4.7.23

Os trabalhadores inesperados que os hotéis portugueses estão a empregar: matemáticos, engenheiros, atrizes ou mesmo vaqueiros

Conceição Antunes, in Expresso


Num sector em crescimento, os hotéis estão a contratar pessoas com profissões inusitadas para a área, vindas de mundos diversos, da ciência às artes, da tecnologia à agricultura, entre outros. Histórias de quem encontrou uma segunda oportunidade de carreira, ou nunca imaginou “trabalhar em turismo”


Foi um trabalhador escolhido a dedo, pela sua experiência, num ofício pouco comum para um grupo de raiz hoteleira - mas que está apostado em fazer pontes com o mundo rural. José Candeias, vaqueiro desde sempre, foi contratado pela Vila Galé para tratar das vacas em pasto na sua herdade alentejana que integra três hotéis. Pela primeira vez tem de lidar no seu trabalho com constantes visitas de turistas. “É muito movimento aqui, normalmente os pastores e vaqueiros gostam de estar sossegados, mas os animais já se habituaram”, nota

O Expresso contactou uma série de trabalhadores com perfil ‘fora da caixa’ contratados a tempo inteiro pelos dois maiores grupos hoteleiros em Portugal - Pestana e Vila Galé - cujos capitais são exclusivamente nacionais, empregam no país cerca de 5 mil pessoas, e têm, no conjunto, mais de uma centena e meia de hotéis.


Numa realidade extensível a outros grupos hoteleiros nacionais, o que se constata é que o turismo está de forma crescente a contratar profissionais de diferentes áreas, quer porque a operação hoteleira está a expandir-se e absorve pessoas com os mais variados perfis, porque o contratado não encontra alternativas com a formação de base ou ainda porque a acelerada transição tecnológica nos hotéis obriga a recrutar trabalhadores que há uns anos eram impensáveis no sector, como matemáticos, engenheiros ou especialistas em sistemas digitais, conforme explica o presidente executivo do grupo Pestana, José Theotónio.

“O perfil das pessoas que têm entrado para os nossos departamentos é muito diferente do que até há uns anos precisávamos para estas áreas. Temos hoje um engenheiro aeroespacial na área comercial, ou uma senhora formada em medicina molecular na área de revenue management (gestão de preços). Há aqui de tudo”, exemplifica o CEO do grupo Pestana.

“Por outro lado, temos visto chegar às áreas operacionais pessoas com formações muito distantes da hotelaria, que conseguimos formar internamente e se tornam bons profissionais, trazendo até um refrescamento às equipas”, nota José Theotónio. “O mais importante é terem a atitude correta, o gosto em contactar com clientes e vontade de aprender”.

UMA ATRIZ A DIRIGIR O HOTEL PESTANA CR7 NA MADEIRA

Um caso emblemático é o de Alexandra Viveiros, de 37 anos, atriz formada em interpretação pela Escola Superior de Teatro e Cinema, que fez parte do elenco de peças no Teatro Nacional D. Maria II (como ‘Esta Noite Improvisa-se’, de Luigi Pirandello) e é atualmente diretora do hotel Pestana CR7 no Funchal.

“A hotelaria é como um teatro: existe a cena, existe o palco, tudo é feito para proporcionar ao hóspede uma experiência de vida que possa ser única”, descreve Alexandra Viveiros. “Há também toda a estrutura de serviço, que para mim é o backstage de um espetáculo, a alegria do show must go on. O que se faz num teatro é de facto muito semelhante ao que se faz em operação hoteleira”.

“Tenho o privilégio de poder trabalhar todos os dias artisticamente”, resume a atriz, lembrando estar a dirigir “um hotel com um conceito mais jovem, ligado à grande figura do Cristiano Ronaldo", que, como ela, também é madeirense.

O serviço no Pestana CR7, onde Cristiano Ronaldo vai “bastantes vezes”, carateriza-se por seguir uma linha de turismo de padrão alto mas "descontraído, com muitos detalhes entre as várias unidades. Por exemplo, o ‘check in’ no hotel do Funchal é feito com as pessoas sentadas num sofá”.

