras.
Quanto a vestuário, para além das 12.600 peças de roupa distribuídas foram ainda entregues 13 enxovais de bebés, algumas dezenas de lençóis e jogos de cama. A equipa ajudou ainda a mobilar Ao longo de todo o ano, voluntários ajudam famílias carenciadas entregando bens alimentares e roupas.
equipa sócio caritativa da basílica dos congregados Equipa Sócio Caritativa da Basílica dos Congregados é constituída por 16 voluntários Voluntários distribuíram milhares de quilos de bens Ar qui v o DM algumas casas com móveis e eletrodomésticos usados. Encaminhadas por esta equipa, a cantina da Santa Casa da Misericórdia está a fornecer almoço a um total de 25 pessoas.
No Natal do ano passado, para além da realização da festa dos meninos das famílias apoiadas pela equipa, que incluiu a entrega de brinquedos a 44 crianças, destaca-se também a distribuição de cabazes de Natal a 85 famílias, o que totalizou gastos na ordem dos 17 mil euros. Este cabaz foi enriquecido em colaboração com a Santa Casa da Misericórdia.
Contas feitas, incluindo todas as despesas anteriormente referidas e o cabaz de Natal, a Equipa Sócio Caritativa gastou, no último ano, 28.607 euros. Dos donativos que recebeu obteve uma receita de 28.731 euros, pelo que as contas apresentam um saldo positivo de aproximadamente 124 euros. Contudo, como existia um saldo positivo de 1.277 euros referente aos anos anteriores, esta transitará para o próximo ano, perfazendo 1.400 euros.
À semelhança do ano passado, também neste Natal aquela equipa vai proceder à entrega de cabazes às famílias assistidas ao longo do ano. A cerimónia, a decorrer amanhã, contará com a presença das crianças do Colégio Paulo VI. Quanto à festa, esta realizou-se no passado sábado.
Doente oncológico recolheu dezenas de brinquedos para entregar no IPO
Fernanda Pinto, in "Verdadeiro Olhar"
Uma doente oncológica de Paços de Ferreira organizou, recentemente, uma recolha de brinquedos solidária, na iniciativa chamada “Um brinquedo, um sorriso”. Os brinquedos angariados vão ser entregues, este sábado, a crianças que estão em tratamento no IPO Porto. Também este sábado, mais de 80 pessoas vão até ao instituto doar sangue, numa outra iniciativa organizada por Celina Leão. A iniciativa teve “boa adesão”, superando expectativas. Foram recolhidas dezenas de brinquedos que serão distribuídos pela Associação Acreditar na festa de Natal ou noutros dias festivos.
Celina Leão tem 39 anos e é de Lamoso, Paços de Ferreira. Em Fevereiro de 2011, a escriturária teve um episódio de “cansaço gigantesco e inexplicável” que a levou às urgências do Hospital Padre Américo, em Penafiel. O diagnóstico foi pesado e inesperado. A pacense tinha um linfoma a pressionar o coração e os pulmões. “Sou positiva e até costumo reagir bem a tudo. Mas quando ‘caiu a ficha’ foi complicado”, admite. A aceitação não foi fácil. Os pensamentos como “não pode ser verdade” ou “porquê a mim que até levo uma vida saudável” não lhe saíam da cabeça.
Mas ergueu os braços e foi à luta. celInA leão VAI entregá-loS eSte SáBADo e leVAr mAIS De 80 PeSSoAS PArA DoAr SAngUe no meSmo InStItUto Natal, levar também algo para as crianças que estão em tratamento no IPO Porto. Organizou, há duas semanas, uma recolha de brinquedos que vão agora ser entregues a crianças internadas no IPO Porto, com a ajuda da associação Acreditar. “No dia 12 será um ‘dois em um’. Doa-se sangue e entregamos os brinquedos”, explica Celina. Foram recolhidas dezenas de brinquedos, desde bonecos a puzzles, livros, carros e outros, que vão fazer as delícias dos mais novos. A iniciativa pretendeu também sensibilizar pais e crianças para o cancro. “Acho que conseguimos pôr as pessoas a pensar no tema.
Houve pessoas que vieram de longe com os filhos que escolheram o brinquedo para oferecer a estes meninos doentes”, afirma Celina Leão. Entrou numa sucessão de consultas e exames que se mantêm até hoje. A leucemia linfoblástica aguda exigia um transplante de medula. Teve “a sorte” de o irmão ser compatível. Depois de seis meses de quimioterapia intensiva para reduzir o linfoma e de estar em isolamento e praticamente sem visitas no Instituto Português de Oncologia do Porto, onde é seguida, avançou para o transplante. “Passei maus bocados, mas nunca me queixava. A quimioterapia levou-me as defesas a zero”, recorda Celina Leão. “O meu filho, que tinha 10 anos, não me pôde ir ver ao hospital. Falávamos por telefone e pelo NOVA RECOLHA DE SANguE EStE mêS Apesar de tudo isto, Celina Leão nunca perdeu a vontade de viver e de ajudar os outros. Essa vontade ainda cresceu mais nos últimos anos. Como teve que fazer várias transfusões e tem noção das necessidades constantes de sangue, plasma, e plaquetas, em Fevereiro deste ano organizou uma iniciativa que levou um autocarro cheio de pessoas até ao IPO Porto para doar sangue. O sucesso da recolha levou-a a repetir a “excursão” em Junho e a programar uma nova, a realizar este sábado, dia 12. “Desta vez devem ir dois autocarros”, estando 84 pessoas inscritas. Foi daí que nasceu a ideia de, até porque estamos na altura do computador”, acrescenta. Voltou para casa quase um mês depois, com muitas restrições de higiene e alimentares. Nos últimos anos, enfrentou outras doenças, derivadas da quimioterapia, como taquicardia, um episódio de epilepsia, uma trombose venosa profunda e aumento das dificuldades de visão, entre outras. A tudo isto junta-se a esclerose múltipla que já lhe tinha sido diagnosticada em 2004. A vida nunca mais foi a mesma. “Canso-me muito e não posso fazer muitos esforços. E não posso apanhar muito sol, nem ir à praia”, dá como exemplo. Além disso, apesar de tudo estar a evoluir bem, ainda há a hipótese de o transplante ser rejeitado.
Uma doente oncológica de Paços de Ferreira organizou, recentemente, uma recolha de brinquedos solidária, na iniciativa chamada “Um brinquedo, um sorriso”. Os brinquedos angariados vão ser entregues, este sábado, a crianças que estão em tratamento no IPO Porto. Também este sábado, mais de 80 pessoas vão até ao instituto doar sangue, numa outra iniciativa organizada por Celina Leão. A iniciativa teve “boa adesão”, superando expectativas. Foram recolhidas dezenas de brinquedos que serão distribuídos pela Associação Acreditar na festa de Natal ou noutros dias festivos.
Celina Leão tem 39 anos e é de Lamoso, Paços de Ferreira. Em Fevereiro de 2011, a escriturária teve um episódio de “cansaço gigantesco e inexplicável” que a levou às urgências do Hospital Padre Américo, em Penafiel. O diagnóstico foi pesado e inesperado. A pacense tinha um linfoma a pressionar o coração e os pulmões. “Sou positiva e até costumo reagir bem a tudo. Mas quando ‘caiu a ficha’ foi complicado”, admite. A aceitação não foi fácil. Os pensamentos como “não pode ser verdade” ou “porquê a mim que até levo uma vida saudável” não lhe saíam da cabeça.
Mas ergueu os braços e foi à luta. celInA leão VAI entregá-loS eSte SáBADo e leVAr mAIS De 80 PeSSoAS PArA DoAr SAngUe no meSmo InStItUto Natal, levar também algo para as crianças que estão em tratamento no IPO Porto. Organizou, há duas semanas, uma recolha de brinquedos que vão agora ser entregues a crianças internadas no IPO Porto, com a ajuda da associação Acreditar. “No dia 12 será um ‘dois em um’. Doa-se sangue e entregamos os brinquedos”, explica Celina. Foram recolhidas dezenas de brinquedos, desde bonecos a puzzles, livros, carros e outros, que vão fazer as delícias dos mais novos. A iniciativa pretendeu também sensibilizar pais e crianças para o cancro. “Acho que conseguimos pôr as pessoas a pensar no tema.
Houve pessoas que vieram de longe com os filhos que escolheram o brinquedo para oferecer a estes meninos doentes”, afirma Celina Leão. Entrou numa sucessão de consultas e exames que se mantêm até hoje. A leucemia linfoblástica aguda exigia um transplante de medula. Teve “a sorte” de o irmão ser compatível. Depois de seis meses de quimioterapia intensiva para reduzir o linfoma e de estar em isolamento e praticamente sem visitas no Instituto Português de Oncologia do Porto, onde é seguida, avançou para o transplante. “Passei maus bocados, mas nunca me queixava. A quimioterapia levou-me as defesas a zero”, recorda Celina Leão. “O meu filho, que tinha 10 anos, não me pôde ir ver ao hospital. Falávamos por telefone e pelo NOVA RECOLHA DE SANguE EStE mêS Apesar de tudo isto, Celina Leão nunca perdeu a vontade de viver e de ajudar os outros. Essa vontade ainda cresceu mais nos últimos anos. Como teve que fazer várias transfusões e tem noção das necessidades constantes de sangue, plasma, e plaquetas, em Fevereiro deste ano organizou uma iniciativa que levou um autocarro cheio de pessoas até ao IPO Porto para doar sangue. O sucesso da recolha levou-a a repetir a “excursão” em Junho e a programar uma nova, a realizar este sábado, dia 12. “Desta vez devem ir dois autocarros”, estando 84 pessoas inscritas. Foi daí que nasceu a ideia de, até porque estamos na altura do computador”, acrescenta. Voltou para casa quase um mês depois, com muitas restrições de higiene e alimentares. Nos últimos anos, enfrentou outras doenças, derivadas da quimioterapia, como taquicardia, um episódio de epilepsia, uma trombose venosa profunda e aumento das dificuldades de visão, entre outras. A tudo isto junta-se a esclerose múltipla que já lhe tinha sido diagnosticada em 2004. A vida nunca mais foi a mesma. “Canso-me muito e não posso fazer muitos esforços. E não posso apanhar muito sol, nem ir à praia”, dá como exemplo. Além disso, apesar de tudo estar a evoluir bem, ainda há a hipótese de o transplante ser rejeitado.
YUPI e CNASTI assinalam dia internacional do voluntariado
In "Cidade Hoje"
A Associação YUPI, em parceria com a CNASTI (Confederação Nacional de Ação sobre o Trabalho Infantil) assinalaram o Dia Internacional do Voluntariado, reunindo 40 jovens no Centro de Estudos Camilianos. O trabalho decorria há 3 meses, na Escola Secundária D. Sancho I, e culminou este sábado com um programa sob o título “Escola de Crianças e Jovens para os Direitos Humanos”.
Através de sessões com base na educação não formal, os jovens descobriram de forma ativa a Carta Universal dos Direitos Humanos. Após a reflexão, teve lugar o debate, para o qual foram convidados Glória Teixeira. do Instituto Português do Desporto e Juventude, António Pinto, diretor do Agrupamento de Escolas D. Sancho I, e Mário Passos, vereador da Juventude na Câmara Municipal de Famalicão.
O assunto mais debatido foi o desgaste de um sistema educativo alicerçado na transmissão de conhecimentos e que sem sempre cativa os jovens, acabando por condicioná-los na sua liberdade de expressão e espírito de iniciativa.
Recorde-se que foi a 5 de dezembro de 1985 que as Nações Unidas declararam pela primeira vez o Dia Internacional do Voluntariado com o objetivo de motivar os cidadãos a envolverem-se em projetos de melhoria da qualidade de vida da comunidade.
A Associação YUPI, em parceria com a CNASTI (Confederação Nacional de Ação sobre o Trabalho Infantil) assinalaram o Dia Internacional do Voluntariado, reunindo 40 jovens no Centro de Estudos Camilianos. O trabalho decorria há 3 meses, na Escola Secundária D. Sancho I, e culminou este sábado com um programa sob o título “Escola de Crianças e Jovens para os Direitos Humanos”.
Através de sessões com base na educação não formal, os jovens descobriram de forma ativa a Carta Universal dos Direitos Humanos. Após a reflexão, teve lugar o debate, para o qual foram convidados Glória Teixeira. do Instituto Português do Desporto e Juventude, António Pinto, diretor do Agrupamento de Escolas D. Sancho I, e Mário Passos, vereador da Juventude na Câmara Municipal de Famalicão.
O assunto mais debatido foi o desgaste de um sistema educativo alicerçado na transmissão de conhecimentos e que sem sempre cativa os jovens, acabando por condicioná-los na sua liberdade de expressão e espírito de iniciativa.
Recorde-se que foi a 5 de dezembro de 1985 que as Nações Unidas declararam pela primeira vez o Dia Internacional do Voluntariado com o objetivo de motivar os cidadãos a envolverem-se em projetos de melhoria da qualidade de vida da comunidade.
Guimarães angaria 3.300 euros para refugiados
In "+ Guimarães"
Cerca de 3.300 euros é o valor angariado para o acolhimento de refugiados durante um evento solidário realizado na semana passada no Paço dos Duques de Bragança. A iniciativa, que se desenvolveu no âmbito do Plano de Ação do Município de Guimarães, denominado “Guimarães Acolhe”, contou com a apresentação da nova coleção do estilista Stefen Correia. O evento foi organizado pela marca FreakchicNY e pela Câmara Municipal de Guimarães, com a colaboração do Banco Local de Voluntariado.
Também na semana passada aconteceram duas ações de formação específicas para os voluntários que integram a bolsa de apoio ao processo de acolhimento de refugiados em Guimarães. As ações de sensibilização “Asilo e Refugiados” decorreram na sala de reuniões do Centro Cultural Vila Flor e a entidade formadora foi o Conselho Português para os Refugiados, representado por Mónica Frechaut. Recorde-se que o Plano de Acolhimento aos Refugiados reúne 20 instituições de Guimarães que se predispõem a receber pessoas que estão a fugir da guerra e a integrá-las na sociedade vimaranense. A cidade está a preparar-se para acolher 35 refugiados.
Cerca de 3.300 euros é o valor angariado para o acolhimento de refugiados durante um evento solidário realizado na semana passada no Paço dos Duques de Bragança. A iniciativa, que se desenvolveu no âmbito do Plano de Ação do Município de Guimarães, denominado “Guimarães Acolhe”, contou com a apresentação da nova coleção do estilista Stefen Correia. O evento foi organizado pela marca FreakchicNY e pela Câmara Municipal de Guimarães, com a colaboração do Banco Local de Voluntariado.
Também na semana passada aconteceram duas ações de formação específicas para os voluntários que integram a bolsa de apoio ao processo de acolhimento de refugiados em Guimarães. As ações de sensibilização “Asilo e Refugiados” decorreram na sala de reuniões do Centro Cultural Vila Flor e a entidade formadora foi o Conselho Português para os Refugiados, representado por Mónica Frechaut. Recorde-se que o Plano de Acolhimento aos Refugiados reúne 20 instituições de Guimarães que se predispõem a receber pessoas que estão a fugir da guerra e a integrá-las na sociedade vimaranense. A cidade está a preparar-se para acolher 35 refugiados.
A ilusão da excelente dificuldade
Ana Cristina Santos, in Público on-line
Na área da educação está em causa uma colisão entre modelos muito distintos de bem-estar e cidadania.
Nas últimas semanas, a pretexto de alterações significativas na área da Educação, têm emergido argumentos diversos que veiculam preocupações de ordem distinta.
Os argumentos favoráveis às mudanças descrevem uma recalibração daquilo que é considerado prioritário no ensino, sublinhando a escola enquanto espaço de aprendizagem e de partilha de conhecimentos, de desenvolvimento de competências, de descoberta. Este tipo de argumento enfatiza aspetos como a motivação e o bem-estar das pessoas que constituem a comunidade educativa, com particular atenção para a discência e a docência.
Por outro lado, os argumentos desfavoráveis a alterações como a suspensão da avaliação de professores e professoras nos moldes em que estava definida ou o fim dos exames do 4.º ano a que estavam sujeitas crianças de 10 anos (e também adultos, embora antes da reposição da Democracia em 1974) incidem na alegada desqualificação de conteúdos e na desresponsabilização de profissionais eventualmente menos aptos para o desempenho das suas funções.
Subjacente a uma saudável preocupação com a qualidade do ensino disponível para crianças e adolescentes está um guião invisível que, por não ser enunciado, corre o risco de passar por elemento constitutivo e inquestionável. Trata-se do princípio da dificuldade enquanto garantia de excelência. De acordo com este guião, tudo aquilo que não resulte em elevadas taxas de demonstrado insucesso decorre de um facilitismo abusivo, com o qual um Estado cumpridor e responsável não pode compactuar. Na tentativa de contrariar a desqualificação, implementaram-se medidas que geraram sempre, e em todos os sectores da comunidade educativa (incluindo associações de pais), muitas dúvidas, no melhor dos cenários. E é bom recordar que tais dúvidas não resultaram de pessimismo congénito ou resistência à mudança, mas sim da constatação de que crianças com episódios repetidos de ansiedade antes de exames ou docentes com crescentes taxas de depressão não inspirariam o melhor que devemos exigir do sistema de ensino.
É na escola que as crianças e adolescentes passam a maior parte do tempo (se excluirmos as horas de sono). Esta constatação deve levar-nos a esperar que seja também na escola que crianças e adolescentes estejam em segurança, em contacto com conteúdos transversais e inclusivos, com profissionais motivados para acompanhar alunos e alunas, participando coletivamente na construção de um mundo comum onde o conhecimento é parte integrante da dignidade humana.
Contudo, de acordo com o modelo de excelência assente no princípio da dificuldade, a escola deveria converter-se numa unidade de transmutação de espírito crítico em reprodução conformista, substituindo-se ética, dedicação e curiosidade intelectual pelo tributo a uma linearidade reativa de inspiração pavloviana, visando o escrupuloso cumprimento de indicadores numéricos. Toda a vertente relacional, que confere à escola o sentido de comunidade, é erradicada, confundindo-se obediência com responsabilidade, repetição com aprendizagem.
Não é necessária uma argumentação extensa para demonstrar a fragilidade destes pressupostos, e talvez por essa razão – aliada à urgência de trabalhar para devolver à escola o seu papel insubstituível – as vozes que reclamam o regresso dos exames do 4.º ano parecem ocupar mais espaço. Não deixa de causar alguma estranheza que sejam estas as mesmas vozes que, no passado, utilizaram a expressão “superior interesse da criança” como justificação insuspeita para adiar uma série de direitos que, reconhecemos agora, visavam justamente combater a desproteção jurídica e garantir igualdade de oportunidades e reconhecimento a todas as crianças.
Em causa está, em suma, uma colisão entre modelos muito distintos de bem-estar e cidadania: entre quem se congratula com o facto de apenas colégios privados constarem do top 10 das melhores escolas do país, e todas as outras pessoas que acreditam, enfim, que “o Estado promove a democratização da educação e as demais condições para que a educação, realizada através da escola e de outros meios formativos, contribua para a igualdade de oportunidades, a superação das desigualdades económicas, sociais e culturais, o desenvolvimento da personalidade e do espírito de tolerância, de compreensão mútua, de solidariedade e de responsabilidade, para o progresso social e para a participação democrática na vida coletiva.” (artigo 73.º da Constituição da República Portuguesa).
Investigadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
Na área da educação está em causa uma colisão entre modelos muito distintos de bem-estar e cidadania.
Nas últimas semanas, a pretexto de alterações significativas na área da Educação, têm emergido argumentos diversos que veiculam preocupações de ordem distinta.
Os argumentos favoráveis às mudanças descrevem uma recalibração daquilo que é considerado prioritário no ensino, sublinhando a escola enquanto espaço de aprendizagem e de partilha de conhecimentos, de desenvolvimento de competências, de descoberta. Este tipo de argumento enfatiza aspetos como a motivação e o bem-estar das pessoas que constituem a comunidade educativa, com particular atenção para a discência e a docência.
Por outro lado, os argumentos desfavoráveis a alterações como a suspensão da avaliação de professores e professoras nos moldes em que estava definida ou o fim dos exames do 4.º ano a que estavam sujeitas crianças de 10 anos (e também adultos, embora antes da reposição da Democracia em 1974) incidem na alegada desqualificação de conteúdos e na desresponsabilização de profissionais eventualmente menos aptos para o desempenho das suas funções.
Subjacente a uma saudável preocupação com a qualidade do ensino disponível para crianças e adolescentes está um guião invisível que, por não ser enunciado, corre o risco de passar por elemento constitutivo e inquestionável. Trata-se do princípio da dificuldade enquanto garantia de excelência. De acordo com este guião, tudo aquilo que não resulte em elevadas taxas de demonstrado insucesso decorre de um facilitismo abusivo, com o qual um Estado cumpridor e responsável não pode compactuar. Na tentativa de contrariar a desqualificação, implementaram-se medidas que geraram sempre, e em todos os sectores da comunidade educativa (incluindo associações de pais), muitas dúvidas, no melhor dos cenários. E é bom recordar que tais dúvidas não resultaram de pessimismo congénito ou resistência à mudança, mas sim da constatação de que crianças com episódios repetidos de ansiedade antes de exames ou docentes com crescentes taxas de depressão não inspirariam o melhor que devemos exigir do sistema de ensino.
É na escola que as crianças e adolescentes passam a maior parte do tempo (se excluirmos as horas de sono). Esta constatação deve levar-nos a esperar que seja também na escola que crianças e adolescentes estejam em segurança, em contacto com conteúdos transversais e inclusivos, com profissionais motivados para acompanhar alunos e alunas, participando coletivamente na construção de um mundo comum onde o conhecimento é parte integrante da dignidade humana.
Contudo, de acordo com o modelo de excelência assente no princípio da dificuldade, a escola deveria converter-se numa unidade de transmutação de espírito crítico em reprodução conformista, substituindo-se ética, dedicação e curiosidade intelectual pelo tributo a uma linearidade reativa de inspiração pavloviana, visando o escrupuloso cumprimento de indicadores numéricos. Toda a vertente relacional, que confere à escola o sentido de comunidade, é erradicada, confundindo-se obediência com responsabilidade, repetição com aprendizagem.
Não é necessária uma argumentação extensa para demonstrar a fragilidade destes pressupostos, e talvez por essa razão – aliada à urgência de trabalhar para devolver à escola o seu papel insubstituível – as vozes que reclamam o regresso dos exames do 4.º ano parecem ocupar mais espaço. Não deixa de causar alguma estranheza que sejam estas as mesmas vozes que, no passado, utilizaram a expressão “superior interesse da criança” como justificação insuspeita para adiar uma série de direitos que, reconhecemos agora, visavam justamente combater a desproteção jurídica e garantir igualdade de oportunidades e reconhecimento a todas as crianças.
Em causa está, em suma, uma colisão entre modelos muito distintos de bem-estar e cidadania: entre quem se congratula com o facto de apenas colégios privados constarem do top 10 das melhores escolas do país, e todas as outras pessoas que acreditam, enfim, que “o Estado promove a democratização da educação e as demais condições para que a educação, realizada através da escola e de outros meios formativos, contribua para a igualdade de oportunidades, a superação das desigualdades económicas, sociais e culturais, o desenvolvimento da personalidade e do espírito de tolerância, de compreensão mútua, de solidariedade e de responsabilidade, para o progresso social e para a participação democrática na vida coletiva.” (artigo 73.º da Constituição da República Portuguesa).
Investigadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
Restaurante McDonald´s angariam mais de 97 mil euros
In "Correio de Azeméis"
Pelo 14.° ano consecutivo, os restaurantes McDonald's nacionais levaram a cabo a campanha McSorriso, uma iniciativa de angariação de fundos a favor da Fundação Infantil Ronald McDonald e das Casas Ronald McDonald de Lisboa e do Porto, que apoiam famílias com crianças em tratamento hospitalar. Este ano, de acordo com dados que nos foram adiantados em comunicado, o montante angariado superou os 97 mil euros. Assim, com a mensagem 'Visitar é ajudar: tenha um lugar neste coração, a campanha McSorriso, criada em 2002, já permitiu que os restaurantes McDonald's em Portugal contribuíssem com mais de 997 mil euros para a Fundação Infantil Ronald McDonald continuar a ajudar as Casas Ronald McDonald a cumprirem a sua missão: Serem as 'casas longe de casa para as famílias que vivem longe dos hospitais onde as suas crianças estão em tratamento.
Pelo 14.° ano consecutivo, os restaurantes McDonald's nacionais levaram a cabo a campanha McSorriso, uma iniciativa de angariação de fundos a favor da Fundação Infantil Ronald McDonald e das Casas Ronald McDonald de Lisboa e do Porto, que apoiam famílias com crianças em tratamento hospitalar. Este ano, de acordo com dados que nos foram adiantados em comunicado, o montante angariado superou os 97 mil euros. Assim, com a mensagem 'Visitar é ajudar: tenha um lugar neste coração, a campanha McSorriso, criada em 2002, já permitiu que os restaurantes McDonald's em Portugal contribuíssem com mais de 997 mil euros para a Fundação Infantil Ronald McDonald continuar a ajudar as Casas Ronald McDonald a cumprirem a sua missão: Serem as 'casas longe de casa para as famílias que vivem longe dos hospitais onde as suas crianças estão em tratamento.
Restaurante Viva Lisboa conquista novos públicos e abraça causas sociais
In "Atualidade"
O restaurante Viva Lisboa está a todo o vapor para conquistar novos públicos e abraçar causas sociais. São várias as iniciativas acolhidas pelo restaurante que visam dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pela sua equipa, chefiada por Pedro Santos Almeida. Uma equipa jovem e talentosa, que diariamente leva à mesa novidades gastronómicas versáteis. Dando continuidade ao trabalho que tém desenvolvido na área da sustentabilidade e responsabilidade social, o Viva Lisboa criou, no âmbito da sua adesão ao "Rota do Tejo Gourmet-Lisboa Restaurante Week", um menu especial para ajudar a equipar o Hospital Dona Estefânia. O "Menu Solidário" previa que por cada 50 menus solidários vendidos, os clientes do restaurante Viva Lisboa ajudassem na oferta de um equipamento de primeira necessidade ao Hospital Dona Estefânia. Foi a terceira vez que o Viva Lisboa participou no "Lisboa Restaurante Week".
O restaurante Viva Lisboa está a todo o vapor para conquistar novos públicos e abraçar causas sociais. São várias as iniciativas acolhidas pelo restaurante que visam dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pela sua equipa, chefiada por Pedro Santos Almeida. Uma equipa jovem e talentosa, que diariamente leva à mesa novidades gastronómicas versáteis. Dando continuidade ao trabalho que tém desenvolvido na área da sustentabilidade e responsabilidade social, o Viva Lisboa criou, no âmbito da sua adesão ao "Rota do Tejo Gourmet-Lisboa Restaurante Week", um menu especial para ajudar a equipar o Hospital Dona Estefânia. O "Menu Solidário" previa que por cada 50 menus solidários vendidos, os clientes do restaurante Viva Lisboa ajudassem na oferta de um equipamento de primeira necessidade ao Hospital Dona Estefânia. Foi a terceira vez que o Viva Lisboa participou no "Lisboa Restaurante Week".
Henkel apoia três projetos portugueses no âmbito do seu Programa de Ajuda Social
In "RH Magazine"
A iniciativa "Make an Impact on Tomorrow" IMITI, que celebra este ano a sua 178 edição, promove o voluntariado social e destina recursos económicos a projetos solidários propostos pelos empregados da empresa. Fiel ao compromisso da Henkel com a sociedade, mais uma vez foram escolhidos pela empresa os projetos propostos pelos empregados. Desta vez a Henkel Ibérica selecionou 17 iniciativas dirigidas a comunidades desfavorecidas e vulneráveis, entre elas 3 em Portugal. Em paralelo com os contributos económicos cedidos peta empresa, os próprios empregados participaram nalgumas das ações realizando voluntariado empresarial Anualmente, a Henkel investe aproximadamente 8,2 milhões de euros no Programa de Ajuda Social MIT, o que permitiu desenvolver até agora mais de 10.000 projetos em 42 paises diferentes, beneficiando mais de 1,2 milhões de pessoas.
A iniciativa "Make an Impact on Tomorrow" IMITI, que celebra este ano a sua 178 edição, promove o voluntariado social e destina recursos económicos a projetos solidários propostos pelos empregados da empresa. Fiel ao compromisso da Henkel com a sociedade, mais uma vez foram escolhidos pela empresa os projetos propostos pelos empregados. Desta vez a Henkel Ibérica selecionou 17 iniciativas dirigidas a comunidades desfavorecidas e vulneráveis, entre elas 3 em Portugal. Em paralelo com os contributos económicos cedidos peta empresa, os próprios empregados participaram nalgumas das ações realizando voluntariado empresarial Anualmente, a Henkel investe aproximadamente 8,2 milhões de euros no Programa de Ajuda Social MIT, o que permitiu desenvolver até agora mais de 10.000 projetos em 42 paises diferentes, beneficiando mais de 1,2 milhões de pessoas.
Refugiados que chegam a Portugal foram “objecto de um escrutínio bastante rigoroso"
In "Rádio Renascença"
A garantia é dada pela ministra da Administração Interna. Primeiro grupo de 24 pessoas chega a Portugal na quinta-feira.
O grupo de 24 refugiados que vai chegar na quinta-feira a Portugal foi cuidadosamente seleccionado, garante a ministra da Administração Interna. Constança Urbano de Sousa afirma que não há risco de associação a grupos de terrorismo.
“Todas essas pessoas são perfeitamente escrutinadas antes de serem recolocadas – por isso é que é um processo que está a ser moroso – e são sempre objecto de um escrutínio e de uma identificação bastante rigoroso”, assegura.
A ministra esteve esta terça-feira na conferência nacional "Portugal e os compromissos da agenda europeia para as migrações" organizada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Na quinta-feira, chega a Portugal o primeiro grupo de refugiados no âmbito do Programa de Relocalização de Refugiados na União Europeia. São seis famílias com crianças, oriundas da Eritreia, do Iraque e da Síria. Estão actualmente na Grécia e em Itália.
O processo de acolhimento ficará a cargo da Câmara de Lisboa e de outras entidades, como o Conselho Português para os Refugiados, a União das Misericórdias Portuguesas e o Serviço Jesuíta aos Refugiados.
Ao chegarem ao aeroporto de Lisboa, serão acolhidos em Lisboa, Cacém, Torres Vedras, Marinha Grande, Penafiel e Vinhais.
O primeiro grupo de refugiados faz parte dos cerca de 4.500 que Portugal deverá receber nos próximos dois anos.
Segundo Constança Urbano de Sousa, não existe ainda prazo previsto para a chegada de mais refugiados, uma vez que a recolocação "depende muito da selecção e de todo um procedimento que ocorre nos centros de acolhimento que é da responsabilidade das autoridades italianos e gregas".
A garantia é dada pela ministra da Administração Interna. Primeiro grupo de 24 pessoas chega a Portugal na quinta-feira.
O grupo de 24 refugiados que vai chegar na quinta-feira a Portugal foi cuidadosamente seleccionado, garante a ministra da Administração Interna. Constança Urbano de Sousa afirma que não há risco de associação a grupos de terrorismo.
“Todas essas pessoas são perfeitamente escrutinadas antes de serem recolocadas – por isso é que é um processo que está a ser moroso – e são sempre objecto de um escrutínio e de uma identificação bastante rigoroso”, assegura.
A ministra esteve esta terça-feira na conferência nacional "Portugal e os compromissos da agenda europeia para as migrações" organizada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Na quinta-feira, chega a Portugal o primeiro grupo de refugiados no âmbito do Programa de Relocalização de Refugiados na União Europeia. São seis famílias com crianças, oriundas da Eritreia, do Iraque e da Síria. Estão actualmente na Grécia e em Itália.
O processo de acolhimento ficará a cargo da Câmara de Lisboa e de outras entidades, como o Conselho Português para os Refugiados, a União das Misericórdias Portuguesas e o Serviço Jesuíta aos Refugiados.
Ao chegarem ao aeroporto de Lisboa, serão acolhidos em Lisboa, Cacém, Torres Vedras, Marinha Grande, Penafiel e Vinhais.
O primeiro grupo de refugiados faz parte dos cerca de 4.500 que Portugal deverá receber nos próximos dois anos.
Segundo Constança Urbano de Sousa, não existe ainda prazo previsto para a chegada de mais refugiados, uma vez que a recolocação "depende muito da selecção e de todo um procedimento que ocorre nos centros de acolhimento que é da responsabilidade das autoridades italianos e gregas".
Deco preocupada com gastos do Natal. “Situação das famílias agravou-se face a 2014”
in RR
Dados da rede Multibanco revelam que as compras realizadas, entre 23 de Novembro e 27 de Dezembro, ascenderam a 3.712 milhões de euros, mais 7,3% que em igual período de 2014.
A Deco apelou aos portugueses que privilegiem a poupança e o consumo responsável, manifestando preocupação com os gastos das famílias neste Natal, que podem ter sido potenciados pela ideia incorrecta do fim da crise.
Dados da SIBS, gestora da rede Multibanco, revelam que as compras realizadas nos terminais, entre 23 de Novembro e 27 de Dezembro, ascenderam a 3.712 milhões de euros, mais 7,3% que em igual período de 2014.
Para a coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado (GAS) da Deco, estes dados "são preocupantes" porque as dificuldades financeiras das famílias permanecem.
"No que concerne a famílias em situação de dificuldade os números são semelhantes aos que se verificaram em 2014" e superiores aos de 2012 e 2013, o que permite verificar que "não há uma alteração significativa da situação financeira das famílias", adiantou.
Por outro lado, "olhando para a situação das famílias em 2015 nós verificamos que ela até se agravou face a 2014", sublinhou Natália Nunes.
Segundo a responsável, a maior parte das famílias que pede ajuda ao GAS já não tem qualquer capacidade de reestruturar a sua situação: "São famílias que vão ser confrontadas, se ainda não estão, com a penhora dos bens e dos rendimentos ou até com o recurso ao tribunal para pedirem a sua insolvência".
Sobre as razões que poderão ter levado a este comportamento dos portugueses, apontou o "clima de alguma euforia" que se criou sobre o fim da crise.
"A verdade é que desde o verão tem-se criado um clima de alguma euforia que tem levado a que as famílias tenham a ideia, às vezes não correcta, de que as dificuldades estão ultrapassadas, que a crise terminou e a sua situação financeira se vai alterar", sublinhou.
Comportamentos de risco
Esta situação está a preocupar a Deco, que nos últimos tempos tem vindo a verificar, relativamente à concessão de crédito, que tanto as famílias, como as instituições de crédito, estão "a ter os comportamentos que tinham antes da crise, ou seja, estão a ser menos responsáveis na forma como lidam como o dinheiro".
"A nossa preocupação vai no sentido de que tanto as instituições de crédito como as famílias não estejam a acautelar os seus direitos e não estejam a ser responsáveis na forma como lidam com o seu dinheiro e que isso venha a trazer consequências a médio prazo", salientou.
O número de famílias sobreendividadas que recorreu à Deco estava no final de Outubro próximo do nível verificado no mesmo período de 2014 (cerca de 26 mil), numa altura em que a taxa de poupança dos particulares estava em mínimos desde 1995.
"Há aqui já por parte dos consumidores o privilegiar do consumo e esquecer a poupança", disse Natália Nunes, lamentando que a expectativa do GAS de que a crise servisse para alertar os consumidores para a necessidade de gerirem de forma correcta o seu dinheiro, privilegiando a poupança, não ter tido esse efeito.
Numa altura em que se inicia um novo ano, Natália Nunes apelou às famílias para repensarem "a forma como lidam com o dinheiro" e como organizam o seu orçamento mensal.
As famílias têm de contemplar "o consumo de forma responsável e privilegiar a poupança, que é fundamental se formos confrontados com algum imprevisto a curto prazo e para acautelar a idade da reforma".
Dados da rede Multibanco revelam que as compras realizadas, entre 23 de Novembro e 27 de Dezembro, ascenderam a 3.712 milhões de euros, mais 7,3% que em igual período de 2014.
A Deco apelou aos portugueses que privilegiem a poupança e o consumo responsável, manifestando preocupação com os gastos das famílias neste Natal, que podem ter sido potenciados pela ideia incorrecta do fim da crise.
Dados da SIBS, gestora da rede Multibanco, revelam que as compras realizadas nos terminais, entre 23 de Novembro e 27 de Dezembro, ascenderam a 3.712 milhões de euros, mais 7,3% que em igual período de 2014.
Para a coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado (GAS) da Deco, estes dados "são preocupantes" porque as dificuldades financeiras das famílias permanecem.
"No que concerne a famílias em situação de dificuldade os números são semelhantes aos que se verificaram em 2014" e superiores aos de 2012 e 2013, o que permite verificar que "não há uma alteração significativa da situação financeira das famílias", adiantou.
Por outro lado, "olhando para a situação das famílias em 2015 nós verificamos que ela até se agravou face a 2014", sublinhou Natália Nunes.
Segundo a responsável, a maior parte das famílias que pede ajuda ao GAS já não tem qualquer capacidade de reestruturar a sua situação: "São famílias que vão ser confrontadas, se ainda não estão, com a penhora dos bens e dos rendimentos ou até com o recurso ao tribunal para pedirem a sua insolvência".
Sobre as razões que poderão ter levado a este comportamento dos portugueses, apontou o "clima de alguma euforia" que se criou sobre o fim da crise.
"A verdade é que desde o verão tem-se criado um clima de alguma euforia que tem levado a que as famílias tenham a ideia, às vezes não correcta, de que as dificuldades estão ultrapassadas, que a crise terminou e a sua situação financeira se vai alterar", sublinhou.
Comportamentos de risco
Esta situação está a preocupar a Deco, que nos últimos tempos tem vindo a verificar, relativamente à concessão de crédito, que tanto as famílias, como as instituições de crédito, estão "a ter os comportamentos que tinham antes da crise, ou seja, estão a ser menos responsáveis na forma como lidam como o dinheiro".
"A nossa preocupação vai no sentido de que tanto as instituições de crédito como as famílias não estejam a acautelar os seus direitos e não estejam a ser responsáveis na forma como lidam com o seu dinheiro e que isso venha a trazer consequências a médio prazo", salientou.
O número de famílias sobreendividadas que recorreu à Deco estava no final de Outubro próximo do nível verificado no mesmo período de 2014 (cerca de 26 mil), numa altura em que a taxa de poupança dos particulares estava em mínimos desde 1995.
"Há aqui já por parte dos consumidores o privilegiar do consumo e esquecer a poupança", disse Natália Nunes, lamentando que a expectativa do GAS de que a crise servisse para alertar os consumidores para a necessidade de gerirem de forma correcta o seu dinheiro, privilegiando a poupança, não ter tido esse efeito.
Numa altura em que se inicia um novo ano, Natália Nunes apelou às famílias para repensarem "a forma como lidam com o dinheiro" e como organizam o seu orçamento mensal.
As famílias têm de contemplar "o consumo de forma responsável e privilegiar a poupança, que é fundamental se formos confrontados com algum imprevisto a curto prazo e para acautelar a idade da reforma".
Funcionários públicos recebem reposições salariais já no princípio do ano
Eunice Lourenço, in RR
Os cortes remontam a 2011. Este ano já foram revertidos em 20% e, no próximo, os funcionários passam a ter uma reposição trimestral de 25% dos restantes 80%.
Os funcionários públicos podem receber a reposição salarial aprovada pelo Governo já no princípio do ano. É o que decorre de um decreto do Ministério das Finanças publicado, esta quarta-feira, em “Diário da República” e que regula a aplicação do regime de duodécimos até que exista Orçamento do Estado para 2016.
Os cortes salariais da função pública remontam a 2011. Este ano já foram revertidos em 20% e, no próximo, os funcionários passam a ter uma reposição trimestral de 25% dos restantes 80%.
A lei da reposição salarial, que resulta de um acordo entre o PS e o Bloco de Esquerda, foi aprovada dia 18 no Parlamento, mas ainda aguarda promulgação pelo Presidente da República. Contudo, o regime de duodécimos impediria, por princípio, um aumento da despesa enquanto não houvesse Orçamento do Estado. Mas o Governo decidiu excluir da aplicação dos duodécimos as despesas destinadas ao pagamento dos gastos com pessoal.
O decreto publicado tem ainda outras excepções do regime duodecimal: as despesas cujas fontes de financiamento não sejam receitas gerais do Estado, as despesas destinadas ao pagamento de contribuições e de quotizações para organizações internacionais, as despesas excepcionais e os pagamentos dos encargos da dívida pública.
Os cortes remontam a 2011. Este ano já foram revertidos em 20% e, no próximo, os funcionários passam a ter uma reposição trimestral de 25% dos restantes 80%.
Os funcionários públicos podem receber a reposição salarial aprovada pelo Governo já no princípio do ano. É o que decorre de um decreto do Ministério das Finanças publicado, esta quarta-feira, em “Diário da República” e que regula a aplicação do regime de duodécimos até que exista Orçamento do Estado para 2016.
Os cortes salariais da função pública remontam a 2011. Este ano já foram revertidos em 20% e, no próximo, os funcionários passam a ter uma reposição trimestral de 25% dos restantes 80%.
A lei da reposição salarial, que resulta de um acordo entre o PS e o Bloco de Esquerda, foi aprovada dia 18 no Parlamento, mas ainda aguarda promulgação pelo Presidente da República. Contudo, o regime de duodécimos impediria, por princípio, um aumento da despesa enquanto não houvesse Orçamento do Estado. Mas o Governo decidiu excluir da aplicação dos duodécimos as despesas destinadas ao pagamento dos gastos com pessoal.
O decreto publicado tem ainda outras excepções do regime duodecimal: as despesas cujas fontes de financiamento não sejam receitas gerais do Estado, as despesas destinadas ao pagamento de contribuições e de quotizações para organizações internacionais, as despesas excepcionais e os pagamentos dos encargos da dívida pública.
Nunca gastámos tanto dinheiro em compras
Virgínia Alves, in Jornal de Notícias
Entre 23 de novembro e 27 de dezembro, os portugueses pagaram 3712 milhões de euros em compras efetuadas com o cartão multibanco, mais 7,3% do que em igual período de 2014. Segundo os dados mensais registados pelo Banco de Portugal, estas quatro semanas natalícias de 2015 foram aquelas em que os portugueses mais gastaram desde que há registo, isto é, desde 2000.
Foram precisas 93,4 milhões operações de pagamento com multibanco para chegar àquele máximo histórico em valor.
Quem sai à rua, sobretudo nas grandes cidades, já notou a azáfama no comércio de rua e nos shoppings. Esse cenário era ontem bem visível na Rua Santa Catarina, na Invicta, e também nos acessos aos principais centros comerciais do Grande Porto. Primeiro foram as compras para o dia 24 e depois vieram as trocas das prendas de Natal, em simultâneo com os primeiros saldos com maiores descontos.
Entre 23 de novembro e 27 de dezembro, os portugueses pagaram 3712 milhões de euros em compras efetuadas com o cartão multibanco, mais 7,3% do que em igual período de 2014. Segundo os dados mensais registados pelo Banco de Portugal, estas quatro semanas natalícias de 2015 foram aquelas em que os portugueses mais gastaram desde que há registo, isto é, desde 2000.
Foram precisas 93,4 milhões operações de pagamento com multibanco para chegar àquele máximo histórico em valor.
Quem sai à rua, sobretudo nas grandes cidades, já notou a azáfama no comércio de rua e nos shoppings. Esse cenário era ontem bem visível na Rua Santa Catarina, na Invicta, e também nos acessos aos principais centros comerciais do Grande Porto. Primeiro foram as compras para o dia 24 e depois vieram as trocas das prendas de Natal, em simultâneo com os primeiros saldos com maiores descontos.