“Temos de ser um bocadinho personas no quotidiano de trabalho, é o que eu gosto de transmitir às minhas equipas, e trago isso do teatro”, destaca Alexandra Viveiros. As performances também têm um lugar especial nos eventos que organiza no hotel. “É o know-how que trago das artes, e esta marca permite criar algo que tem mais a ver com espetáculo, numa linha de lifetsyte”

A atriz garante estar a trabalhar em hotelaria por vontade assumida, e não por falta de opções profissionais. Foi ela própria que, nos tempos em que vivia em Lisboa, concorreu à vaga de guest service manager do hotel Pestana CR7 que abriu na baixa em 2016, assumindo funções que descreve como “do tipo Relações Públicas: tratar de pedidos especiais de clientes VIP, e também da parte de eventos”.

A sua vontade de ‘voar’ para áreas complementares aos palcos já a tinha levado a uma passagem anterior pela aviação, em que trabalhou na Emirates Airlines no Dubai, no lounge de primeira classe, que tem um serviço de luxo a clientes “por contrato direto com o sheik”

Com a reabertura pós-pandemia, Alexandra Viveiros foi desafiada, em junho de 2021, a voltar à Madeira como diretora do CR7 Funchal. Segundo a atriz, que teve João Perry como padrinho de cena e Lia Gama como madrinha (cabendo-lhes dar as 'deixas' a quem está em primeira atuação), “isto na hotelaria também acontece". "O primeiro diretor foi para mim um grande padrinho ao passar-me o testemunho”, diz.

“Num hotel há procedimentos que para mim são como um guião. Mas temos de ser maleáveis, há sempre coisas que fogem ao guião, todos os dias acabam por ser um improviso”, frisa Alexandra Viveiros, garantindo levar isso com prazer. “Esta capacidade traz-se das artes de observação humana, o que é fundamental é gostar de pessoas”.

EX-JOGADOR DE FUTEBOL TORNA-SE DIRETOR DE F&B NA POUSADA DO PORTO

Já para Mauro Almeida, a entrada na hotelaria foi como uma segunda vida após dar por terminada a carreira de jogador profissional de futebol, durante a qual conquistou vários títulos. Aos 34 anos, decidiu parar “por opção”. "Mas sem deixar de pensar: “o que vou fazer agora?”

"Quando acabou a carreira no futebol, senti a necessidade de me requalificar. Em 2018 fiz um curso de empreendedorismo, o meu plano era criar um hostel ou uma unidade hoteleira, porque tinha alguma ligação com o que tinha feito tendo em conta os países por onde passei, a falar vários idiomas. Tudo isso desenvolveu em mim uma paixão", conta.

Foi a fazer esse curso que entrou como estagiário na Pousada de Portugal na sua terra-natal, Viseu, instalada no edifício que era o antigo hospital e maternidade da cidade - e onde ele próprio veio ao mundo. Durante um ano e meio assumiu funções de rececionista, após assinar contrato com o grupo Pestana em 2019.

“Nasço para uma nova vida profissional no lugar onde literalmente nasci”, constata Mauro Almeida. "Sou uma pessoa ambiciosa, e percebi desde o início que estava a entrar na maior equipa de Portugal na hotelaria".

Entretanto ocorreu a pandemia, que obrigou o pessoal a ir para casa. Na reabertura Mauro mudou para empregado de mesa, passando de segunda a primeira categoria. Um salto na carreira veio em maio de 2023, com a possibilidade de se candidatar internamente ao cargo de chefia de F&B (alimentação e bebidas) da Pousada do Porto na Rua das Flores, funções que hoje ocupa.

"Na posição em que estou, quero solidificar o meu trabalho, crescer dentro do grupo Pestana, onde estão sempre a surgir oportunidades, incluindo a mobilidade para trabalhar em hotéis no estrangeiro”, considera.

Mauro Almeida começou a jogar futebol aos nove anos - “até fui campeão nacional de juniores pelo FC Porto, em 1999, com o João Pinto como treinador” -, mais tarde assinou contrato com os dragões para integrar a equipa B de futebol profissional, “onde estava o Bruno Alves, o Ricardo Costa e o Tonel". "Sabia de antemão que não ia jogar, e isso é tudo o que queremos naquela idade.”

Por isso, decidiu ir para o Académico de Viseu, emprestado pelo FC Porto, passando depois pelo Sporting da Covilhã e pelo Estrela da Amadora. Em 2004 a sua carreira tornou-se internacional e jogou em cinco países: Holanda, Inglaterra, Irlanda, Bulgária e Angola (jogando no Recreativo do Libolo, campeã da supertaça em 2015).

“A minha vida foi andar de país para país, o que me deu capacidade para lidar com diferentes culturas”, faz notar. “Tenho bem presente que o futebol foi uma vida que eu tive, teve o seu término, e agora estou a criar raízes na hotelaria, onde estou a ir passo a passo e quero chegar mais além”.

Mauro também gosta de dar palestras sobre a sua história de vida, “para mostrar aos mais jovens a ilusão de pensar que qualquer jogador profissional de futebol tem muito dinheiro e a vida feita". E avisa: "a percentagem de jogadores que o consegue é muito pequena.”

“Ao fim da carreira, há que arregaçar as mangas e não ter medo de ir à luta, porque é isso que nos faz crescer”, defende. “Fui campeão de futebol em Portugal e em Angola, agora quero ser campeão na hotelaria."

ESPECIALISTA EM DESIGN PÕE AS PAREDES ‘A FALAR' NOS HOTÉIS VILA GALÉ

Da lista de 1750 trabalhadores que os hotéis Vila Galé têm em Portugal faz parte Olga Carmo, licenciada em design e com mestrado em cultura visual - constituindo um exemplo vivo que não é só por requalificação de funções que profissionais de diferentes áreas estão a chegar ao sector.

Olga Carmo foi contratada pela Vila Galé na perspetiva de trazer as suas qualificações especializadas para o grupo, dando corpo à aposta dos hotéis serem temáticos, onde ‘as paredes também falam’.

Poesia, literatura, música, pintura, cinema, reis de Portugal ou fortificações portuguesas no mundo são alguns dos temas dos hotéis Vila Galé distribuídos pelo país, onde nas paredes de cada quarto é narrada uma história diferente, numa solução gráfica a cargo de Olga Carmo.

Este trabalho começa pela “pesquisa sobre o tema proposto, passando depois por muitos desenhos e pinturas manuais e digitais, tratamento de imagens, composições e o enquadramento histórico e visual destes elementos”, explica a especialista em design.

“Acaba por ser decorativo e também didático. Transmitimos uma mensagem, é interessante que quem nos visita saia dos nossos hotéis a saber um pouco mais sobre o tema que serviu de mote à decoração”, nota.

Com as recentes aberturas de hotéis do grupo, Olga Carmo tem andado ‘a mil’, destacando-se o novo Vila Galé Nep Kids, em Beja, onde adultos só podem entrar acompanhados de crianças e cujos quartos relatam “as mais famosas histórias infantis", às quais também se pode aceder, através de QRCode que conduz a páginas de internet contendo mais pormenores.

O destaque vai ainda para o novo Vila Galé Collection, em Tomar, que abre a 1 de julho para a Festa dos Tabuleiros, e “partiu da recuperação de um edifício que se encontrava muito degradado”, tendo um tema que “acompanha a história da cidade: os Templários”, expresso também nas paredes dos quartos.

“Inicialmente, quando me formei, não me imaginava a trabalhar em turismo, mas o meu objetivo sempre foi que o meu trabalho chegasse a muitas pessoas”, refere Olga Carmo. “No turismo é possível, porque tem imensa visibilidade, os clientes elogiam a decoração e tiram fotos junto aos quadros e painéis que desenhei, e isso é muito gratificante”, frisa.

“O fundamental é fazermos o que gostamos", sublinha. “E o meu trabalho é sempre diferente, como cada hotel tem um tema na sua decoração, não há monotonia, é uma descoberta e aprendizagem constante”.