Cáritas ajuda a alimentar 160 mil pessoas
Eduardo Pinto, in Jornal de Notícias
A Cáritas Portuguesa ainda não encerrou as contas de 2015, mas sabendo que nos primeiros seis meses do ano chegaram 78 362 pedidos de ajuda, os dados sugerem que o balanço seja semelhante ao de 2014, ano em que apoiou 160 608 pessoas carenciadas.
O presidente daquele organismo, Eugénio Fonseca, adiantou ao JN que os pedidos devem-se, principalmente, a "problemas de falta de trabalho e insuficiência de rendimentos". Há zonas no país, sobretudo no litoral, onde "continuam a aparecer novos casos", comparativamente com o ano passado, mas mesmo assim "sem a afluência dos anos anteriores".
Ao comparar o primeiro semestre de 2015 com o de 2014, verifica-se que este ano foram atendidas mais 4534 pessoas. Este aumento é visto por Eugénio Fonseca como sinal de que "as pessoas carenciadas procuram ajuda mais vezes", recorrência justificada por "terem deixado de receber prestações sociais, como o subsídio de desemprego" e, em poucos casos, "terem esgotado as poucas poupanças conseguidas durante os anos de trabalho".
A Cáritas Portuguesa ainda não encerrou as contas de 2015, mas sabendo que nos primeiros seis meses do ano chegaram 78 362 pedidos de ajuda, os dados sugerem que o balanço seja semelhante ao de 2014, ano em que apoiou 160 608 pessoas carenciadas.
O presidente daquele organismo, Eugénio Fonseca, adiantou ao JN que os pedidos devem-se, principalmente, a "problemas de falta de trabalho e insuficiência de rendimentos". Há zonas no país, sobretudo no litoral, onde "continuam a aparecer novos casos", comparativamente com o ano passado, mas mesmo assim "sem a afluência dos anos anteriores".
Ao comparar o primeiro semestre de 2015 com o de 2014, verifica-se que este ano foram atendidas mais 4534 pessoas. Este aumento é visto por Eugénio Fonseca como sinal de que "as pessoas carenciadas procuram ajuda mais vezes", recorrência justificada por "terem deixado de receber prestações sociais, como o subsídio de desemprego" e, em poucos casos, "terem esgotado as poucas poupanças conseguidas durante os anos de trabalho".
Overdose. Álcool matou mais pessoas do que cocaína e heroína
in Diário de Notícias
Rua Cor de Rosa, no Cais do Sodré. Ambiente após a entrada em vigor da nova lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos.
Maioria dos casos registou-se entre os 45 e os 54 anos. Álcool é um dos cinco principais fatores de risco de morte ou doença
Em Portugal morreram 44 pessoas de overdose alcoólica. Ou seja, o consumo de bebida foi tão elevado num curto espaço de tempo que o corpo não teve capacidade para reagir à toxicidade, levando à falência dos órgãos. Este número refere-se ao ano passado e é surpreendente ainda mais quando comparado com as mortes provocadas por overdose de drogas. Em 2013 foram 22, sobretudo provocadas pelo consumo de opiáceos (o mais conhecido é a heroína) e de cocaína. O álcool é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um dos cinco principais fatores de risco de morte ou doença.
"As overdoses por álcool são mais do que as devida ao consumo de drogas. Em 2014 foram 44. A faixa etária mais prevalente foi a de 45-54 anos e daí para baixo", revela ao DN Manuel Cardoso, subdiretor-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), que confessa um misto de surpresa e de choque com o que os dados agora conhecidos revelam. A overdose acontece quando o fígado não é capaz de decompor os produtos tóxicos, levando ao desacelerar do sistema respiratório. O que pode acontecer com 0,6% de álcool no sangue.
Se comparadas, as overdoses por álcool são o dobro das provocadas pelas drogas ilícitas. Em 2013, o relatório "A Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências", registou 22 mortes por overdose de drogas, com destaque para os opiáceos (46% dos casos), seguidos da cocaína (36%) e da metadona (27%). Nos dois anos anteriores a tendência foi semelhante: em 2012 registaram-se 29 overdoses por drogas ilícitas e em 2011 foram 19.
Embora o consumo esteja a descer, Portugal continua no top dos maiores bebedores per capita. E o consumo exagerado traz um preço a pagar que continua a ser muito alto. "Nos acidentes rodoviários 15% das mortes são atribuídas ao álcool, na violência 22% dos abusos estão relacionados com este consumo e 22% dos suicídios e sofrimento autoinfligido são atribuídos ao álcool. Nas doenças de fígado, o álcool tem um peso de 50% e 30% dos cancros da boca e da faringe estão relacionados com o este consumo", exemplifica.
"É um produto barato e acessível"
"São estas mortes que levam a que a esperança média de vida à nascença reduza em comparação com outros países europeus. O álcool contribui em, pelo menos, 6% para a redução da esperança e da qualidade de vida", refere o subdiretor-geral do SICAD, lembrando que o álcool é considerado pela OMS um dos cinco principais fatores de risco de morte ou doença. Impacto que é visível no número de anos de vida saudável, por exemplo quando se compara Portugal com os países nórdicos. "Aos 65 anos esperamos viver mais 20. Enquanto os nórdicos têm 14 a 15 anos de vida saudável, nós invertemos e temos seis a sete anos", acrescenta.
Mudar comportamentos
A lei do álcool foi alterada neste ano, passando a proibir a venda de todas as bebidas a menores de 18 anos. Manuel Cardoso explica que não é possível esperar uma mudança imediata nos padrões de consumo, mas quer ver resultados dentro de três a quatro anos, à medida que os novos limites forem sendo interiorizados. "O que assumimos com os nossos parceiros é que com menos de 18 anos não se bebe. Temos de ter uma educação para o consumo responsável", sublinha.
Os parceiros de que fala fazem parte do Fórum Álcool e Saúde, que junta 79 membros, desde a saúde, à indústria, vendedores, autoridades policiais, escolas e associações de pais. "Acreditamos que é através desta intervenção que mudamos mentalidades para maior consciência dos efeitos nocivos do álcool", diz. A publicidade, aponta, tem estado a mudar, nas escolas trabalha-se com os jovens em projetos como "Eu e os outros", em que o protagonista da história tem de tomar a decisão certa e que está a mudar de comportamentos.
Com as polícias aposta-se na fiscalização. "Um dos compromissos com a PSP e a GNR é o aumento dos testes de alcoolemia, que passaram de cerca de 500 mil para um milhão. A cada três anos o condutor devia ser testado para saber que existe fiscalização", frisa, salientando que vigiar a venda nos bares e nos restaurantes é difícil. "Tenho consciência de que dão o seu melhor, mas não têm vida fácil. O que me entristece são os pais que não se preocupam com os filhos", afirma Manuel Cardoso.
Rua Cor de Rosa, no Cais do Sodré. Ambiente após a entrada em vigor da nova lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos.
Maioria dos casos registou-se entre os 45 e os 54 anos. Álcool é um dos cinco principais fatores de risco de morte ou doença
Em Portugal morreram 44 pessoas de overdose alcoólica. Ou seja, o consumo de bebida foi tão elevado num curto espaço de tempo que o corpo não teve capacidade para reagir à toxicidade, levando à falência dos órgãos. Este número refere-se ao ano passado e é surpreendente ainda mais quando comparado com as mortes provocadas por overdose de drogas. Em 2013 foram 22, sobretudo provocadas pelo consumo de opiáceos (o mais conhecido é a heroína) e de cocaína. O álcool é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um dos cinco principais fatores de risco de morte ou doença.
"As overdoses por álcool são mais do que as devida ao consumo de drogas. Em 2014 foram 44. A faixa etária mais prevalente foi a de 45-54 anos e daí para baixo", revela ao DN Manuel Cardoso, subdiretor-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), que confessa um misto de surpresa e de choque com o que os dados agora conhecidos revelam. A overdose acontece quando o fígado não é capaz de decompor os produtos tóxicos, levando ao desacelerar do sistema respiratório. O que pode acontecer com 0,6% de álcool no sangue.
Se comparadas, as overdoses por álcool são o dobro das provocadas pelas drogas ilícitas. Em 2013, o relatório "A Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências", registou 22 mortes por overdose de drogas, com destaque para os opiáceos (46% dos casos), seguidos da cocaína (36%) e da metadona (27%). Nos dois anos anteriores a tendência foi semelhante: em 2012 registaram-se 29 overdoses por drogas ilícitas e em 2011 foram 19.
Embora o consumo esteja a descer, Portugal continua no top dos maiores bebedores per capita. E o consumo exagerado traz um preço a pagar que continua a ser muito alto. "Nos acidentes rodoviários 15% das mortes são atribuídas ao álcool, na violência 22% dos abusos estão relacionados com este consumo e 22% dos suicídios e sofrimento autoinfligido são atribuídos ao álcool. Nas doenças de fígado, o álcool tem um peso de 50% e 30% dos cancros da boca e da faringe estão relacionados com o este consumo", exemplifica.
"É um produto barato e acessível"
"São estas mortes que levam a que a esperança média de vida à nascença reduza em comparação com outros países europeus. O álcool contribui em, pelo menos, 6% para a redução da esperança e da qualidade de vida", refere o subdiretor-geral do SICAD, lembrando que o álcool é considerado pela OMS um dos cinco principais fatores de risco de morte ou doença. Impacto que é visível no número de anos de vida saudável, por exemplo quando se compara Portugal com os países nórdicos. "Aos 65 anos esperamos viver mais 20. Enquanto os nórdicos têm 14 a 15 anos de vida saudável, nós invertemos e temos seis a sete anos", acrescenta.
Mudar comportamentos
A lei do álcool foi alterada neste ano, passando a proibir a venda de todas as bebidas a menores de 18 anos. Manuel Cardoso explica que não é possível esperar uma mudança imediata nos padrões de consumo, mas quer ver resultados dentro de três a quatro anos, à medida que os novos limites forem sendo interiorizados. "O que assumimos com os nossos parceiros é que com menos de 18 anos não se bebe. Temos de ter uma educação para o consumo responsável", sublinha.
Os parceiros de que fala fazem parte do Fórum Álcool e Saúde, que junta 79 membros, desde a saúde, à indústria, vendedores, autoridades policiais, escolas e associações de pais. "Acreditamos que é através desta intervenção que mudamos mentalidades para maior consciência dos efeitos nocivos do álcool", diz. A publicidade, aponta, tem estado a mudar, nas escolas trabalha-se com os jovens em projetos como "Eu e os outros", em que o protagonista da história tem de tomar a decisão certa e que está a mudar de comportamentos.
Com as polícias aposta-se na fiscalização. "Um dos compromissos com a PSP e a GNR é o aumento dos testes de alcoolemia, que passaram de cerca de 500 mil para um milhão. A cada três anos o condutor devia ser testado para saber que existe fiscalização", frisa, salientando que vigiar a venda nos bares e nos restaurantes é difícil. "Tenho consciência de que dão o seu melhor, mas não têm vida fácil. O que me entristece são os pais que não se preocupam com os filhos", afirma Manuel Cardoso.
Correr e pedalar contra a fome
Alberto Conceição, In "Visão"
A corrida Grande Prémio de Natal EDP que se realizou no passado domingo juntou 5 mil pessoas em Lisboa, mas houve mais metas cumpridas para além dos 10 quilómetros da prova
O Maratona Clube, organizador da prova, e o principal patrocinador, a EDP, ofereceram €1 por cada inscrição à Re-Food, uma associação de solidariedade que distribui alimentos a pessoas carenciadas, e juntos correram contra a fome... ou pedalaram. Isto porque o valor monetário angariado, cerca de 5 mil euros, será convertido na compra de bicicletas elétricas para o auxílio no trabalho dos voluntários da associação.
A iniciativa não ficou, no entanto, por aqui. Na Praça dos Restauradores, junto à meta que assinalava o fim dos 10 quilómetros da prova, a EDP convidou ainda uma orquestra muito particular para animar o final da corrida e dar um concerto único: a Vegetable Orchestra, uma orquestra austríaca que toca com instrumentos feitos de legumes frescos. O interior dos legumes, que é retirado ao transformar os legumes em instrumentos musicais, foi ainda usado para confecionar uma sopa entregue à Re-Food. Ainda neste dia, cerca de duzentos voluntários da EDP ajudaram na confeção, embalamento e distribuição de 500 refeições.
Foi esta a forma encontrada pela organização de aliar a festa do desporto ao espírito solidário e ao apoio social, numa ação que se insere no projeto Parte de Nós Natal 2015 que mobiliza mais de mil colaboradores do Grupo EDP em inúmeras ações de voluntariado por todo o país.
Quanto aos atletas, Sara Moreira, do Sporting, venceu no setor feminino ao cortar a meta no tempo de 32m24, e Hélio Gomes, especialista de 1.500 metros, ganhou entre os homens.
O Grande Prémio de Natal é uma das mais antigas provas realizadas em Portugal, e que se realiza já desde 1946, data da primeira edição. Contou já com a participação de inúmeras personalidades do desporto, uma das quais o antigo atleta Carlos Lopes, campeão olímpico na maratona em 1984, que é recordista de vitórias na prova, com seis triunfos.
A corrida Grande Prémio de Natal EDP que se realizou no passado domingo juntou 5 mil pessoas em Lisboa, mas houve mais metas cumpridas para além dos 10 quilómetros da prova
O Maratona Clube, organizador da prova, e o principal patrocinador, a EDP, ofereceram €1 por cada inscrição à Re-Food, uma associação de solidariedade que distribui alimentos a pessoas carenciadas, e juntos correram contra a fome... ou pedalaram. Isto porque o valor monetário angariado, cerca de 5 mil euros, será convertido na compra de bicicletas elétricas para o auxílio no trabalho dos voluntários da associação.
A iniciativa não ficou, no entanto, por aqui. Na Praça dos Restauradores, junto à meta que assinalava o fim dos 10 quilómetros da prova, a EDP convidou ainda uma orquestra muito particular para animar o final da corrida e dar um concerto único: a Vegetable Orchestra, uma orquestra austríaca que toca com instrumentos feitos de legumes frescos. O interior dos legumes, que é retirado ao transformar os legumes em instrumentos musicais, foi ainda usado para confecionar uma sopa entregue à Re-Food. Ainda neste dia, cerca de duzentos voluntários da EDP ajudaram na confeção, embalamento e distribuição de 500 refeições.
Foi esta a forma encontrada pela organização de aliar a festa do desporto ao espírito solidário e ao apoio social, numa ação que se insere no projeto Parte de Nós Natal 2015 que mobiliza mais de mil colaboradores do Grupo EDP em inúmeras ações de voluntariado por todo o país.
Quanto aos atletas, Sara Moreira, do Sporting, venceu no setor feminino ao cortar a meta no tempo de 32m24, e Hélio Gomes, especialista de 1.500 metros, ganhou entre os homens.
O Grande Prémio de Natal é uma das mais antigas provas realizadas em Portugal, e que se realiza já desde 1946, data da primeira edição. Contou já com a participação de inúmeras personalidades do desporto, uma das quais o antigo atleta Carlos Lopes, campeão olímpico na maratona em 1984, que é recordista de vitórias na prova, com seis triunfos.
Dos trabalhadores pobres
Glória Rebelo, in Público on-line
Em Portugal, o desafio de reduzir a pobreza junto dos trabalhadores será estratégico para um modelo de desenvolvimento nacional.
O aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) é oportuno e responde a um problema social premente em Portugal. Historicamente o SMN é uma prestação de referência crucial, instituida para satisfazer as necessidades básicas pessoais e familiares do trabalhador e envolve, por isso, uma conotação de suficiência que implica um mínimo (irredutível) de subsistência familiar.
Em Portugal, nos últimos 4 anos, não só por via da destruição do emprego mas também pelo aumento da precariedade e do número de trabalhadores pobres, a verdade é que se assistiu a um empobrecimento de muitas famílias. O emprego criado, sobretudo precário – isto é a termo e, muitas vezes, simultaneamente, a tempo parcial (involuntário) – vem sendo remunerado com salários cada vez mais baixos. E, em 2014, a percentagem de trabalhadores por conta de outrem a auferir o SMN subiu mais de 7 pontos percentuais em relação a 2013, atingindo os 20%, ou seja, um em cada cinco trabalhadores dependentes aufere o SMN. Por outro lado, a pobreza junto da população empregada (por conta de outrem) aumentou para 11% em 2014, em grande parte junto das famílias monoparentais ou as famílias com três ou mais filhos.
Ora, quando no nosso país se discutem os graves problemas da baixa natalidade ou da emigração, sabendo-se que há cada vez mais famílias em que cada membro do casal aufere o SMN, o aumento destes salários em 2016 pode ter um impacto significativo nestes agregados.
E, uma vez que é fundamental voltar a apostar no capital humano, são também necessárias políticas públicas que promovam maior justiça social ao nível salarial e fiscal e respondam ao problema dos trabalhadores pobres. Ou seja, políticas com efeitos redistributivos, alicerçadas quer numa perspetiva de trabalho digno quer numa política de rendimentos que acompanhe a evolução da nossa economia.
Daí que a criação de uma nova prestação, o “complemento salarial anual”, que visa proteger o rendimento dos trabalhadores que em virtude de baixos salários e de uma elevada rotação do emprego, ao longo do ano não auferem rendimentos que os coloquem acima da linha da pobreza, possa vir a representar uma importante resposta para reduzir efetivamente o número de trabalhadores em situação de risco de pobreza. Este complemento salarial, que constitui um crédito fiscal (“imposto negativo”), apurado em função do rendimento e da composição do agregado familiar, constituirá um importante mecanismo adicional de combate à pobreza.
Em Portugal, o desafio de reduzir a pobreza junto dos trabalhadores será, para além de uma questão de justiça social, um objectivo estratégico para um modelo de desenvolvimento nacional, atendendo a que a dignidade social das pessoas é um princípio central para uma sociedade decente.
Em Portugal, o desafio de reduzir a pobreza junto dos trabalhadores será estratégico para um modelo de desenvolvimento nacional.
O aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) é oportuno e responde a um problema social premente em Portugal. Historicamente o SMN é uma prestação de referência crucial, instituida para satisfazer as necessidades básicas pessoais e familiares do trabalhador e envolve, por isso, uma conotação de suficiência que implica um mínimo (irredutível) de subsistência familiar.
Em Portugal, nos últimos 4 anos, não só por via da destruição do emprego mas também pelo aumento da precariedade e do número de trabalhadores pobres, a verdade é que se assistiu a um empobrecimento de muitas famílias. O emprego criado, sobretudo precário – isto é a termo e, muitas vezes, simultaneamente, a tempo parcial (involuntário) – vem sendo remunerado com salários cada vez mais baixos. E, em 2014, a percentagem de trabalhadores por conta de outrem a auferir o SMN subiu mais de 7 pontos percentuais em relação a 2013, atingindo os 20%, ou seja, um em cada cinco trabalhadores dependentes aufere o SMN. Por outro lado, a pobreza junto da população empregada (por conta de outrem) aumentou para 11% em 2014, em grande parte junto das famílias monoparentais ou as famílias com três ou mais filhos.
Ora, quando no nosso país se discutem os graves problemas da baixa natalidade ou da emigração, sabendo-se que há cada vez mais famílias em que cada membro do casal aufere o SMN, o aumento destes salários em 2016 pode ter um impacto significativo nestes agregados.
E, uma vez que é fundamental voltar a apostar no capital humano, são também necessárias políticas públicas que promovam maior justiça social ao nível salarial e fiscal e respondam ao problema dos trabalhadores pobres. Ou seja, políticas com efeitos redistributivos, alicerçadas quer numa perspetiva de trabalho digno quer numa política de rendimentos que acompanhe a evolução da nossa economia.
Daí que a criação de uma nova prestação, o “complemento salarial anual”, que visa proteger o rendimento dos trabalhadores que em virtude de baixos salários e de uma elevada rotação do emprego, ao longo do ano não auferem rendimentos que os coloquem acima da linha da pobreza, possa vir a representar uma importante resposta para reduzir efetivamente o número de trabalhadores em situação de risco de pobreza. Este complemento salarial, que constitui um crédito fiscal (“imposto negativo”), apurado em função do rendimento e da composição do agregado familiar, constituirá um importante mecanismo adicional de combate à pobreza.
Em Portugal, o desafio de reduzir a pobreza junto dos trabalhadores será, para além de uma questão de justiça social, um objectivo estratégico para um modelo de desenvolvimento nacional, atendendo a que a dignidade social das pessoas é um princípio central para uma sociedade decente.
Segurança Social deixa sem subsídio de desemprego 383 mil desempregados
In "Jornal Económico"
O Estado português atribuiu cerca de 249 mil prestações de desemprego em novembro, deixando sem estes apoios cerca de 383 mil desempregados, segundo dados divulgados hoje pela Segurança Social.
De acordo com os últimos dados disponibilizados na página da Segurança Social (www.seg-social.pt), em novembro existiam 249.344 beneficiários de prestações de desemprego, menos 923 pessoas do que em outubro e o equivalente a cerca de 39% do último número total de desempregados contabilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (outubro).
Os últimos dados divulgados pelo INE contabilizavam, em outubro de 2015, um total de 632,7 mil desempregados, com a taxa de desemprego a situar-se nos 12,4% (estimativa provisória).
Os números da Segurança Social incluem o subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego inicial, subsídio social de desemprego subsequente e prolongamento do subsídio social de desemprego, prestações que atingiram em novembro o valor médio de 451,52 euros, face aos 461,75 euros observados um ano antes.
O Estado português atribuiu cerca de 249 mil prestações de desemprego em novembro, deixando sem estes apoios cerca de 383 mil desempregados, segundo dados divulgados hoje pela Segurança Social.
De acordo com os últimos dados disponibilizados na página da Segurança Social (www.seg-social.pt), em novembro existiam 249.344 beneficiários de prestações de desemprego, menos 923 pessoas do que em outubro e o equivalente a cerca de 39% do último número total de desempregados contabilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (outubro).
Os últimos dados divulgados pelo INE contabilizavam, em outubro de 2015, um total de 632,7 mil desempregados, com a taxa de desemprego a situar-se nos 12,4% (estimativa provisória).
Os números da Segurança Social incluem o subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego inicial, subsídio social de desemprego subsequente e prolongamento do subsídio social de desemprego, prestações que atingiram em novembro o valor médio de 451,52 euros, face aos 461,75 euros observados um ano antes.
“O empreendedorismo é a chave para resolver o desemprego”
Madalena Queirós, in Económico
Criar condições para incentivar os jovens a empreender é a solução, diz Miguel Horta e Costa.
Prestar serviços à comunidade, praticar um desporto, desenvolver um talento e vencer alguns testes de sobrevivência. Estas são algumas das provas que os jovens dos 14 aos 24 anos têm que vencer para conseguir o Prémio Infante D. Henrique, a versão portuguesa do “The Duke of Edinburgh’s International Award”.
Ter este “selo” no currículo pode ser factor de desempate na conquista de um emprego ou de uma vaga nas melhores universidades mundo, revela o presidente da Direcção do Prémio Infante Dom Henrique, Miguel Horta e Costa em entrevista ao Capital Humano do ETV.
Já participaram cerca de 10 milhões de jovens de 140 países desde que este programa foi criado em 1956.
O que é o Prémio Infante D. Henrique?
O Prémio Infante D. Henrique é a versão portuguesa do Prémio Duque de Edimburgo criado em 1956 com o objectivo de promover um conjunto de características essenciais dos jovens. O prémio é um programa internacional de desenvolvimento pessoal e social destinada a jovens dos 14 aos 24 anos e que procura desenvolver características essenciais tão importantes como complemento da educação que têm na escola. Para além de valores como seriedade, honestidade, dedicação, desenvolve características como a autoconfiança, a auto-estima, a responsabilidade, a cidadania activa, a liderança, o saber trabalhar em equipa, a motivação, a comunicação a capacidade de aprendizagem.
Ter o prémio pode ser um passaporte para um emprego?
O prémio é como um ‘selo’ que garante que quem o tem que é bem formado. O que é tão importante hoje em dia, quando falamos de empregabilidade. Por isso este prémio tem sido um caso de enorme sucesso internacional.
Portugal foi escolhido para acolher uma prova internacional ...
O programa internacional residencial que vamos acolher no Funchal, no próximo ano, é destinado aos jovens candidatos ao prémio Ouro que são os mais velhos. Porque o prémio tem três escalões em função da idade: bronze, prata e ouro. Na prática os candidatos terão que fazer um trabalho de equipa junto de uma escola, universidade ou organização. Ao todo deveremos receber mais de cem jovens de 13 países diferentes.
O que recomendaria a um jovem hoje para ter sucesso?
O que me parece muito importante é desenvolver junto dos jovens a grande vontade de empreender, porque o empreendedorismo é a chave para responder ao drama do desemprego que hoje vivemos em Portugal e na Europa. É importante que os jovens tenham cada vez mais a ambição de criar o seu negócio, a sua empresa, ou a sua área de actividade. Criar as condições para acarinhar e promover o empreendedorismo será a chave para resolver o problema do desemprego.
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Criar condições para incentivar os jovens a empreender é a solução, diz Miguel Horta e Costa.
Prestar serviços à comunidade, praticar um desporto, desenvolver um talento e vencer alguns testes de sobrevivência. Estas são algumas das provas que os jovens dos 14 aos 24 anos têm que vencer para conseguir o Prémio Infante D. Henrique, a versão portuguesa do “The Duke of Edinburgh’s International Award”.
Ter este “selo” no currículo pode ser factor de desempate na conquista de um emprego ou de uma vaga nas melhores universidades mundo, revela o presidente da Direcção do Prémio Infante Dom Henrique, Miguel Horta e Costa em entrevista ao Capital Humano do ETV.
Já participaram cerca de 10 milhões de jovens de 140 países desde que este programa foi criado em 1956.
O que é o Prémio Infante D. Henrique?
O Prémio Infante D. Henrique é a versão portuguesa do Prémio Duque de Edimburgo criado em 1956 com o objectivo de promover um conjunto de características essenciais dos jovens. O prémio é um programa internacional de desenvolvimento pessoal e social destinada a jovens dos 14 aos 24 anos e que procura desenvolver características essenciais tão importantes como complemento da educação que têm na escola. Para além de valores como seriedade, honestidade, dedicação, desenvolve características como a autoconfiança, a auto-estima, a responsabilidade, a cidadania activa, a liderança, o saber trabalhar em equipa, a motivação, a comunicação a capacidade de aprendizagem.
Ter o prémio pode ser um passaporte para um emprego?
O prémio é como um ‘selo’ que garante que quem o tem que é bem formado. O que é tão importante hoje em dia, quando falamos de empregabilidade. Por isso este prémio tem sido um caso de enorme sucesso internacional.
Portugal foi escolhido para acolher uma prova internacional ...
O programa internacional residencial que vamos acolher no Funchal, no próximo ano, é destinado aos jovens candidatos ao prémio Ouro que são os mais velhos. Porque o prémio tem três escalões em função da idade: bronze, prata e ouro. Na prática os candidatos terão que fazer um trabalho de equipa junto de uma escola, universidade ou organização. Ao todo deveremos receber mais de cem jovens de 13 países diferentes.
O que recomendaria a um jovem hoje para ter sucesso?
O que me parece muito importante é desenvolver junto dos jovens a grande vontade de empreender, porque o empreendedorismo é a chave para responder ao drama do desemprego que hoje vivemos em Portugal e na Europa. É importante que os jovens tenham cada vez mais a ambição de criar o seu negócio, a sua empresa, ou a sua área de actividade. Criar as condições para acarinhar e promover o empreendedorismo será a chave para resolver o problema do desemprego.
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Esposende: ‘Envelhecimento activo 2015’ fechou com espectáculo artístico
in Correio do Minho
Foi com um espectáculo de Natal que encerraram as actividades do programa 'Envelhecimento Activo 2015' da Rede Social de Esposende com a vereadora da Coesão Social a lançar um novo desafio aos idosos que passa por um projecto de canto.
O evento, intitulado 'Fábrica das gravatas', contou com a participação de idosos e crianças de várias instituições do concelho, fomentando o convívio entre gerações.
O espectáculo, que incluiu duas sessões, constituiu uma oportunidade para jovens e menos jovens potenciarem as suas capacidades sociais, lúdicas e cognitivas.
Em nome da Rede Social de Esposende, a vereadora da Coesão Social da Câmara Municipal, Raquel Vale, enalteceu a parceria estabelecida entre as diversas instituições particulares de solidariedade social do concelho na definição de um programa comum direccionado para a comunidade sénior, que se tem revelado cada vez mais enriquecido com o contributo de todos.
Raquel Vale saudou a colaboração e o envolvimento de todos os parceiros na organização das várias actividades realizadas ao longo do ano, d
esde as instituições, seus técnicos e colaboradores até aos voluntários.
Em 2015, foi realizado um conjunto diversificado de actividades, algumas das quais envolveram não só os idosos como também as gerações mais novas, proporcionando um convívio salutar.
A vereadora aproveitou a oportunidade para lançar um novo desafio aos idosos, um projecto de canto, a iniciar já em Janeiro, contribuindo para a sua valorização na comunidade, revivendo memórias e tradições locais através da música.
O programa contou com o envolvimento de toda a comunidade e de todas as instituições particulares de solidariedade social do concelho com valência para a terceira idade.
O programa contou também com a colaboração das Juntas de Freguesia, das empresas municipais Esposende 2000 e Esposende Ambiente, da Escola Profissional de Esposende, dos Bombeiros Voluntários de Esposende e de Fão, da Delegação de Marinhas da Cruz Vermelha Portuguesa, do Centro de Saúde de Esposende, do Banco Local de Voluntariado, do Agrupamento de Escolas das Marinhas e da Discoteca Pacha.
Foi com um espectáculo de Natal que encerraram as actividades do programa 'Envelhecimento Activo 2015' da Rede Social de Esposende com a vereadora da Coesão Social a lançar um novo desafio aos idosos que passa por um projecto de canto.
O evento, intitulado 'Fábrica das gravatas', contou com a participação de idosos e crianças de várias instituições do concelho, fomentando o convívio entre gerações.
O espectáculo, que incluiu duas sessões, constituiu uma oportunidade para jovens e menos jovens potenciarem as suas capacidades sociais, lúdicas e cognitivas.
Em nome da Rede Social de Esposende, a vereadora da Coesão Social da Câmara Municipal, Raquel Vale, enalteceu a parceria estabelecida entre as diversas instituições particulares de solidariedade social do concelho na definição de um programa comum direccionado para a comunidade sénior, que se tem revelado cada vez mais enriquecido com o contributo de todos.
Raquel Vale saudou a colaboração e o envolvimento de todos os parceiros na organização das várias actividades realizadas ao longo do ano, d
esde as instituições, seus técnicos e colaboradores até aos voluntários.
Em 2015, foi realizado um conjunto diversificado de actividades, algumas das quais envolveram não só os idosos como também as gerações mais novas, proporcionando um convívio salutar.
A vereadora aproveitou a oportunidade para lançar um novo desafio aos idosos, um projecto de canto, a iniciar já em Janeiro, contribuindo para a sua valorização na comunidade, revivendo memórias e tradições locais através da música.
O programa contou com o envolvimento de toda a comunidade e de todas as instituições particulares de solidariedade social do concelho com valência para a terceira idade.
O programa contou também com a colaboração das Juntas de Freguesia, das empresas municipais Esposende 2000 e Esposende Ambiente, da Escola Profissional de Esposende, dos Bombeiros Voluntários de Esposende e de Fão, da Delegação de Marinhas da Cruz Vermelha Portuguesa, do Centro de Saúde de Esposende, do Banco Local de Voluntariado, do Agrupamento de Escolas das Marinhas e da Discoteca Pacha.
Portugal/2015: Desemprego é problema primordial
in Agência Ecclesia
Diretor do Secretariado Nacional de Pastoral Social destaca consequências da austeridade no balanço de 2015
Lisboa, 29 dez 2015 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado Nacional de Pastoral Social, o padre José Manuel Pereira de Almeida, afirma que o desemprego é um “problema adiado” e destaca consequências da austeridade no balanço de 2015.
“O desemprego continua a ser problema adiado e o ânimo não é dos melhores”, começou por destacar “como relevante” o diretor do Secretariado Nacional de Pastoral Social.
À Agência ECCLESIA, o sacerdote comenta que a austeridade “vivida” sobretudo no quotidiano das pessoas “foi pesada e a esperança” que era anunciada “pelos indicadores continuava a estar longe das pessoas e do concreto do dia-a-dia”.
Neste contexto, o padre José Manuel Pereira de Almeida observa que o desemprego de longa duração “continuou a ser de longa duração” e existe uma geração entre os 40 e 50 anos que “vê a sua vida” com um ânimo “sem grande capacidade de se convencer que há possibilidades”.
Na sua análise ao ano de 2015 em Portugal, as recentes alterações políticas no Parlamento ganham destaque em termos de “promessas de que alguma coisa parece mudar”, mas o sacerdote está expectante.
“Suponho que não é isso que acontece no concreto da vida das pessoas”, acrescenta.
No contexto do Ano da Misericórdia que a Igreja começou a viver, e termina em novembro de 2016, alerta que “não pode o Papa fazer e dizer umas coisas” e as pessoas agirem “como se nada fosse”.
Para o padre José Manuel Pereira de Almeida, abertura da Porta Santa da Misericórdia tem de ter repercussões sociais e políticas: “Uma porta aberta por onde nós passamos e fazemos entrar e sair na liberdade aqueles com quem nós convivemos”.
Ainda no âmbito da influência que a sociedade colhe da Igreja, o entrevistado distingue que 2015 foi marcado a nível global pela “viragem conseguida em Paris”, na Cimeira do Clima, com “consensos e acordos sobre o futuro do nosso planeta únicos na história” onde houve “influência” da Encíclica ‘Laudato Si’, do Papa Francisco.
“Creio que o Papa sob o ponto de vista social e político é o evento universal de maior significado e para nós é situação rara na história”, comenta o diretor nacional do serviço de Pastoral Social da Igreja Católica em Portugal.
“O último ano jubilar [ano 2000], o Papa São João Paulo II sublinhou muito o perdão da dívida externa. Essa ideia do perdão e do recomeçar virarmo-nos para o futuro e não alicerçarmos o futuro numa cristalização do passado, creio que é o fundamental sob o ponto de vista social”, disse ainda o entrevistado, como desejo para 2016.
Esta revista do ano de 2015 vai ser transmitida no programa ECCLESIA da Antena 1, da rádio pública, na quarta-feira, às 22h45.
Já no dia 31 de dezembro, à mesma hora, a equipa da Agência ECCLESIA transmite aos ouvintes os seus desejos para o novo ano de 2016, pouco antes das doze badaladas.
SN/CB/OC
Diretor do Secretariado Nacional de Pastoral Social destaca consequências da austeridade no balanço de 2015
Lisboa, 29 dez 2015 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado Nacional de Pastoral Social, o padre José Manuel Pereira de Almeida, afirma que o desemprego é um “problema adiado” e destaca consequências da austeridade no balanço de 2015.
“O desemprego continua a ser problema adiado e o ânimo não é dos melhores”, começou por destacar “como relevante” o diretor do Secretariado Nacional de Pastoral Social.
À Agência ECCLESIA, o sacerdote comenta que a austeridade “vivida” sobretudo no quotidiano das pessoas “foi pesada e a esperança” que era anunciada “pelos indicadores continuava a estar longe das pessoas e do concreto do dia-a-dia”.
Neste contexto, o padre José Manuel Pereira de Almeida observa que o desemprego de longa duração “continuou a ser de longa duração” e existe uma geração entre os 40 e 50 anos que “vê a sua vida” com um ânimo “sem grande capacidade de se convencer que há possibilidades”.
Na sua análise ao ano de 2015 em Portugal, as recentes alterações políticas no Parlamento ganham destaque em termos de “promessas de que alguma coisa parece mudar”, mas o sacerdote está expectante.
“Suponho que não é isso que acontece no concreto da vida das pessoas”, acrescenta.
No contexto do Ano da Misericórdia que a Igreja começou a viver, e termina em novembro de 2016, alerta que “não pode o Papa fazer e dizer umas coisas” e as pessoas agirem “como se nada fosse”.
Para o padre José Manuel Pereira de Almeida, abertura da Porta Santa da Misericórdia tem de ter repercussões sociais e políticas: “Uma porta aberta por onde nós passamos e fazemos entrar e sair na liberdade aqueles com quem nós convivemos”.
Ainda no âmbito da influência que a sociedade colhe da Igreja, o entrevistado distingue que 2015 foi marcado a nível global pela “viragem conseguida em Paris”, na Cimeira do Clima, com “consensos e acordos sobre o futuro do nosso planeta únicos na história” onde houve “influência” da Encíclica ‘Laudato Si’, do Papa Francisco.
“Creio que o Papa sob o ponto de vista social e político é o evento universal de maior significado e para nós é situação rara na história”, comenta o diretor nacional do serviço de Pastoral Social da Igreja Católica em Portugal.
“O último ano jubilar [ano 2000], o Papa São João Paulo II sublinhou muito o perdão da dívida externa. Essa ideia do perdão e do recomeçar virarmo-nos para o futuro e não alicerçarmos o futuro numa cristalização do passado, creio que é o fundamental sob o ponto de vista social”, disse ainda o entrevistado, como desejo para 2016.
Esta revista do ano de 2015 vai ser transmitida no programa ECCLESIA da Antena 1, da rádio pública, na quarta-feira, às 22h45.
Já no dia 31 de dezembro, à mesma hora, a equipa da Agência ECCLESIA transmite aos ouvintes os seus desejos para o novo ano de 2016, pouco antes das doze badaladas.
SN/CB/OC
29.12.15
O crescente fosso da desigualdade: a inevitabilidade e a irrelevância (?)
Miguel Coelho e Rui Sainhas de Oliveira, in Público on-line
Os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Mas será esta a realidade? Uma análise dos autores do livro Mercados – São Mesmo os Grandes Culpados das Crises?
Tenacidade é um dos métodos, segundo Charles S. Peirce (filósofo americano - 1839-1914) para o estabelecimento das nossas opiniões e a fixação das nossas convicções, e que caracteriza do seguinte modo: podemos tomar uma proposição e repeti-la para nós mesmos, concentrando-nos em tudo o que a suporta e voltando as costas a qualquer coisa que a possa desafiar. Mas para tratar do tema da desigualdade, já tão generosamente glosado segundo aquele método, preferimos o método também proposto por Peirce que postula a existência de coisas reais cujas características são inteiramente independentes das nossas opiniões sobre elas; procurando, assim, tirar proveito do que sabemos para nos aproximar mais do que não sabemos, ainda.
Com efeito, esclarecidas as questões quanto ao método, queremos com o termo desigualdade significar o hiato de rendimento que se define entre os termos da comparação que mais genericamente se estabelece na discussão deste tópico, a saber: (i) a diferença de rendimento entre os países mais pobres e os países mais ricos; e (ii) as diferenças salariais num quadro de livre comércio. Procuraremos, pois, desenvolver esta reflexão em torno destes dois polos do tópico, muito valorizado na obra de Angus Deaton, Nobel da Economia de 2015.
O fosso da desigualdade entre países ricos e os países pobres
Partindo do que sabemos, comecemos por revisitar o quadro de reflexão do Prof. William O. Thweat (de quem tomámos o título deste artigo) sobre a definição e o alargamento do fosso da desigualdade de rendimentos entre países ricos e países pobres. Iniciamos esse percurso pela definição do que o autor designa por “taxa de ultrapassagem”: quociente entre a taxa de crescimento dos países mais pobres e a taxa de crescimento do país mais rico de referência, ou seja, o indicador da dinâmica do fosso de rendimento. Se superior a um, estaremos perante uma dinâmica de redução do fosso; se inferior a um, revela o alargamento do fosso de rendimento.
Uma análise centrada exclusivamente no crescente hiato do rendimento com descuidada extrapolação sobre a evolução da pobreza no mundo, como frequentemente se vê fazer, pode ser um obstáculo sério ao estudo lúcido deste importantíssimo problema social e económico, como seguidamente se pretende ilustrar de forma numérica.
Conforme se constata a partir dos dados do Banco Mundial, o crescimento observado nos países com o PIB per capita mais elevado tem sido claramente inferior ao registado nos países com PIB per capita mais baixo (3,9% por ano face aos 7,4% por ano observados no período compreendido entre 1999 e 2014). Apesar disso, o hiato de rendimento entre os dois grupos de países, em termos absolutos, aumentou claramente, com o diferencial entre o PIB per capita a passar de 21.223 USD para os 37.184 USD.
Uma leitura apressada destes dados poder-nos-ia levar à seguinte conclusão: Os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Mas será esta a realidade?
Analisemos, as projeções do Banco de Mundial sobre a pobreza no mundo. De acordo com os últimos dados, 702 milhões de pessoas, ou seja, 9,6% da população mundial, vai ainda este ano (2015) viver abaixo da linha de pobreza. Todavia, em 2012 essa cifra era de 902 milhões, 13% da população mundial, que compara com 29% em 1999.
Conforme se observa, a pobreza no mundo caiu significativamente, não obstante o alargamento do hiato de rendimento entre países mais ricos e países menos ricos.
O impacto da integração europeia
Ao procurar outro foco de luz sobre este mesmo tópico da divergência na distribuição do rendimento, agora no âmbito de uma economia específica - Portugal -, no quadro dado de crescente integração no comércio internacional, ocorre-nos, naturalmente, revisitar o modelo de Heckscher – Ohlin e, em particular, o designado “Teorema da Igualização do Preço dos Factores Produtivos”.
De acordo com este teorema, e como consequência do comércio internacional, produz-se uma tendência para a igualização dos preços relativos e absolutos dos factores produtivos. O comércio internacional funciona assim como substituto da mobilidade internacional dos factores produtivos.
De acordo com a informação disponível, tal parece ter acontecido nos últimos anos na Europa, em benefício claro dos países mais pobres. Na realidade, se em 2002 o salário dos quadros superiores em França era o dobro do registado em Portugal para o mesmo universo de pessoal qualificado, em 2013 esse valor terá caído para cerca de 1,6. Leitura idêntica obtém-se quando se analisa a relação entre os salários dos trabalhadores não qualificados - em 2002 o salário em França era 1,4 vezes superior, tendo passado a 1,2 vezes em 2013.
Apesar da convergência salarial observada com o processo de integração europeia, será que adentro de cada país, nomeadamente em Portugal, a diferença salarial entre as profissões mais qualificadas e menos qualificadas aumentou ou diminuiu?
Conforme se constata, nos primeiros anos de integração europeia os salários dos quadros superiores eram em média cerca de 3,6 a 3,8 vezes maiores do que os salários dos trabalhadores não qualificados, tendo este valor crescido para cerca de 4,5 vezes em 1998-2002, facto que traduziu um agravamento das desigualdades salariais. Contudo, a partir de 2005, o diferencial reduziu-se significativamente voltando em 2013 a níveis de 1986.
Como explicar então este aparente paradoxo? Ou seja, como explicar que a desigualdade salarial entre países tenha diminuído no quadro europeu mas que adentro dos países menos desenvolvidos essa desigualdade salarial não tenha diminuído logo após o início do processo de integração europeia (1986)?
A explicação para isto pode estar num fenómeno que, em teoria económica, é mais conhecido pelo efeito de Kuznets ["Economic Growth and Income Inequality", in American Economic Review, Março de 1949]
De acordo com Kuznets (1901-1985, prémio Nobel da Economia em 1971), nos estágios iniciais do crescimento económico de um país a desigualdade vai aumentar. Isso acontece porque nessa fase do crescimento vai ocorrer um aumento grande na procura por mão-de-obra qualificada, elevando os salários dos trabalhadores qualificados em detrimento dos não qualificados.
Reflexões finais
A problemática da desigualdade de rendimentos entre os países mais ricos e os países mais pobres tem sido alvo de acesa discussão nas últimas décadas. Recorrentemente, valorizamos os insucessos visíveis com o acréscimo no fosso de rendimento entre países ricos e países menos ricos, ignorando os ganhos significativos que obtivemos ao nível da eliminação da pobreza à escala mundial e que se traduzem nas seguintes palavras de Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial: "Somos a primeira geração na História que pode eliminar a extrema pobreza".
Por outro lado, a asserção de Kuznets, que tão bem reflectia as fases mais precoces dos processos de crescimento económico dos países mais periféricos, amplia, no quadro de uma economia mundial que progressivamente foi passando para níveis de maior interdependência, o domínio da sua pertinência.
Com efeito, os países onde tem predominado uma economia assente numa mão-de-obra relativamente menos qualificada têm vindo a assistir, sobre diferentes formas, à crescente concorrência do vasto conjunto de países no mesmo patamar de competências, com as conhecidas consequências: (i) a pressão sobre os salários e (ii) o desemprego da mão-de-obra não qualificada. Ao invés, a mão-de-obra qualificada dos países da periferia, tem vindo a beneficiar do efeito de abertura da economia mundial e os seus efeitos são também bem conhecidos: (i) a forte potencial de atração dos países do centro por níveis elevados de qualificação tem impulsionado a forte mobilidade dos que a possuem, (ii) induzindo a valorização interna desses segmentos superiores de qualificação.
Daqui resulta que, num quadro crescente de integração económica à escala mundial, a qualificação dos recursos humanos apresenta-se como a única via para evitar que os trabalhadores dos países mais ricos, nos quais Portugal se inclui, sejam vítimas de uma inevitabilidade teórica: convergência salarial com os países mais pobres.
Os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Mas será esta a realidade? Uma análise dos autores do livro Mercados – São Mesmo os Grandes Culpados das Crises?
Tenacidade é um dos métodos, segundo Charles S. Peirce (filósofo americano - 1839-1914) para o estabelecimento das nossas opiniões e a fixação das nossas convicções, e que caracteriza do seguinte modo: podemos tomar uma proposição e repeti-la para nós mesmos, concentrando-nos em tudo o que a suporta e voltando as costas a qualquer coisa que a possa desafiar. Mas para tratar do tema da desigualdade, já tão generosamente glosado segundo aquele método, preferimos o método também proposto por Peirce que postula a existência de coisas reais cujas características são inteiramente independentes das nossas opiniões sobre elas; procurando, assim, tirar proveito do que sabemos para nos aproximar mais do que não sabemos, ainda.
Com efeito, esclarecidas as questões quanto ao método, queremos com o termo desigualdade significar o hiato de rendimento que se define entre os termos da comparação que mais genericamente se estabelece na discussão deste tópico, a saber: (i) a diferença de rendimento entre os países mais pobres e os países mais ricos; e (ii) as diferenças salariais num quadro de livre comércio. Procuraremos, pois, desenvolver esta reflexão em torno destes dois polos do tópico, muito valorizado na obra de Angus Deaton, Nobel da Economia de 2015.
O fosso da desigualdade entre países ricos e os países pobres
Partindo do que sabemos, comecemos por revisitar o quadro de reflexão do Prof. William O. Thweat (de quem tomámos o título deste artigo) sobre a definição e o alargamento do fosso da desigualdade de rendimentos entre países ricos e países pobres. Iniciamos esse percurso pela definição do que o autor designa por “taxa de ultrapassagem”: quociente entre a taxa de crescimento dos países mais pobres e a taxa de crescimento do país mais rico de referência, ou seja, o indicador da dinâmica do fosso de rendimento. Se superior a um, estaremos perante uma dinâmica de redução do fosso; se inferior a um, revela o alargamento do fosso de rendimento.
Uma análise centrada exclusivamente no crescente hiato do rendimento com descuidada extrapolação sobre a evolução da pobreza no mundo, como frequentemente se vê fazer, pode ser um obstáculo sério ao estudo lúcido deste importantíssimo problema social e económico, como seguidamente se pretende ilustrar de forma numérica.
Conforme se constata a partir dos dados do Banco Mundial, o crescimento observado nos países com o PIB per capita mais elevado tem sido claramente inferior ao registado nos países com PIB per capita mais baixo (3,9% por ano face aos 7,4% por ano observados no período compreendido entre 1999 e 2014). Apesar disso, o hiato de rendimento entre os dois grupos de países, em termos absolutos, aumentou claramente, com o diferencial entre o PIB per capita a passar de 21.223 USD para os 37.184 USD.
Uma leitura apressada destes dados poder-nos-ia levar à seguinte conclusão: Os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Mas será esta a realidade?
Analisemos, as projeções do Banco de Mundial sobre a pobreza no mundo. De acordo com os últimos dados, 702 milhões de pessoas, ou seja, 9,6% da população mundial, vai ainda este ano (2015) viver abaixo da linha de pobreza. Todavia, em 2012 essa cifra era de 902 milhões, 13% da população mundial, que compara com 29% em 1999.
Conforme se observa, a pobreza no mundo caiu significativamente, não obstante o alargamento do hiato de rendimento entre países mais ricos e países menos ricos.
O impacto da integração europeia
Ao procurar outro foco de luz sobre este mesmo tópico da divergência na distribuição do rendimento, agora no âmbito de uma economia específica - Portugal -, no quadro dado de crescente integração no comércio internacional, ocorre-nos, naturalmente, revisitar o modelo de Heckscher – Ohlin e, em particular, o designado “Teorema da Igualização do Preço dos Factores Produtivos”.
De acordo com este teorema, e como consequência do comércio internacional, produz-se uma tendência para a igualização dos preços relativos e absolutos dos factores produtivos. O comércio internacional funciona assim como substituto da mobilidade internacional dos factores produtivos.
De acordo com a informação disponível, tal parece ter acontecido nos últimos anos na Europa, em benefício claro dos países mais pobres. Na realidade, se em 2002 o salário dos quadros superiores em França era o dobro do registado em Portugal para o mesmo universo de pessoal qualificado, em 2013 esse valor terá caído para cerca de 1,6. Leitura idêntica obtém-se quando se analisa a relação entre os salários dos trabalhadores não qualificados - em 2002 o salário em França era 1,4 vezes superior, tendo passado a 1,2 vezes em 2013.
Apesar da convergência salarial observada com o processo de integração europeia, será que adentro de cada país, nomeadamente em Portugal, a diferença salarial entre as profissões mais qualificadas e menos qualificadas aumentou ou diminuiu?
Conforme se constata, nos primeiros anos de integração europeia os salários dos quadros superiores eram em média cerca de 3,6 a 3,8 vezes maiores do que os salários dos trabalhadores não qualificados, tendo este valor crescido para cerca de 4,5 vezes em 1998-2002, facto que traduziu um agravamento das desigualdades salariais. Contudo, a partir de 2005, o diferencial reduziu-se significativamente voltando em 2013 a níveis de 1986.
Como explicar então este aparente paradoxo? Ou seja, como explicar que a desigualdade salarial entre países tenha diminuído no quadro europeu mas que adentro dos países menos desenvolvidos essa desigualdade salarial não tenha diminuído logo após o início do processo de integração europeia (1986)?
A explicação para isto pode estar num fenómeno que, em teoria económica, é mais conhecido pelo efeito de Kuznets ["Economic Growth and Income Inequality", in American Economic Review, Março de 1949]
De acordo com Kuznets (1901-1985, prémio Nobel da Economia em 1971), nos estágios iniciais do crescimento económico de um país a desigualdade vai aumentar. Isso acontece porque nessa fase do crescimento vai ocorrer um aumento grande na procura por mão-de-obra qualificada, elevando os salários dos trabalhadores qualificados em detrimento dos não qualificados.
Reflexões finais
A problemática da desigualdade de rendimentos entre os países mais ricos e os países mais pobres tem sido alvo de acesa discussão nas últimas décadas. Recorrentemente, valorizamos os insucessos visíveis com o acréscimo no fosso de rendimento entre países ricos e países menos ricos, ignorando os ganhos significativos que obtivemos ao nível da eliminação da pobreza à escala mundial e que se traduzem nas seguintes palavras de Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial: "Somos a primeira geração na História que pode eliminar a extrema pobreza".
Por outro lado, a asserção de Kuznets, que tão bem reflectia as fases mais precoces dos processos de crescimento económico dos países mais periféricos, amplia, no quadro de uma economia mundial que progressivamente foi passando para níveis de maior interdependência, o domínio da sua pertinência.
Com efeito, os países onde tem predominado uma economia assente numa mão-de-obra relativamente menos qualificada têm vindo a assistir, sobre diferentes formas, à crescente concorrência do vasto conjunto de países no mesmo patamar de competências, com as conhecidas consequências: (i) a pressão sobre os salários e (ii) o desemprego da mão-de-obra não qualificada. Ao invés, a mão-de-obra qualificada dos países da periferia, tem vindo a beneficiar do efeito de abertura da economia mundial e os seus efeitos são também bem conhecidos: (i) a forte potencial de atração dos países do centro por níveis elevados de qualificação tem impulsionado a forte mobilidade dos que a possuem, (ii) induzindo a valorização interna desses segmentos superiores de qualificação.
Daqui resulta que, num quadro crescente de integração económica à escala mundial, a qualificação dos recursos humanos apresenta-se como a única via para evitar que os trabalhadores dos países mais ricos, nos quais Portugal se inclui, sejam vítimas de uma inevitabilidade teórica: convergência salarial com os países mais pobres.
Salários a cair com preços a disparar. Ou como a pobreza cresce
in Diário de Notícias
Apesar de o custo de vida ter disparado, o limiar estatístico a partir do qual se é oficialmente pobre só subiu 1,3% desde 2011
Os aumentos significativos registados nos preços de bens e serviços básicos ou obrigatórios vieram numa fase em que também o emprego, os salários e os apoios sociais foram penalizados. É nesta conjugação de fatores que se encontra a razão para o aumento da população em risco de pobreza nos anos recentes - pobreza que até será mais alta do que a mostrada pelos números.
No que toca aos salários, e segundo o INE, em março de 2011 o rendimento médio mensal líquido de um trabalhador em Portugal era de 816 euros. Desde então, mostram os dados mais recentes do instituto, o rendimento médio mensal cresceu 1,59%, mais 13 euros, para 829 euros líquidos no terceiro trimestre deste ano - subida que em algumas famílias nem terá compensado o aumento da conta da luz. Mas nem todos tiveram a "sorte" de ver os salários subir 1,6% desde 2011.
20% ganha o SMN
Muitos dos trabalhadores que a austeridade empurrou para o desemprego - que chegou aos 18% - conseguiram na segunda metade do reinado da troika regressar ao mercado do trabalho - isto descontando já as centenas de milhares que emigraram. Mas este regresso ao ativo teve um preço, normalmente expresso na diferença no salário que se ganhava e o que se foi auferir. O aumento do total de trabalhadores a receber o salário mínimo nacional (SMN) terá sido muito alimentado por este tipo de situações.
Em outubro de 2010, data dos dados mais próximos do início de 2011, 10,5% dos trabalhadores por conta de outrem na economia portuguesa recebia o SMN, então já nos 485 euros. Desde então este total não parou de aumentar: em outubro de 2012 já eram 12,9% e em abril de 2014 atingiu os 13,2%. Com a revisão do valor do salário mínimo, em outubro de 2014, para 505 euros brutos, o total de trabalhadores a receber o mínimo saltou para um quinto (19,6%) dos profissionais por conta de outrem.
Também os cortes promovidos nos apoios sociais nos últimos anos fizeram que os próprios desempregados ficassem mais desprotegidos face ao aumento do custo de vida. Dados da Segurança Social mostram que no início de 2011 quem perdia o emprego tinha direito a um subsídio médio de 492 euros mensais, valor então acima do salário mínimo. Agora o subsídio médio é de 450 euros.
Pobreza oculta
Todo este jogo entre inflação, desemprego, salários congelados ou em queda, subida do total de trabalhadores a receber SMN e subsídios cortados, levou a que os 22,4% de residentes em risco de pobreza ou exclusão social contabilizados em 2011 subissem até aos 26,7% em 2015, segundo o INE.
É no entanto duvidoso que estes números mostrem a real dimensão da miséria em Portugal: o risco de pobreza responde a uma métrica europeia que situa naquela situação todos aqueles com rendimentos equivalentes a "60% da mediana do rendimento" do país. Ora como os salários em Portugal mal mexeram desde 2011, o limiar oficial a partir do qual se está em risco de pobreza também mal mexeu: subiu 1,3% de 2011 a 2015. Mas a luz ficou 35% mais cara, o gás 13%, os serviços hospitalares 16% e os transportes mais de 20%. Tudo bens que influenciam o custo de vida mas que acabam por não ser tidos em conta na avaliação do risco de pobreza.
Apesar de o custo de vida ter disparado, o limiar estatístico a partir do qual se é oficialmente pobre só subiu 1,3% desde 2011
Os aumentos significativos registados nos preços de bens e serviços básicos ou obrigatórios vieram numa fase em que também o emprego, os salários e os apoios sociais foram penalizados. É nesta conjugação de fatores que se encontra a razão para o aumento da população em risco de pobreza nos anos recentes - pobreza que até será mais alta do que a mostrada pelos números.
No que toca aos salários, e segundo o INE, em março de 2011 o rendimento médio mensal líquido de um trabalhador em Portugal era de 816 euros. Desde então, mostram os dados mais recentes do instituto, o rendimento médio mensal cresceu 1,59%, mais 13 euros, para 829 euros líquidos no terceiro trimestre deste ano - subida que em algumas famílias nem terá compensado o aumento da conta da luz. Mas nem todos tiveram a "sorte" de ver os salários subir 1,6% desde 2011.
20% ganha o SMN
Muitos dos trabalhadores que a austeridade empurrou para o desemprego - que chegou aos 18% - conseguiram na segunda metade do reinado da troika regressar ao mercado do trabalho - isto descontando já as centenas de milhares que emigraram. Mas este regresso ao ativo teve um preço, normalmente expresso na diferença no salário que se ganhava e o que se foi auferir. O aumento do total de trabalhadores a receber o salário mínimo nacional (SMN) terá sido muito alimentado por este tipo de situações.
Em outubro de 2010, data dos dados mais próximos do início de 2011, 10,5% dos trabalhadores por conta de outrem na economia portuguesa recebia o SMN, então já nos 485 euros. Desde então este total não parou de aumentar: em outubro de 2012 já eram 12,9% e em abril de 2014 atingiu os 13,2%. Com a revisão do valor do salário mínimo, em outubro de 2014, para 505 euros brutos, o total de trabalhadores a receber o mínimo saltou para um quinto (19,6%) dos profissionais por conta de outrem.
Também os cortes promovidos nos apoios sociais nos últimos anos fizeram que os próprios desempregados ficassem mais desprotegidos face ao aumento do custo de vida. Dados da Segurança Social mostram que no início de 2011 quem perdia o emprego tinha direito a um subsídio médio de 492 euros mensais, valor então acima do salário mínimo. Agora o subsídio médio é de 450 euros.
Pobreza oculta
Todo este jogo entre inflação, desemprego, salários congelados ou em queda, subida do total de trabalhadores a receber SMN e subsídios cortados, levou a que os 22,4% de residentes em risco de pobreza ou exclusão social contabilizados em 2011 subissem até aos 26,7% em 2015, segundo o INE.
É no entanto duvidoso que estes números mostrem a real dimensão da miséria em Portugal: o risco de pobreza responde a uma métrica europeia que situa naquela situação todos aqueles com rendimentos equivalentes a "60% da mediana do rendimento" do país. Ora como os salários em Portugal mal mexeram desde 2011, o limiar oficial a partir do qual se está em risco de pobreza também mal mexeu: subiu 1,3% de 2011 a 2015. Mas a luz ficou 35% mais cara, o gás 13%, os serviços hospitalares 16% e os transportes mais de 20%. Tudo bens que influenciam o custo de vida mas que acabam por não ser tidos em conta na avaliação do risco de pobreza.
Economia social aplicada ao turismo na EHTC
Posted by António Rosado, in Beiras on-line
Aplicar o conceito de economia social ao turismo foi o desafio lançado por Margarida Abreu aos docentes e alunos da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra (EHTC).
A abrir um ciclo de conferências que a escola está a organizar até 26 de janeiro, a docente do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC) considerou que se pretende “chamar a atenção dos agentes do setor, mas também dos alunos que já começam a ter consciência desta realidade, para atuar de forma social, economica e ambientalmente sustentável”.
Margarida Abreu acrescenta que existem muitos exemplos de unidades de turismo no mundo sustentáveis e com preocupações de apoio social, mas também deu o exemplo de um restaurante de Coimbra que, recentemente, distribuiu dezenas de refeições a pessoas carenciadas a partir do aproveitamento de alimentos.
A economia social reflete-se em diversas vertentes, como o financiamento colaborativo, a democratização da ajuda, o voluntariado e o Turismo de Voluntariado como fatores chave de sucesso.
O ciclo de debates da EHTC aborda as “Tendências em Turismo”, contando com a participação de um conjunto de especialistas em áreas específicas. Aberto a todos os interessados, mediante inscrição prévia, a realização desta iniciativa surge no âmbito do curso de Gestão Hoteleira Alojamento, com o objetivo central de “fomentar a reflexão em torno das áreas do turismo”.
Partindo da partilha de experiências de especialistas e de agentes do turismo, “pretende-se incentivar a reflexão critica, bem como estimular a exploração orientada, de temas como a Economia Social, os Modelos de Negócio em Turismo, o Turismo Acessível e o Turismo Rural e de Natureza”.
Depois da conferência sobre “Economia Social”, que decorreu no passado dia 11 de dezembro, estão já agendadas conferências para 8 janeiro, das 09H00 às 13H00, sobre “Desafios para o Turismo em Coimbra”, por Mercedes Gonçalves (Turismo UC) e, a 15 de janeiro, das 14H30 às 19H30, sobre “Tendências e Modelos de Negócio do Setor Hoteleiro”, por Eduardo Abreu (Neoturis).
As duas conferências finais são a 22 janeiro, das 14H30 às 19H30, sobre “Turismo Acessível”, por Sofia Andrade, Antónia Portugal e Filipe Carvalho (EHTC) e a 26 de janeiro, das 14H30 às 19H30, sobre “Turismo Rural e Natureza”, por Armando Carvalho (EHTC).
Aplicar o conceito de economia social ao turismo foi o desafio lançado por Margarida Abreu aos docentes e alunos da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra (EHTC).
A abrir um ciclo de conferências que a escola está a organizar até 26 de janeiro, a docente do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC) considerou que se pretende “chamar a atenção dos agentes do setor, mas também dos alunos que já começam a ter consciência desta realidade, para atuar de forma social, economica e ambientalmente sustentável”.
Margarida Abreu acrescenta que existem muitos exemplos de unidades de turismo no mundo sustentáveis e com preocupações de apoio social, mas também deu o exemplo de um restaurante de Coimbra que, recentemente, distribuiu dezenas de refeições a pessoas carenciadas a partir do aproveitamento de alimentos.
A economia social reflete-se em diversas vertentes, como o financiamento colaborativo, a democratização da ajuda, o voluntariado e o Turismo de Voluntariado como fatores chave de sucesso.
O ciclo de debates da EHTC aborda as “Tendências em Turismo”, contando com a participação de um conjunto de especialistas em áreas específicas. Aberto a todos os interessados, mediante inscrição prévia, a realização desta iniciativa surge no âmbito do curso de Gestão Hoteleira Alojamento, com o objetivo central de “fomentar a reflexão em torno das áreas do turismo”.
Partindo da partilha de experiências de especialistas e de agentes do turismo, “pretende-se incentivar a reflexão critica, bem como estimular a exploração orientada, de temas como a Economia Social, os Modelos de Negócio em Turismo, o Turismo Acessível e o Turismo Rural e de Natureza”.
Depois da conferência sobre “Economia Social”, que decorreu no passado dia 11 de dezembro, estão já agendadas conferências para 8 janeiro, das 09H00 às 13H00, sobre “Desafios para o Turismo em Coimbra”, por Mercedes Gonçalves (Turismo UC) e, a 15 de janeiro, das 14H30 às 19H30, sobre “Tendências e Modelos de Negócio do Setor Hoteleiro”, por Eduardo Abreu (Neoturis).
As duas conferências finais são a 22 janeiro, das 14H30 às 19H30, sobre “Turismo Acessível”, por Sofia Andrade, Antónia Portugal e Filipe Carvalho (EHTC) e a 26 de janeiro, das 14H30 às 19H30, sobre “Turismo Rural e Natureza”, por Armando Carvalho (EHTC).
Salário mínimo pago aos mais qualificados
Virgínia Alves, in Dinheiro Vivo
Têxtil e construção são dos setores mais afetados pelos baixos salários, mas o fenómeno chega agora aos jovens licenciados.
Agora, os jovens licenciados vieram reforçar as estatísticas das remunerações mais débeis. Sindicalistas e empresários explicam a mudança. Para a CGTP, a existência de salários mínimos entre os trabalhadores altamente qualificados tem a ver com o crescimento do desemprego. O sindicalista Manuel Guerreiro nota que “são muitas as empresas de informática e novas tecnologias que contratam os jovens que saem das universidades, muito bem preparados, e pagam-lhes o salário mínimo, ou por vezes menos, e sem horários”. Pedro Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, vai mais longe: “No setor terciário, de serviços, onde não existe contratação coletiva, banalizou-se a chamada prestação de serviços. Isso sucede nas empresas de tecnologias de informação, com programadores, mas também na hotelaria e turismo, onde não há vínculos de trabalho e os ordenados são até inferiores ao salário mínimo nacional”.
Setores tradicionais A par desta nova realidade, os setores tradicionais, como o têxtil e a construção, continuam a ser dos que mais pagam o salário mínimo, como assinala o Banco Central Europeu no seu último boletim, onde dá igualmente conta de que o desemprego real é o dobro dos valores divulgados pelos países da União Europeia. Armando Farias, da CGTP, sublinha que aqueles dois setores “continuam numa política de baixos salários, de mão de obra intensiva e pouco qualificada”. Osvaldo Pinho, do Sindeq-UGT, refere que “o aumento do salário mínimo [de 505 para 530€] vai ter um grande impacto no setor têxtil, que no global pode abranger cerca de 210 mil trabalhadores”. Salienta que, nesta área, há três convenções diferentes: a têxtil, “que abrange cerca de 100 mil trabalhadores, o vestuário, cerca de 70 mil operários, e o têxtil-lar, com cerca de 40 mil trabalhadores. Neste último caso, várias empresas já pagam acima do salário mínimo”. Quanto à construção civil, todos afirmam que é um setor em crise, com elevado desemprego, o que faz baixar os ordenados. Já no calçado, várias empresas pagam acima do salário mínimo, ou então criaram “um sistema de prémios, mensais ou anuais, por objetivos, disponibilidade ou até idade, que valem em média 3 a 4% do salário”, adiantou Osvaldo Pinho. O presidente da APICCAPS, a associação industrial do setor, Fortunato Frederico, já afirmou que o aumento do salário mínimo vai ter impacto no setor, porque algumas empresas estão bem estruturadas e financeiramente saudáveis, mas o tecido empresarial é composto por muitas pequenas empresas, muitas pouco estruturadas, descapitalizadas, sem reservas financeiras”.
Enquanto empresário e presidente da Kyaia, o maior grupo português de calçado, revelou que, na sua empresa, optou por um modelo de prémios no final do ano, em função dos lucros e do desempenho de cada trabalhador. Este ano, o prémio vai oscilar entre 700 e 250 euros. Grande distribuição Algumas empresas da grande distribuição anteciparam-se à subida do salário mínimo e anunciaram que vão fazer aumentos acima do valor de referência. É o caso do Lidl, do Pingo Doce e do El Corte Inglés, que já pagavam acima desse valor e vão aumentar no próximo ano. João Vieira Lopes, presidente da Confederação de Comércio e Serviços, explica que o setor “é muito heterogéneo. Os grandes grupos pagam acima da média, mas representam 10% dos 680 mil trabalhadores”. Acrescenta que “os grossistas pagam cerca de 510€, as empresas quase todas pagam mais e o comércio tradicional paga muito menos”. Mesmo assim, no setor terciário, Vieira Lopes dá como exemplos de baixos salários os serviços de limpeza (com mais de 130 mil trabalhadores), empresas de segurança (com dezenas de milhares de trabalhadores, “embora algumas já tenham melhorado os ordenados”) e ainda a restauração, “essencialmente nas cozinhas”.
Têxtil e construção são dos setores mais afetados pelos baixos salários, mas o fenómeno chega agora aos jovens licenciados.
Agora, os jovens licenciados vieram reforçar as estatísticas das remunerações mais débeis. Sindicalistas e empresários explicam a mudança. Para a CGTP, a existência de salários mínimos entre os trabalhadores altamente qualificados tem a ver com o crescimento do desemprego. O sindicalista Manuel Guerreiro nota que “são muitas as empresas de informática e novas tecnologias que contratam os jovens que saem das universidades, muito bem preparados, e pagam-lhes o salário mínimo, ou por vezes menos, e sem horários”. Pedro Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, vai mais longe: “No setor terciário, de serviços, onde não existe contratação coletiva, banalizou-se a chamada prestação de serviços. Isso sucede nas empresas de tecnologias de informação, com programadores, mas também na hotelaria e turismo, onde não há vínculos de trabalho e os ordenados são até inferiores ao salário mínimo nacional”.
Setores tradicionais A par desta nova realidade, os setores tradicionais, como o têxtil e a construção, continuam a ser dos que mais pagam o salário mínimo, como assinala o Banco Central Europeu no seu último boletim, onde dá igualmente conta de que o desemprego real é o dobro dos valores divulgados pelos países da União Europeia. Armando Farias, da CGTP, sublinha que aqueles dois setores “continuam numa política de baixos salários, de mão de obra intensiva e pouco qualificada”. Osvaldo Pinho, do Sindeq-UGT, refere que “o aumento do salário mínimo [de 505 para 530€] vai ter um grande impacto no setor têxtil, que no global pode abranger cerca de 210 mil trabalhadores”. Salienta que, nesta área, há três convenções diferentes: a têxtil, “que abrange cerca de 100 mil trabalhadores, o vestuário, cerca de 70 mil operários, e o têxtil-lar, com cerca de 40 mil trabalhadores. Neste último caso, várias empresas já pagam acima do salário mínimo”. Quanto à construção civil, todos afirmam que é um setor em crise, com elevado desemprego, o que faz baixar os ordenados. Já no calçado, várias empresas pagam acima do salário mínimo, ou então criaram “um sistema de prémios, mensais ou anuais, por objetivos, disponibilidade ou até idade, que valem em média 3 a 4% do salário”, adiantou Osvaldo Pinho. O presidente da APICCAPS, a associação industrial do setor, Fortunato Frederico, já afirmou que o aumento do salário mínimo vai ter impacto no setor, porque algumas empresas estão bem estruturadas e financeiramente saudáveis, mas o tecido empresarial é composto por muitas pequenas empresas, muitas pouco estruturadas, descapitalizadas, sem reservas financeiras”.
Enquanto empresário e presidente da Kyaia, o maior grupo português de calçado, revelou que, na sua empresa, optou por um modelo de prémios no final do ano, em função dos lucros e do desempenho de cada trabalhador. Este ano, o prémio vai oscilar entre 700 e 250 euros. Grande distribuição Algumas empresas da grande distribuição anteciparam-se à subida do salário mínimo e anunciaram que vão fazer aumentos acima do valor de referência. É o caso do Lidl, do Pingo Doce e do El Corte Inglés, que já pagavam acima desse valor e vão aumentar no próximo ano. João Vieira Lopes, presidente da Confederação de Comércio e Serviços, explica que o setor “é muito heterogéneo. Os grandes grupos pagam acima da média, mas representam 10% dos 680 mil trabalhadores”. Acrescenta que “os grossistas pagam cerca de 510€, as empresas quase todas pagam mais e o comércio tradicional paga muito menos”. Mesmo assim, no setor terciário, Vieira Lopes dá como exemplos de baixos salários os serviços de limpeza (com mais de 130 mil trabalhadores), empresas de segurança (com dezenas de milhares de trabalhadores, “embora algumas já tenham melhorado os ordenados”) e ainda a restauração, “essencialmente nas cozinhas”.
Papel é convertido em alimentos para ajudar população
Texto Juliana Batista, in Fátima Missionária
O Banco Alimentar converteu 11.900 toneladas de papel em 1,2 toneladas de alimentos para entregar a famílias desfavorecidas
A campanha «Papel por alimentos» tem beneficiado muitas famílias desfavorecidas. Dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome referentes aos quatro anos da campanha, mostram que, entre janeiro de 2012 e junho de 2015, foram recolhidas 11.836 toneladas de papel que foram convertidas em 1.210.951 quilos de alimentos.
Esta iniciativa convida à doação de papel para reciclagem, que os bancos alimentares convertem em alimentos. O papel doado possibilitou a compra de mais de 610 mil litros de leite, cerca de 53 mil litros de azeite, 249 mil quilos de arroz, quase 118 mil litros de óleo, 113 mil quilos de salsinhas e cerca de 48 mil quilos de atum que complementaram os cabazes que os bancos alimentares oferecem às instituições com produtos não perecíveis.
«É uma oportunidade para que todos possam assumir um papel importante e essencial na luta contra a fome, contra o desperdício, e evitando também a destruição de floresta», disse Manuel Paisana, secretário-geral da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, em declarações à agência Lusa.
O Banco Alimentar Contra a Fome de Lisboa foi o que recolheu mais papel (2.669.674 quilos), seguido do Algarve (1.748.926 quilos), do Porto (1.182.503 quilos) e de Setúbal (1.027.508 quilos). Os 21 bancos alimentares de Portugal apoiam 2.600 instituições de solidariedade, que ajudam 425 mil cidadãos, através de cabazes de alimentos ou refeições.
O Banco Alimentar converteu 11.900 toneladas de papel em 1,2 toneladas de alimentos para entregar a famílias desfavorecidas
A campanha «Papel por alimentos» tem beneficiado muitas famílias desfavorecidas. Dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome referentes aos quatro anos da campanha, mostram que, entre janeiro de 2012 e junho de 2015, foram recolhidas 11.836 toneladas de papel que foram convertidas em 1.210.951 quilos de alimentos.
Esta iniciativa convida à doação de papel para reciclagem, que os bancos alimentares convertem em alimentos. O papel doado possibilitou a compra de mais de 610 mil litros de leite, cerca de 53 mil litros de azeite, 249 mil quilos de arroz, quase 118 mil litros de óleo, 113 mil quilos de salsinhas e cerca de 48 mil quilos de atum que complementaram os cabazes que os bancos alimentares oferecem às instituições com produtos não perecíveis.
«É uma oportunidade para que todos possam assumir um papel importante e essencial na luta contra a fome, contra o desperdício, e evitando também a destruição de floresta», disse Manuel Paisana, secretário-geral da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, em declarações à agência Lusa.
O Banco Alimentar Contra a Fome de Lisboa foi o que recolheu mais papel (2.669.674 quilos), seguido do Algarve (1.748.926 quilos), do Porto (1.182.503 quilos) e de Setúbal (1.027.508 quilos). Os 21 bancos alimentares de Portugal apoiam 2.600 instituições de solidariedade, que ajudam 425 mil cidadãos, através de cabazes de alimentos ou refeições.
EUROFOUND: Sobre a inclusão dos jovens
Manuel Barros, in Correio do Minho
Estamos na época natalícia. Uma época que destaca a solidariedade, Uma festa, uma comemoração, uma efeméride que nos aproxima, um momento que, com mais ou menos fé, nos faz lembrar todos aqueles, com quem temos afinidades, na família, na nossa vasta teia de relações e no nosso local de trabalho.
Assim foi no setor da juventude. Grandes desafios e uma ambição forte! Um grande empenho, desde o início da crise económica em 2008, onde os jovens viram agravar-se as dificuldades de posicionamento, em relação ao mercado de trabalho. Transformando a juventude numa condição social de maior risco de exclusão, em toda Europa, como um dos seus resultados, mais visíveis.
Um afastamento que teve, e poderá ainda, ter consequências graves para os jovens como pessoas, com repercussões diretas na sua realização social e profissional. Consequências para a sociedade, pela instabilidade e sentimento de desencanto das novas gerações, e para a economia como um todo, pelo prejuízo expresso na necessidade de novas competências, exigidas pelos novos ventos de mudança e inovação.
Sendo a este propósito, oportuna uma reflexão, sobre um dos itens da agenda da Cimeira do Grupo da Juventude, realizado em 15 de dezembro, em que o Eurofound apresentou o relatório 'Inclusão social dos jovens', que contou com a participação do seu gestor, Massimiliano Mascherini. Uma boa oportunidade, para explorar os resultados do relatório, fazendo uma análise da situação atual, e indicar as futuras medidas prioritárias, de inclusão social dos jovens, na União Europeia.
Este documento, começando por analisar, a situação que enfrentam os jovens na Europa hoje, aborda as desvantagens cumulativas, decorrentes do desfasamento do mercado de trabalho e da educação. Finalmente, o relatório examina abordagens mais amplas, para apoiar a inclusão social, incluindo vertentes destinadas à capacitação da juventude, e participação na sociedade, como forma de promover a sua empregabilidade.
No contexto político, mais amplo, a estratégia Europa 2020 compromete os Estados-Membros da EU em torno do objetivo de tirar pelo menos 20 milhões de pessoas da pobreza e da exclusão social. Uma meta ambiciosa, que se tornou mais complexa, com o aumento percentagem de pessoas em risco de exclusão social, pelo facto de um grande número de países, terem mergulhado numa crise económica muito acentuada.
Com este empenho político, o desafio do desemprego juvenil passou a ter uma abordagem mais ampla. As soluções apesar de insuficientes, numa primeira fase, tornaram mais eficazes, as medidas de promoção da inclusão dos jovens no sistema educativo, na formação e no emprego. Adianta que, enquanto os jovens podem lidar, relativamente bem, com curtos períodos de desemprego, o desemp
rego de longa duração, tem um forte impacto negativo, nos seus resultados futuros, no mercado de trabalho e no seu bem-estar psicológico e social.
A este respeito, a Garantia Jovem está a cumprir o seu objetivo, proporcionando aos jovens até aos 25 anos uma oferta de boa qualidade, no prazo de quatro meses de ficarem desempregados, deixarem o sistema de formação ou deixar a educação formal. Uma boa oportunidade, para se operarem reposicionamentos dos diversos parceiros, para melhorar a capacidade dos serviços públicos de emprego, e aumentar a oferta de aprendizagem, ensino e formação profissional, o caso da juventude envolvendo o associativismo jovem, na certificação e no promoção da educação não formal.
As soluções estão a surgir em muitos países, bem como a necessidade de parcerias mais eficazes entre os atores envolvidos, concentradas na melhoria dos programas de transição dos jovens da escola para o trabalho, e a introdução de sistemas de aprendizagem dual. Sendo, no entanto, necessário um maior esforço, para chegar aos grupos etários mais vulneráveis.
Uma abordagem mais ampla para a inclusão social. Iniciativas para a inclusão social que vão para além do mercado de trabalho, onde as evidências dos estudos de caso, não indicam uma clara tendência de crescimento do investimento público nesta área, de acordo com o relatório. Todas estas iniciativas, desenvolvidas principalmente por organizações sem fins lucrativos, com recurso a tutoria e apoio de aconselhamento, de voluntariado e participação cívica, educação e habitação, surgem como os principais pontos de partida. As ferramentas gerais usadas são baseadas em relações humanas (informação, aconselhamento, capacitação), ainda apoiadas pela provisão de recursos (assistência financeira, instalações).
Estas iniciativas são, em muitos casos geridos por entidades privadas sem fins lucrativos e envolver diversas parcerias: colocando muito mais ênfase sobre a motivação e o envolvimento ativo dos jovens, bem como as redes de relações entre pares; aumentando a sensibilidade dos formuladores de políticas, dos parceiros, dos dirigentes e dos técnicos para a participação dos jovens.
Neste contexto, o Roteiro Associativo para a Empregabilidade consubstanciará uma dinâmica em rede, que envolve na Região Norte o associativismo juvenil de base local, as associações de estudantes do ensino superior, que se poderá estender ao associativismo estudantil do ensino profissional. Um contributo que poderá representar uma nova abordagem, numa relação de proximidade e confiança, focada na responsabilização dos jovens nos mais diversos sistemas de Educação / formação, potenciando a sua atitude empreendedora em prol da promoção da empregabilidade das novas gerações.
Estamos na época natalícia. Uma época que destaca a solidariedade, Uma festa, uma comemoração, uma efeméride que nos aproxima, um momento que, com mais ou menos fé, nos faz lembrar todos aqueles, com quem temos afinidades, na família, na nossa vasta teia de relações e no nosso local de trabalho.
Assim foi no setor da juventude. Grandes desafios e uma ambição forte! Um grande empenho, desde o início da crise económica em 2008, onde os jovens viram agravar-se as dificuldades de posicionamento, em relação ao mercado de trabalho. Transformando a juventude numa condição social de maior risco de exclusão, em toda Europa, como um dos seus resultados, mais visíveis.
Um afastamento que teve, e poderá ainda, ter consequências graves para os jovens como pessoas, com repercussões diretas na sua realização social e profissional. Consequências para a sociedade, pela instabilidade e sentimento de desencanto das novas gerações, e para a economia como um todo, pelo prejuízo expresso na necessidade de novas competências, exigidas pelos novos ventos de mudança e inovação.
Sendo a este propósito, oportuna uma reflexão, sobre um dos itens da agenda da Cimeira do Grupo da Juventude, realizado em 15 de dezembro, em que o Eurofound apresentou o relatório 'Inclusão social dos jovens', que contou com a participação do seu gestor, Massimiliano Mascherini. Uma boa oportunidade, para explorar os resultados do relatório, fazendo uma análise da situação atual, e indicar as futuras medidas prioritárias, de inclusão social dos jovens, na União Europeia.
Este documento, começando por analisar, a situação que enfrentam os jovens na Europa hoje, aborda as desvantagens cumulativas, decorrentes do desfasamento do mercado de trabalho e da educação. Finalmente, o relatório examina abordagens mais amplas, para apoiar a inclusão social, incluindo vertentes destinadas à capacitação da juventude, e participação na sociedade, como forma de promover a sua empregabilidade.
No contexto político, mais amplo, a estratégia Europa 2020 compromete os Estados-Membros da EU em torno do objetivo de tirar pelo menos 20 milhões de pessoas da pobreza e da exclusão social. Uma meta ambiciosa, que se tornou mais complexa, com o aumento percentagem de pessoas em risco de exclusão social, pelo facto de um grande número de países, terem mergulhado numa crise económica muito acentuada.
Com este empenho político, o desafio do desemprego juvenil passou a ter uma abordagem mais ampla. As soluções apesar de insuficientes, numa primeira fase, tornaram mais eficazes, as medidas de promoção da inclusão dos jovens no sistema educativo, na formação e no emprego. Adianta que, enquanto os jovens podem lidar, relativamente bem, com curtos períodos de desemprego, o desemp
rego de longa duração, tem um forte impacto negativo, nos seus resultados futuros, no mercado de trabalho e no seu bem-estar psicológico e social.
A este respeito, a Garantia Jovem está a cumprir o seu objetivo, proporcionando aos jovens até aos 25 anos uma oferta de boa qualidade, no prazo de quatro meses de ficarem desempregados, deixarem o sistema de formação ou deixar a educação formal. Uma boa oportunidade, para se operarem reposicionamentos dos diversos parceiros, para melhorar a capacidade dos serviços públicos de emprego, e aumentar a oferta de aprendizagem, ensino e formação profissional, o caso da juventude envolvendo o associativismo jovem, na certificação e no promoção da educação não formal.
As soluções estão a surgir em muitos países, bem como a necessidade de parcerias mais eficazes entre os atores envolvidos, concentradas na melhoria dos programas de transição dos jovens da escola para o trabalho, e a introdução de sistemas de aprendizagem dual. Sendo, no entanto, necessário um maior esforço, para chegar aos grupos etários mais vulneráveis.
Uma abordagem mais ampla para a inclusão social. Iniciativas para a inclusão social que vão para além do mercado de trabalho, onde as evidências dos estudos de caso, não indicam uma clara tendência de crescimento do investimento público nesta área, de acordo com o relatório. Todas estas iniciativas, desenvolvidas principalmente por organizações sem fins lucrativos, com recurso a tutoria e apoio de aconselhamento, de voluntariado e participação cívica, educação e habitação, surgem como os principais pontos de partida. As ferramentas gerais usadas são baseadas em relações humanas (informação, aconselhamento, capacitação), ainda apoiadas pela provisão de recursos (assistência financeira, instalações).
Estas iniciativas são, em muitos casos geridos por entidades privadas sem fins lucrativos e envolver diversas parcerias: colocando muito mais ênfase sobre a motivação e o envolvimento ativo dos jovens, bem como as redes de relações entre pares; aumentando a sensibilidade dos formuladores de políticas, dos parceiros, dos dirigentes e dos técnicos para a participação dos jovens.
Neste contexto, o Roteiro Associativo para a Empregabilidade consubstanciará uma dinâmica em rede, que envolve na Região Norte o associativismo juvenil de base local, as associações de estudantes do ensino superior, que se poderá estender ao associativismo estudantil do ensino profissional. Um contributo que poderá representar uma nova abordagem, numa relação de proximidade e confiança, focada na responsabilização dos jovens nos mais diversos sistemas de Educação / formação, potenciando a sua atitude empreendedora em prol da promoção da empregabilidade das novas gerações.
Semear alegria de viver pelos montes
Ana Cristina Pereira (texto) e Adriano Miranda (fotos, in Público on-line
Projecto de apoio psicológico ao domicílio da associação Odemira+ foi criado para combater a solidão e o isolamento social e territorial dos idosos.
Ti Francília está em casa. Uma casa térrea, de paredes grossas, caiada de branco, no topo de um monte. “Posso dizer que vivo sozinha. Está para aí um velho …. É um homenzito que também não tem ninguém e eu … para não estar aqui sozinha… Olhe, faz de conta que o ajustei, faz de conta que é meu empregado. É para ir à água, para ir à lenha, e mais nada, a bem dizer.”
Nem era preciso o psicólogo Fábio Medina explicar que sentir solidão não é estar desacompanhado. Bastaria ouvir ti Francília falar no companheiro. “Passa-se dias sem me dizer nadinha!” Mas o isolamento social e territorial é um caso sério no mais extenso (1 720 km²) e menos povoado município do país (22 mil). Os habitantes de Odemira estão mal distribuídos – 70% moram nas freguesias na faixa litoral, que faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano, enfatiza o técnico d’ A Vida Vale, um projecto destinado a combater a solidão e o isolamento social e territorial. E não dispõem de uma rede de transportes públicos capaz de atenuar tanta distância.
É grande o apego ao lugar. “Fui nascida e criada nesta ramadinha”, diz ti Francília. “Era casa de meus pais, casa de meus avós. O meu marido morreu há 30 anos. Duas filhas já eram casadas. Uma ainda era solteira. Ela casou-se e eu fiquei sozinha. Tinha aí uma remessa de reses. E regadio. E sozinha não dava conta. Aquele homenzito até tinha fama de ser bom trabalhador. Estava sempre se oferecendo para vir pôr adubo, semear batatas, carregar lenha, ainda a minha filha aí estava. Eu pensava que ele estava livre de todo o interesse, mas ele já andava era pensando: ‘vou ver se agarro aquilo!’”
Fábio Medina ouve-a, atento, empático. Está experimentado. O projecto, da associação Odemira +, começou na freguesia de Sabóia e avançou para outras três: Luzianes-Gare, São Martinho das Amoreiras e Santa Clara-a-Velha. “Visito uma média de seis pessoas por dia”, revela. Articula-se com a Guarda Nacional Republicana (GNR) e com a unidade móvel, projecto do Centro de Saúde, da Câmara Municipal de Odemira e da Santa Casa da Misericórdia, para acompanhar 240 idosos isolados. Quando trabalhavam de costas voltadas, acontecia as três equipas passarem na mesma semana pela mesma casa. Agora, partilham informação, para que todas saibam quando cada pessoa foi visitada e actuem de acordo com um sistema de prioridades. Uns idosos têm prioridade alta (devem ser vistos todas as semanas); outros, média (a cada duas ou três semanas) ou baixa.
Muito gosta Ti Francília destas visitas. “Com o senhor Fábio estou à vontade”, diz ela, convidando a entrar na sala de jantar. “Faz de conta que ele é uma pessoa da minha família.” Confiança é tudo. Ele não se atreve a ir sozinho pela primeira vez a casa de alguém. Já lhe aconteceu ser recebido de espingarda na mão por idosos fartos de ouvir falar nas manhas de burlões e de assaltantes. Prefere ser apresentado por um familiar, um vizinho, um elemento da GNR.
Irmão da cunhada da ti Francília, o ti José, tem uma espingarda guardada dentro de casa, não vá o diabo tecê-las. Mora sozinho desde que os pais morreram, já lá vão 28 anos. Sozinho, sozinho não. Tem o cão “Joly”, a gata “Chica” e umas quantas galinhas sem nome, que se empoleiram numa pereira e numa oliveira em frente à casa. Nunca teve companheira. “Não tem calhado. Vai passando tempo, vai passando tempo. Agora, tenho 76 anos. Já não vale a pena criar mulher.”
Não convida a entrar. “Não quis arranjar isto antes e agora está a cair”, justifica-se. Não tem cada-de-banho, nem água canalizada. Vai buscar água ao poço para tomar banho e cozinhar. “Ainda hoje fiz uma couvita com um bocadito de carne que a minha irmã me deu ontem. Bebe-se um copo de vinho. Está a bucha feita. Do meio-dia ficou para a noite. É só aquecer e baldear.”
Quando a noite cai, o crepitar da lareira faz-lhe companhia. “Estou ali, ao fogo, aquecendo os pés. Tenho aí lenha. Acendo.” Não tem televisor, nem rádio. “Tinha ali um. Avariou [já lá vão seis anos].Também ouço mal…” Se passar alguém pela estrada estreitinha, o “Joly” dá logo sinal. De dia, anda entretido. “Sento-me aqui, como uma bucha e vejo passar o trânsito. Tem ocasiões que passavam aí sete ou oito jipes.” Há familiares por perto. E ainda trabalha no campo. “Agora, andei 15 dias a apanhar azeitonas com um sobrinho meu. Apuramos 60 litros de azeite.”
Se pudesse, ti José ia até Vale Touriz, à escola primária que o projecto transformou em centro comunitário. A associação Odemira + não tem transporte, depende da boa-vontade da Escola Profissional de Odemira, que empresta uma carrinha. “Tinha uma bicicleta a motor. Antes de cair, dei ao meu sobrinho para vender. Há quatro anos deu-me um AVC. Fui apanhado num braço e numa perna…”
O companheiro de ti Francília, o Ti António, costuma estar no centro comunitário. Serve-se do seu microcarro, um quadriciclo mais conhecido por "mata-velhos" ou "papa-reformas". “Vai jogar às cartas de segunda a sexta. É um belo trabalho”, ri-se a mulher. Ela pouco vai. “Comecei a não ter saúde. Ando toda coxa. Tenho uma dor nesta perna. Tenho pena de estar assim e de não poder ir para lado nenhum.”
As horas podem ser animadas em Vale Touriz. Ali, recolhem-se histórias de vida, organizam-se passeios pelo concelho, actividades, a começar pelas rendas. Nada atrai tanta gente como os churrascos quinzenais. Está tudo mais parado desde que a animadora socio cultural, Tânia Mestre, entrou de licença de parto.
Tratam o psicólogo por “senhor Fábio”. Ele dispensaria o “senhor”, como dispensou o “doutor”. Andar de casa em casa é diferente de trabalhar num gabinete ou num consultório. “Aqui não podemos ter a mesma distância”, explica, estrada fora. Tem de quebrar as barreiras tradicionais, de ir para lá das suas funções. Um exemplo? “Uma vez fui ver um senhor. Fazia quatro dias que comia comida fria. O gás tinha acabado. A marca da garrafa tinha mudado. Ele já não sabia como mudar a garrafa.” Outro exemplo? “Um senhor ligou, chorando. ‘O meu pai, o meu pai. Não sei o que fazer.’ Eu disse: ‘Daqui a 20 minutos estou aí. Pensava que o pai dele tinha falecido, mas não. Tinha tido alta. Estava em casa dele. Tinha uma algália. E ele estava desesperado. Nunca tinha lidado com uma coisa daquelas. Tinha de trocar a fralda. Ensinei-o. Voltei no dia seguinte com uma enfermeira [da unidade móvel] para o ensinar melhor.” Faz tudo com sentido profissional. “São estes pormenores que fazem a diferença, que ajudam a ganhar a confiança.”
Num mundo cada vez mais rendido à tecnologia, fala-se muito na teleassistência, mas todo esse discurso esvazia-se no interior de um concelho com grandes falhas na cobertura de rede. Ti Francília não tem teleassistência, mas ti Odete tem. O telefone, com um visor e umas teclas enormes, está num cantinho da sala, coberto com um pano bordado. O marido passa os dias sentado mesmo ao lado, com uma manta colorida sobre as pernas. É ele quem usa a pulseira, dotada de um botão de emergência. Se o premir, disparará um alarme numa central de atendimento.
O cuidado de Fábio é mais contínuo. Quer saber como está ti Odete, como está o marido, como está o cunhado, que foi hospitalizado. “Olhe, eu nem sequer lhe sei dizer”, diz ela. “Contratei o táxi que era para a gente ir levantar a reforma. Esta manhã, estava-me com diarreia. ‘Não posso ir.’ Dei-lhe pequeno-almoço. Dei-lhe medicamentos. Ele ficou na cama. E eu fui. Não demorei muito. Quando cheguei, estava sentadinho ali no sofá, muito sossegadinho. Eu disse-lhe: agora vou fazer o almoço. ‘Não faças que eu não tenho fome.’ Não tens fome? O que comeste? ‘O que tinhas em cima da mesa.’ Tudo que faz mal! Alheira, bolo, torresmo. Tudo a eito!”
Fábio Medina não se atreve a dizer que com isto se está a reduzir o número de suicídios em Odemira, cenário de uma das taxas mais elevadas do país. Nem lhe parece que esse deva ser o mote. “As pessoas ligam-nos em caso de necessidade. Estão cada vez mais envolvidas. Já dinamizam actividades” – por exemplo, festas de santos populares. E isso ajuda a criar alegria de viver.
Projecto de apoio psicológico ao domicílio da associação Odemira+ foi criado para combater a solidão e o isolamento social e territorial dos idosos.
Ti Francília está em casa. Uma casa térrea, de paredes grossas, caiada de branco, no topo de um monte. “Posso dizer que vivo sozinha. Está para aí um velho …. É um homenzito que também não tem ninguém e eu … para não estar aqui sozinha… Olhe, faz de conta que o ajustei, faz de conta que é meu empregado. É para ir à água, para ir à lenha, e mais nada, a bem dizer.”
Nem era preciso o psicólogo Fábio Medina explicar que sentir solidão não é estar desacompanhado. Bastaria ouvir ti Francília falar no companheiro. “Passa-se dias sem me dizer nadinha!” Mas o isolamento social e territorial é um caso sério no mais extenso (1 720 km²) e menos povoado município do país (22 mil). Os habitantes de Odemira estão mal distribuídos – 70% moram nas freguesias na faixa litoral, que faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano, enfatiza o técnico d’ A Vida Vale, um projecto destinado a combater a solidão e o isolamento social e territorial. E não dispõem de uma rede de transportes públicos capaz de atenuar tanta distância.
É grande o apego ao lugar. “Fui nascida e criada nesta ramadinha”, diz ti Francília. “Era casa de meus pais, casa de meus avós. O meu marido morreu há 30 anos. Duas filhas já eram casadas. Uma ainda era solteira. Ela casou-se e eu fiquei sozinha. Tinha aí uma remessa de reses. E regadio. E sozinha não dava conta. Aquele homenzito até tinha fama de ser bom trabalhador. Estava sempre se oferecendo para vir pôr adubo, semear batatas, carregar lenha, ainda a minha filha aí estava. Eu pensava que ele estava livre de todo o interesse, mas ele já andava era pensando: ‘vou ver se agarro aquilo!’”
Fábio Medina ouve-a, atento, empático. Está experimentado. O projecto, da associação Odemira +, começou na freguesia de Sabóia e avançou para outras três: Luzianes-Gare, São Martinho das Amoreiras e Santa Clara-a-Velha. “Visito uma média de seis pessoas por dia”, revela. Articula-se com a Guarda Nacional Republicana (GNR) e com a unidade móvel, projecto do Centro de Saúde, da Câmara Municipal de Odemira e da Santa Casa da Misericórdia, para acompanhar 240 idosos isolados. Quando trabalhavam de costas voltadas, acontecia as três equipas passarem na mesma semana pela mesma casa. Agora, partilham informação, para que todas saibam quando cada pessoa foi visitada e actuem de acordo com um sistema de prioridades. Uns idosos têm prioridade alta (devem ser vistos todas as semanas); outros, média (a cada duas ou três semanas) ou baixa.
Muito gosta Ti Francília destas visitas. “Com o senhor Fábio estou à vontade”, diz ela, convidando a entrar na sala de jantar. “Faz de conta que ele é uma pessoa da minha família.” Confiança é tudo. Ele não se atreve a ir sozinho pela primeira vez a casa de alguém. Já lhe aconteceu ser recebido de espingarda na mão por idosos fartos de ouvir falar nas manhas de burlões e de assaltantes. Prefere ser apresentado por um familiar, um vizinho, um elemento da GNR.
Irmão da cunhada da ti Francília, o ti José, tem uma espingarda guardada dentro de casa, não vá o diabo tecê-las. Mora sozinho desde que os pais morreram, já lá vão 28 anos. Sozinho, sozinho não. Tem o cão “Joly”, a gata “Chica” e umas quantas galinhas sem nome, que se empoleiram numa pereira e numa oliveira em frente à casa. Nunca teve companheira. “Não tem calhado. Vai passando tempo, vai passando tempo. Agora, tenho 76 anos. Já não vale a pena criar mulher.”
Não convida a entrar. “Não quis arranjar isto antes e agora está a cair”, justifica-se. Não tem cada-de-banho, nem água canalizada. Vai buscar água ao poço para tomar banho e cozinhar. “Ainda hoje fiz uma couvita com um bocadito de carne que a minha irmã me deu ontem. Bebe-se um copo de vinho. Está a bucha feita. Do meio-dia ficou para a noite. É só aquecer e baldear.”
Quando a noite cai, o crepitar da lareira faz-lhe companhia. “Estou ali, ao fogo, aquecendo os pés. Tenho aí lenha. Acendo.” Não tem televisor, nem rádio. “Tinha ali um. Avariou [já lá vão seis anos].Também ouço mal…” Se passar alguém pela estrada estreitinha, o “Joly” dá logo sinal. De dia, anda entretido. “Sento-me aqui, como uma bucha e vejo passar o trânsito. Tem ocasiões que passavam aí sete ou oito jipes.” Há familiares por perto. E ainda trabalha no campo. “Agora, andei 15 dias a apanhar azeitonas com um sobrinho meu. Apuramos 60 litros de azeite.”
Se pudesse, ti José ia até Vale Touriz, à escola primária que o projecto transformou em centro comunitário. A associação Odemira + não tem transporte, depende da boa-vontade da Escola Profissional de Odemira, que empresta uma carrinha. “Tinha uma bicicleta a motor. Antes de cair, dei ao meu sobrinho para vender. Há quatro anos deu-me um AVC. Fui apanhado num braço e numa perna…”
O companheiro de ti Francília, o Ti António, costuma estar no centro comunitário. Serve-se do seu microcarro, um quadriciclo mais conhecido por "mata-velhos" ou "papa-reformas". “Vai jogar às cartas de segunda a sexta. É um belo trabalho”, ri-se a mulher. Ela pouco vai. “Comecei a não ter saúde. Ando toda coxa. Tenho uma dor nesta perna. Tenho pena de estar assim e de não poder ir para lado nenhum.”
As horas podem ser animadas em Vale Touriz. Ali, recolhem-se histórias de vida, organizam-se passeios pelo concelho, actividades, a começar pelas rendas. Nada atrai tanta gente como os churrascos quinzenais. Está tudo mais parado desde que a animadora socio cultural, Tânia Mestre, entrou de licença de parto.
Tratam o psicólogo por “senhor Fábio”. Ele dispensaria o “senhor”, como dispensou o “doutor”. Andar de casa em casa é diferente de trabalhar num gabinete ou num consultório. “Aqui não podemos ter a mesma distância”, explica, estrada fora. Tem de quebrar as barreiras tradicionais, de ir para lá das suas funções. Um exemplo? “Uma vez fui ver um senhor. Fazia quatro dias que comia comida fria. O gás tinha acabado. A marca da garrafa tinha mudado. Ele já não sabia como mudar a garrafa.” Outro exemplo? “Um senhor ligou, chorando. ‘O meu pai, o meu pai. Não sei o que fazer.’ Eu disse: ‘Daqui a 20 minutos estou aí. Pensava que o pai dele tinha falecido, mas não. Tinha tido alta. Estava em casa dele. Tinha uma algália. E ele estava desesperado. Nunca tinha lidado com uma coisa daquelas. Tinha de trocar a fralda. Ensinei-o. Voltei no dia seguinte com uma enfermeira [da unidade móvel] para o ensinar melhor.” Faz tudo com sentido profissional. “São estes pormenores que fazem a diferença, que ajudam a ganhar a confiança.”
Num mundo cada vez mais rendido à tecnologia, fala-se muito na teleassistência, mas todo esse discurso esvazia-se no interior de um concelho com grandes falhas na cobertura de rede. Ti Francília não tem teleassistência, mas ti Odete tem. O telefone, com um visor e umas teclas enormes, está num cantinho da sala, coberto com um pano bordado. O marido passa os dias sentado mesmo ao lado, com uma manta colorida sobre as pernas. É ele quem usa a pulseira, dotada de um botão de emergência. Se o premir, disparará um alarme numa central de atendimento.
O cuidado de Fábio é mais contínuo. Quer saber como está ti Odete, como está o marido, como está o cunhado, que foi hospitalizado. “Olhe, eu nem sequer lhe sei dizer”, diz ela. “Contratei o táxi que era para a gente ir levantar a reforma. Esta manhã, estava-me com diarreia. ‘Não posso ir.’ Dei-lhe pequeno-almoço. Dei-lhe medicamentos. Ele ficou na cama. E eu fui. Não demorei muito. Quando cheguei, estava sentadinho ali no sofá, muito sossegadinho. Eu disse-lhe: agora vou fazer o almoço. ‘Não faças que eu não tenho fome.’ Não tens fome? O que comeste? ‘O que tinhas em cima da mesa.’ Tudo que faz mal! Alheira, bolo, torresmo. Tudo a eito!”
Fábio Medina não se atreve a dizer que com isto se está a reduzir o número de suicídios em Odemira, cenário de uma das taxas mais elevadas do país. Nem lhe parece que esse deva ser o mote. “As pessoas ligam-nos em caso de necessidade. Estão cada vez mais envolvidas. Já dinamizam actividades” – por exemplo, festas de santos populares. E isso ajuda a criar alegria de viver.
Estudantes de medicina vão “porta a porta” para acompanhar saúde dos idosos
Anabela Góis,in RR
Iniciativa da associação de estudantes da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa conta com 79 voluntários que visitam 49 idosos das freguesias da Estrela e de Campo de Ourique.
O projecto de voluntariado “Saúde Porta a Porta”, que acompanha em Lisboa munícipes idosos ou em situação de carência de saúde ou socioeconómica, acaba de entrar no segundo ano de vida com cada vez mais pessoas envolvidas.
A iniciativa desenvolvida pela associação de estudantes da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa e o hospital CUF Infante Santo começou com 40 voluntários, estudantes de Medicina do 3º ao 6º ano, que acompanhavam 22 idosos.
Agora já são 79 estudantes envolvidos e fazem visitas a 49 idosos das freguesias da Estrela e de Campo de Ourique, referenciados pelas assistentes sociais das juntas de freguesia. Em breve, vão começar a fazer visitas também na zona da junta de freguesia da Misericórdia.
Os jovens fazem visitas regulares e realizam rastreios de hipertensão arterial, diabetes e colesterol, aconselhamento do estado de saúde, fazem propostas de conciliação terapêutica e sinalização das carências sociais ou de saúde dos indivíduos referenciados. Nestas visitas contam-se historias, fala-se de dificuldades e tiram-se dúvidas sobre doenças e medicamentos.
Um prémio de 15.600 euros permitiu alargar os participantes desde o ano passado, e segundo Beatriz Porteiro, a coordenadora do projecto, no futuro também serão alargadas as zonas abrangidas.
Iniciativa da associação de estudantes da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa conta com 79 voluntários que visitam 49 idosos das freguesias da Estrela e de Campo de Ourique.
O projecto de voluntariado “Saúde Porta a Porta”, que acompanha em Lisboa munícipes idosos ou em situação de carência de saúde ou socioeconómica, acaba de entrar no segundo ano de vida com cada vez mais pessoas envolvidas.
A iniciativa desenvolvida pela associação de estudantes da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa e o hospital CUF Infante Santo começou com 40 voluntários, estudantes de Medicina do 3º ao 6º ano, que acompanhavam 22 idosos.
Agora já são 79 estudantes envolvidos e fazem visitas a 49 idosos das freguesias da Estrela e de Campo de Ourique, referenciados pelas assistentes sociais das juntas de freguesia. Em breve, vão começar a fazer visitas também na zona da junta de freguesia da Misericórdia.
Os jovens fazem visitas regulares e realizam rastreios de hipertensão arterial, diabetes e colesterol, aconselhamento do estado de saúde, fazem propostas de conciliação terapêutica e sinalização das carências sociais ou de saúde dos indivíduos referenciados. Nestas visitas contam-se historias, fala-se de dificuldades e tiram-se dúvidas sobre doenças e medicamentos.
Um prémio de 15.600 euros permitiu alargar os participantes desde o ano passado, e segundo Beatriz Porteiro, a coordenadora do projecto, no futuro também serão alargadas as zonas abrangidas.
Indianos, ciganos, negros e "outros preconceitos" na sociedade portuguesa
in Lusa/AO Online
Um sociólogo considera que a formação do governo português, com um primeiro-ministro de origem indiana, uma ministra negra e um secretário de Estado cigano, foi uma oportunidade perdida para se falar de inclusão, ao prevalecerem expressões ofensivas e discriminatórias.
O sociólogo Manuel Carlos Silva, professor da Universidade do Minho, considera uma exposição ofensiva, discriminatória e mesmo racista o destaque dado à etnia de alguns dos membros do novo governo, em jornais e setores da opinião pública, após o anúncio da composição do atual executivo.
Foram usadas expressões que “não fazem sentido, são ofensivas, discriminatórias e mesmo racistas, a maior parte das vezes por interiorização de narrativas ideológicas, quando, pelo contrário, tal iniciativa deveria ser objecto de elogio pelo esforço no sentido de não só reconhecer obviamente as capacidades de cidadãos/cidadãs negras e de outras minorias étnicas, para as funções que foram convidadas, como assinalar um pequeno, ainda que tímido, sinal pedagógico e político de abertura e reconhecimento das minorias étnicas", disse à Lusa Manuel Carlos Silva.
Doutorado pela Universidade de Amesterdão e catedrático em Sociologia na Universidade do Minho, Manuel Carlos Silva organizou, com José Manuel Sobral, o livro “Etnicidade, racismo e nacionalismo, migrações, minorias étnicas e contextos escolares”, apresentado em dezembro em Lisboa.
Por essa altura, o Governo do Partido Socialista, apoiado por partidos à sua esquerda, tornava-se conhecido pela sua composição multiétnica, o que constituía uma novidade em relação a anteriores executivos.
“São etnias que devem ser também representadas politicamente nos diversos níveis de poder: desde as autarquias, passando por diversas associações cívicas, organizações e outras instituições intermédias, até ao Estado central. Portanto, tais comentários sobre um 'governo de negros e ciganos' denotam, além da ignorância preconceituosa, que há ainda um longo caminho a percorrer nas relações interétnicas, nomeadamente nas relações entre portugueses autóctones não ciganos e portugueses ciganos e, embora em menor medida, com imigrantes nomeadamente negros", defende o académico.
Um sociólogo considera que a formação do governo português, com um primeiro-ministro de origem indiana, uma ministra negra e um secretário de Estado cigano, foi uma oportunidade perdida para se falar de inclusão, ao prevalecerem expressões ofensivas e discriminatórias.
O sociólogo Manuel Carlos Silva, professor da Universidade do Minho, considera uma exposição ofensiva, discriminatória e mesmo racista o destaque dado à etnia de alguns dos membros do novo governo, em jornais e setores da opinião pública, após o anúncio da composição do atual executivo.
Foram usadas expressões que “não fazem sentido, são ofensivas, discriminatórias e mesmo racistas, a maior parte das vezes por interiorização de narrativas ideológicas, quando, pelo contrário, tal iniciativa deveria ser objecto de elogio pelo esforço no sentido de não só reconhecer obviamente as capacidades de cidadãos/cidadãs negras e de outras minorias étnicas, para as funções que foram convidadas, como assinalar um pequeno, ainda que tímido, sinal pedagógico e político de abertura e reconhecimento das minorias étnicas", disse à Lusa Manuel Carlos Silva.
Doutorado pela Universidade de Amesterdão e catedrático em Sociologia na Universidade do Minho, Manuel Carlos Silva organizou, com José Manuel Sobral, o livro “Etnicidade, racismo e nacionalismo, migrações, minorias étnicas e contextos escolares”, apresentado em dezembro em Lisboa.
Por essa altura, o Governo do Partido Socialista, apoiado por partidos à sua esquerda, tornava-se conhecido pela sua composição multiétnica, o que constituía uma novidade em relação a anteriores executivos.
“São etnias que devem ser também representadas politicamente nos diversos níveis de poder: desde as autarquias, passando por diversas associações cívicas, organizações e outras instituições intermédias, até ao Estado central. Portanto, tais comentários sobre um 'governo de negros e ciganos' denotam, além da ignorância preconceituosa, que há ainda um longo caminho a percorrer nas relações interétnicas, nomeadamente nas relações entre portugueses autóctones não ciganos e portugueses ciganos e, embora em menor medida, com imigrantes nomeadamente negros", defende o académico.
Beja contabilizou maior número de desempregados do distrito
in Rádio Pax
No concelho de Beja estavam inscritos no Centro de Emprego, em Novembro passado, 1 768 indivíduos.
Os serviços contabilizaram mais 103 desempregados do que em Novembro do ano passado. Os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) indicam que face ao mês anterior (Outubro) inscreveram-se mais 29 pessoas.
No mês de Novembro o desemprego atingia no concelho de Beja 868 homens e 900 mulheres. Do total de desempregados, 862 não tinham trabalho há mais de um ano. O desemprego atingia sobretudo o grupo etário dos 35 aos 54 anos e indivíduos com o ensino secundário.
No Centro de Emprego de Beja estavam contabilizados 277 licenciados sem trabalho.
No distrito, Beja era o concelho com mais desempregados (1 768). Seguiam-se Moura (1 304), Odemira (1 184), Serpa (884), Aljustrel (404), Mértola (388), Vidigueira (385), Ferreira do Alentejo (381), Almodôvar (330), Castro Verde (295), Ourique (272), Cuba (252), Barrancos (170) e Alvito (121).
No distrito de Beja estavam inscritos nos centros de emprego em Novembro 8 138 indivíduos.
Nos Centros de Emprego do Alentejo estavam inscritos 25 mil 267 indivíduos. O número de desempregados caiu na região em Novembro 4,1% comparativamente com igual mês do ano passado. O Instituto sublinha que “o Alentejo foi a única região que, em termos homólogos, não aumentou o fluxo de desempregados”. Face ao mês anterior (Outubro), o desemprego aumentou no Alentejo 1,1%.
No concelho de Beja estavam inscritos no Centro de Emprego, em Novembro passado, 1 768 indivíduos.
Os serviços contabilizaram mais 103 desempregados do que em Novembro do ano passado. Os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) indicam que face ao mês anterior (Outubro) inscreveram-se mais 29 pessoas.
No mês de Novembro o desemprego atingia no concelho de Beja 868 homens e 900 mulheres. Do total de desempregados, 862 não tinham trabalho há mais de um ano. O desemprego atingia sobretudo o grupo etário dos 35 aos 54 anos e indivíduos com o ensino secundário.
No Centro de Emprego de Beja estavam contabilizados 277 licenciados sem trabalho.
No distrito, Beja era o concelho com mais desempregados (1 768). Seguiam-se Moura (1 304), Odemira (1 184), Serpa (884), Aljustrel (404), Mértola (388), Vidigueira (385), Ferreira do Alentejo (381), Almodôvar (330), Castro Verde (295), Ourique (272), Cuba (252), Barrancos (170) e Alvito (121).
No distrito de Beja estavam inscritos nos centros de emprego em Novembro 8 138 indivíduos.
Nos Centros de Emprego do Alentejo estavam inscritos 25 mil 267 indivíduos. O número de desempregados caiu na região em Novembro 4,1% comparativamente com igual mês do ano passado. O Instituto sublinha que “o Alentejo foi a única região que, em termos homólogos, não aumentou o fluxo de desempregados”. Face ao mês anterior (Outubro), o desemprego aumentou no Alentejo 1,1%.
Fruta Feia expande-se para o Porto depois de evitar 200 toneladas de desperdício
in Público on-line
O projecto Fruta Feia, que nos últimos dois anos evitou que 200 toneladas de fruta e legumes fossem parar ao lixo só na região de Lisboa, vai agora viajar para o Porto, onde procura instalar dois pontos de entrega.
Actualmente com 800 consumidores repartidos pelos três pontos de entrega no distrito de Lisboa – dois na capital e outro na Parede, em Cascais – e 50 agricultores associados, sobretudo da zona Oeste, a Fruta Feia vai agora expandir-se para a zona norte.
Isabel Soares, uma das mentoras da Cooperativa Fruta Feia, explicou que o balanço destes dois anos de actividade é "superpositivo e que supera largamente as expectativas". "Evitámos quatro toneladas de desperdício por semana e, para a próxima, vamos chegar às 200 toneladas de desperdício evitado desde a data do arranque, em Novembro de 2013, são números muito altos, que não esperávamos", confessou.
A cooperativa Fruta Feia resulta de uma ideia de quatro amigos para aproveitar cerca de um terço da fruta e vegetais que os supermercados desperdiçam, por considerarem que não têm o aspecto perfeito que os consumidores procuram.
O próximo desafio é, segundo Isabel Soares, abrir dois pontos de entrega no Porto, em Maio do próximo ano, de forma a dar resposta aos agricultores da região norte que contactaram o projecto quando este teve início em Lisboa, pedindo ajuda pois não conseguem escoar os seus produtos devido à sua aparência.
"A ideia de ir para o Porto é ajudar os agricultores da região. Neste momento, com os três pontos de entrega em Lisboa, só conseguimos ajudar os agricultores da região Oeste", frisou, adiantando que já começaram a ser reactivados os contactos com esses agricultores, que demonstraram interesse quando a iniciativa arrancou.
Neste momento, Isabel Soares revelou que a Fruta Feia vai contratar duas pessoas para dinamizarem os pontos de entrega no Porto, seguindo o modelo de negócio já instalado, que "de grosso modo" um ponto de entrega justifica um posto de trabalho. "As duas pessoas vão, primeiro, fazer uma formação connosco em Lisboa, e depois iremos apoiá-las no norte. Gostava de arrancar com a entrega de 500 cabazes nos dois pontos, não no primeiro dia, mas ir crescendo ao longo do primeiro mês. Começar com 100 na primeira semana e ir aumentando", explicou.
Actualmente, as cestas de 'fruta feia' – pequenas com 3/4kg e cinco a sete variedades e a grande com 6/8kg e sete a nove variedades, compostas por frutas e hortaliças, que variam semana a semana conforme a altura do ano – podem ser recolhidas às segundas-feiras na Casa Independente, no Intendente, às terças-feiras no Ateneu Comercial de Lisboa e às quintas-feiras na Sociedade Musical União Paredense, na Parede.
"Gente bonita come fruta feia" é o lema do projecto, que pretende associar "bons ideais às pessoas que estão dispostas a comer" esta fruta não normalizada, para evitar o desperdício alimentar, concluiu Isabel Soares.
Segundo os últimos dados da Organização para Alimentação e Agricultura da ONU 1,3 mil milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados anualmente.
O projecto Fruta Feia, que nos últimos dois anos evitou que 200 toneladas de fruta e legumes fossem parar ao lixo só na região de Lisboa, vai agora viajar para o Porto, onde procura instalar dois pontos de entrega.
Actualmente com 800 consumidores repartidos pelos três pontos de entrega no distrito de Lisboa – dois na capital e outro na Parede, em Cascais – e 50 agricultores associados, sobretudo da zona Oeste, a Fruta Feia vai agora expandir-se para a zona norte.
Isabel Soares, uma das mentoras da Cooperativa Fruta Feia, explicou que o balanço destes dois anos de actividade é "superpositivo e que supera largamente as expectativas". "Evitámos quatro toneladas de desperdício por semana e, para a próxima, vamos chegar às 200 toneladas de desperdício evitado desde a data do arranque, em Novembro de 2013, são números muito altos, que não esperávamos", confessou.
A cooperativa Fruta Feia resulta de uma ideia de quatro amigos para aproveitar cerca de um terço da fruta e vegetais que os supermercados desperdiçam, por considerarem que não têm o aspecto perfeito que os consumidores procuram.
O próximo desafio é, segundo Isabel Soares, abrir dois pontos de entrega no Porto, em Maio do próximo ano, de forma a dar resposta aos agricultores da região norte que contactaram o projecto quando este teve início em Lisboa, pedindo ajuda pois não conseguem escoar os seus produtos devido à sua aparência.
"A ideia de ir para o Porto é ajudar os agricultores da região. Neste momento, com os três pontos de entrega em Lisboa, só conseguimos ajudar os agricultores da região Oeste", frisou, adiantando que já começaram a ser reactivados os contactos com esses agricultores, que demonstraram interesse quando a iniciativa arrancou.
Neste momento, Isabel Soares revelou que a Fruta Feia vai contratar duas pessoas para dinamizarem os pontos de entrega no Porto, seguindo o modelo de negócio já instalado, que "de grosso modo" um ponto de entrega justifica um posto de trabalho. "As duas pessoas vão, primeiro, fazer uma formação connosco em Lisboa, e depois iremos apoiá-las no norte. Gostava de arrancar com a entrega de 500 cabazes nos dois pontos, não no primeiro dia, mas ir crescendo ao longo do primeiro mês. Começar com 100 na primeira semana e ir aumentando", explicou.
Actualmente, as cestas de 'fruta feia' – pequenas com 3/4kg e cinco a sete variedades e a grande com 6/8kg e sete a nove variedades, compostas por frutas e hortaliças, que variam semana a semana conforme a altura do ano – podem ser recolhidas às segundas-feiras na Casa Independente, no Intendente, às terças-feiras no Ateneu Comercial de Lisboa e às quintas-feiras na Sociedade Musical União Paredense, na Parede.
"Gente bonita come fruta feia" é o lema do projecto, que pretende associar "bons ideais às pessoas que estão dispostas a comer" esta fruta não normalizada, para evitar o desperdício alimentar, concluiu Isabel Soares.
Segundo os últimos dados da Organização para Alimentação e Agricultura da ONU 1,3 mil milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados anualmente.
A política de igualdade como reforma estrutural
Renato Miguel do Carmo, in Público on-line
É fundamental conceber a política de igualdade como a verdadeira reforma estrutural.
Como tem sido claramente demonstrado por vários estudos nacionais e internacionais, Portugal é um dos países mais desiguais da Europa e da OCDE. Este dado não tem nada de novo e é sobejamente conhecido. Todavia, apesar desta evidência, o elevado nível das desigualdades nunca foi encarado em Portugal como o alvo primordial das políticas públicas. Em certos períodos elegeu-se a atenuação e a redução pobreza num dos objetivos fundamentais de atuação. Políticas como o Rendimento Social de Inserção e, particularmente, o Complemento Solidário para Idosos alcançaram resultados relevantes. Contudo, o efeito que estas políticas tiveram na redução da desigualdade, apesar de importante, foi relativamente circunscrito. E isso é perfeitamente natural, já que estas não foram concebidas para diminuir a desigualdade. É claro que pobreza e desigualdade são fenómenos parcialmente relacionados que se alimentam mutuamente. Mas uma coisa é certa: a desigualdade não se resolve somente com políticas de combate à pobreza. Um dos problemas fundamentais que decorre do nível de desigualdade atingido em Portugal tem a ver com a sua persistência, como se tratasse de um ciclo inquebrável que não cessa de reproduzir fortes assimetrias e divisões entre a população.
Nas investigações desenvolvidas e publicadas no âmbito do Observatório das Desigualdades, temos alertado para o facto das desigualdades deterem um caráter multidimensional e sistémico. Na verdade, identificam-se fortes desigualdades na distribuição dos rendimentos, designadamente na dispersão salarial, que tem sido um dos principais motores do tal ciclo. Mas também a desigualdade que aumenta a desproporção entre os rendimentos provenientes do trabalho, que se comprimem, face a outras fontes de rendimento e de riqueza, como o capital, que se expandem. No entanto, para se perceber como o ciclo da desigualdade se reproduz é fundamental ir para além do rendimento e enquadrar outras dimensões.
A este respeito posso nomear algumas: as desigualdades educacionais, que continuam a ser determinantes num país que mantém os maiores défices de escolarização da Europa; as desigualdades territoriais, que aprofundam a distância entre as periferias e as maiores cidades, mas que simultaneamente polarizam diferentes territórios no interior das áreas metropolitanas; as desigualdades perante a mobilidade, onde quem detém meios de transporte particular leva menos tempo nas deslocações diárias; as desigualdades de género, que são transversais e se desenvolvem tanto nos locais de trabalho, onde a disparidade salarial a favor dos homens se mantém, como no espaço doméstico, onde as mulheres continuam a assegurar a maior parte das tarefas; as desigualdades nas práticas de cidadania e de ação coletiva, nas quais os menos escolarizados e qualificados tendem a estar mais arredados. Poderia continuar, contudo, grande parte destas dimensões estão identificadas e relativamente bem estudadas.
Uma leitura transversal destes estudos concluirá sem grande dificuldade que a desigualdade é um dos principais pilares que estruturam a sociedade portuguesa. Um pilar perverso que tem de ser removido por intermédio da construção de uma reforma estrutural que atinja diferentes dimensões e setores. Esta reforma terá de incidir na política de rendimento quer no que diz respeito à sua devolução e recuperação, quer na implementação de políticas de maior progressividade fiscal sobre os escalões de rendimento do topo, capazes de, simultaneamente, englobar as diversas componentes do rendimento e da riqueza, como o capital e a propriedade. Mas uma reforma estrutural deverá ser mais do que uma reforma fiscal. Tem de ser uma reforma que aprofunde a escolarização nas diferentes gerações; uma reforma que invista no transporte público para todos; uma reforma que aumente o salário mínimo, equipare as remunerações entre homens e mulheres, e resolva os problemas da precariedade laboral; uma reforma que invista nos equipamentos e serviços públicos, como a rede pré-escolar ou o apoio à população idosa; uma reforma que integre as pessoas com deficiência nos vários domínios da vida social e profissional; uma reforma que contemple a equidade entre territórios como um princípio básico de intervenção. Estas e outras políticas necessárias não representam slogans vazios, como certos políticos e comentadores se apressam a classificar. Pelo contrário, são os vazios que se perpetuam na sociedade portuguesa que têm de ser urgentemente preenchidos. E, para tal, é fundamental conceber a política de igualdade como a verdadeira reforma estrutural.
Sociólogo do ISCTE-IUL e do Observatório das Desigualdades
É fundamental conceber a política de igualdade como a verdadeira reforma estrutural.
Como tem sido claramente demonstrado por vários estudos nacionais e internacionais, Portugal é um dos países mais desiguais da Europa e da OCDE. Este dado não tem nada de novo e é sobejamente conhecido. Todavia, apesar desta evidência, o elevado nível das desigualdades nunca foi encarado em Portugal como o alvo primordial das políticas públicas. Em certos períodos elegeu-se a atenuação e a redução pobreza num dos objetivos fundamentais de atuação. Políticas como o Rendimento Social de Inserção e, particularmente, o Complemento Solidário para Idosos alcançaram resultados relevantes. Contudo, o efeito que estas políticas tiveram na redução da desigualdade, apesar de importante, foi relativamente circunscrito. E isso é perfeitamente natural, já que estas não foram concebidas para diminuir a desigualdade. É claro que pobreza e desigualdade são fenómenos parcialmente relacionados que se alimentam mutuamente. Mas uma coisa é certa: a desigualdade não se resolve somente com políticas de combate à pobreza. Um dos problemas fundamentais que decorre do nível de desigualdade atingido em Portugal tem a ver com a sua persistência, como se tratasse de um ciclo inquebrável que não cessa de reproduzir fortes assimetrias e divisões entre a população.
Nas investigações desenvolvidas e publicadas no âmbito do Observatório das Desigualdades, temos alertado para o facto das desigualdades deterem um caráter multidimensional e sistémico. Na verdade, identificam-se fortes desigualdades na distribuição dos rendimentos, designadamente na dispersão salarial, que tem sido um dos principais motores do tal ciclo. Mas também a desigualdade que aumenta a desproporção entre os rendimentos provenientes do trabalho, que se comprimem, face a outras fontes de rendimento e de riqueza, como o capital, que se expandem. No entanto, para se perceber como o ciclo da desigualdade se reproduz é fundamental ir para além do rendimento e enquadrar outras dimensões.
A este respeito posso nomear algumas: as desigualdades educacionais, que continuam a ser determinantes num país que mantém os maiores défices de escolarização da Europa; as desigualdades territoriais, que aprofundam a distância entre as periferias e as maiores cidades, mas que simultaneamente polarizam diferentes territórios no interior das áreas metropolitanas; as desigualdades perante a mobilidade, onde quem detém meios de transporte particular leva menos tempo nas deslocações diárias; as desigualdades de género, que são transversais e se desenvolvem tanto nos locais de trabalho, onde a disparidade salarial a favor dos homens se mantém, como no espaço doméstico, onde as mulheres continuam a assegurar a maior parte das tarefas; as desigualdades nas práticas de cidadania e de ação coletiva, nas quais os menos escolarizados e qualificados tendem a estar mais arredados. Poderia continuar, contudo, grande parte destas dimensões estão identificadas e relativamente bem estudadas.
Uma leitura transversal destes estudos concluirá sem grande dificuldade que a desigualdade é um dos principais pilares que estruturam a sociedade portuguesa. Um pilar perverso que tem de ser removido por intermédio da construção de uma reforma estrutural que atinja diferentes dimensões e setores. Esta reforma terá de incidir na política de rendimento quer no que diz respeito à sua devolução e recuperação, quer na implementação de políticas de maior progressividade fiscal sobre os escalões de rendimento do topo, capazes de, simultaneamente, englobar as diversas componentes do rendimento e da riqueza, como o capital e a propriedade. Mas uma reforma estrutural deverá ser mais do que uma reforma fiscal. Tem de ser uma reforma que aprofunde a escolarização nas diferentes gerações; uma reforma que invista no transporte público para todos; uma reforma que aumente o salário mínimo, equipare as remunerações entre homens e mulheres, e resolva os problemas da precariedade laboral; uma reforma que invista nos equipamentos e serviços públicos, como a rede pré-escolar ou o apoio à população idosa; uma reforma que integre as pessoas com deficiência nos vários domínios da vida social e profissional; uma reforma que contemple a equidade entre territórios como um princípio básico de intervenção. Estas e outras políticas necessárias não representam slogans vazios, como certos políticos e comentadores se apressam a classificar. Pelo contrário, são os vazios que se perpetuam na sociedade portuguesa que têm de ser urgentemente preenchidos. E, para tal, é fundamental conceber a política de igualdade como a verdadeira reforma estrutural.
Sociólogo do ISCTE-IUL e do Observatório das Desigualdades
Dezembro é o mês dos “Direitos Humanos e Governação”
in RR
2015: um ano para mudar o mundo
A Renascença associa-se ao Ano Europeu do Desenvolvimento e em cada mês destaca um tema para o qual todos devemos estar despertos. Em Dezembro o destaque vai para os “Direitos Humanos e Governação”.
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Porque a Democracia e os Direitos Humanos são também os princípios orientadores da União Europeia, o ano não podia terminar sem um mês dedicado aos Direitos Humanos e Governação.
- Erradicar a pobreza e promover o desenvolvimento sustentável são objectivos dos estados membros. Em Portugal é o Instituto Camões, organismo destinado a trabalhar para a Cooperação para o Desenvolvimento, que tem a seu cargo esta promoção dos Direitos Humanos junto dos países parceiros. Vale a pena conhecer e colaborar com esses projectos!
- Quando há problemas de governação e violação dos direitos humanos, são os mais pobres e mais vulneráveis quem mais sofre. Manter a dignidade humana e lutar contra a pobreza, defender a igualdade e evitar conflitos, é também o objectivo da União Europeia, que dá apoio a vários projectos espalhados pelo mundo. Projectos que lutam contra a discriminação, asseguram o Estado de direito e constroem instituições justas e inclusivas.
São bons exemplos os Tribunais de aldeia no Bangladesh, a forma como os mais idosos fazem valer os seus direitos na Tailândia com a ajuda da Fundação para o Desenvolvimento dos Idosos e a HelpAge International. Ou ainda o trabalho da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, no Brasil. Vale a pena descobrir como existem meios alternativos e eficazes de exercer a justiça, humanizar penas, ajudar na reinserção de ex-reclusos!
Ano Europeu para o Desenvolvimento, um ano para mudar o mundo!
2015: um ano para mudar o mundo
A Renascença associa-se ao Ano Europeu do Desenvolvimento e em cada mês destaca um tema para o qual todos devemos estar despertos. Em Dezembro o destaque vai para os “Direitos Humanos e Governação”.
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Porque a Democracia e os Direitos Humanos são também os princípios orientadores da União Europeia, o ano não podia terminar sem um mês dedicado aos Direitos Humanos e Governação.
- Erradicar a pobreza e promover o desenvolvimento sustentável são objectivos dos estados membros. Em Portugal é o Instituto Camões, organismo destinado a trabalhar para a Cooperação para o Desenvolvimento, que tem a seu cargo esta promoção dos Direitos Humanos junto dos países parceiros. Vale a pena conhecer e colaborar com esses projectos!
- Quando há problemas de governação e violação dos direitos humanos, são os mais pobres e mais vulneráveis quem mais sofre. Manter a dignidade humana e lutar contra a pobreza, defender a igualdade e evitar conflitos, é também o objectivo da União Europeia, que dá apoio a vários projectos espalhados pelo mundo. Projectos que lutam contra a discriminação, asseguram o Estado de direito e constroem instituições justas e inclusivas.
São bons exemplos os Tribunais de aldeia no Bangladesh, a forma como os mais idosos fazem valer os seus direitos na Tailândia com a ajuda da Fundação para o Desenvolvimento dos Idosos e a HelpAge International. Ou ainda o trabalho da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, no Brasil. Vale a pena descobrir como existem meios alternativos e eficazes de exercer a justiça, humanizar penas, ajudar na reinserção de ex-reclusos!
Ano Europeu para o Desenvolvimento, um ano para mudar o mundo!
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