‘REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA’ TRAZ AOS HOTÉIS ENGENHEIROS, ANALISTAS DE SISTEMAS OU MATEMÁTICOS

A chegada de novas profissões ao sector deve-se ainda à necessidade de contratar especialistas - bem pagos - de diferentes áreas científicas e tecnológicas para fazer face à profunda alteração que os hotéis enfrentam nos últimos anos, associada à transição digital.

“O modelo de negócio alterou-se radicalmente, e não tendo os hotéis uma resposta para esta nova realidade, em que a maior parte das pessoas faz reservas através de plataformas digitais, hoje quem mais dinheiro ganha com o turismo são empresas 100% tecnológicas, como a Google, a Booking ou a Expedia”, explica o presidente executivo do Pestana.

Este grupo continua a apostar em canais próprios, o que implica “investir muito em software". "Mas o maior custo acaba por ser ter equipas preparadas para gerir estes sistemas”, pelo que está a recrutar de forma crescente “muita gente da área digital, de diferentes áreas de engenharia, da gestão e da tecnologia” pela sua capacidade em análise de dados.

“É necessário esta gente chegar ao turismo para conseguirmos ter canais diretos, e não dependermos em excesso de plataformas de terceiros, senão tornamo-nos meros prestadores de serviços destas plataformas”, adverte José Theotónio.

Neste lote de novos profissionais do grupo Pestana inclui-se Mafalda Brilhante, engenheira química formada pelo Instituto Superior Técnico, que trabalha na área de inovação e business intelligence ("tratamento de dados que são relevantes para se tomarem decisões no dia a dia", conforme descreve, de forma simplificada).

“Sou a criança que sempre quis ser cientista, mas quando acabei o curso percebi que em Portugal não era um tipo de negócio que me atraía”, refere a engenheira química, que ao sair da Faculdade foi trabalhar como consultora na Accenture e desenvolveu projetos que a levaram a uma mina de diamantes em Angola. Em 2011 entrou no grupo Pestana - “por um anúncio que vi no Expresso” -, com a missão de implementar sistemas SAP nos hotéis do Brasil, onde passou três anos e meio.

“E apaixonei-me pela hotelaria, é um negócio de pessoas para pessoas, tem tudo a ver comigo”, refere Mafalda Brilhante, que desde então já passou por várias áreas dentro do grupo, incluindo a financeira, de compras ou de logística. Em 2015 tratou de um dos primeiros projetos em todos os hotéis de revenue management (estratégia de gestão de preços, “que mudam todos os dias, e às vezes no mesmo dia”), área em que se tornou diretora das Américas (hotéis do grupo no Brasil, nos Estados Unidos e na Argentina).

O que tem isto a ver com engenharia química? “O que é importante ter é uma lógica de pensamento matemático, e sermos resilientes para nos adaptarmos às várias situações”, realça Mafalda Brilhante, garantindo ter tido abertura dentro do grupo para se ir formando ou mudando de área.

“Eu aqui tenho oportunidade de falar com pessoas, o que adoro, na minha área nunca ia ser a mesma coisa”, reconhece. “E entretanto também tive três filhos. Estou super feliz por trabalhar em hotelaria”.

TRABALHADORES QUE RESULTAM DO ‘CASAMENTO’ ENTRE TURISMO E AGRICULTURA

Os próprios hotéis estão com os seus conceitos a evoluir e procuram cada vez mais “proporcionar experiências diferentes” aos hóspedes, pelo que também precisam de trabalhadores para as proporcionar, frisa Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador da Vila Galé.

Um dos exemplos são os “monitores especializados em lidar com crianças” que o grupo está a recrutar, a par de profissionais de atividades equestres, para passeios a cavalo, complementando a estada em hotéis como o Vila Galé Alentejo Vineyards.

“Além de hotelaria, temos também atividade agrícola e de produção de vinhos, azeite e gado na nossa herdade no Alentejo, perto de Beja, pelo que é essencial ter profissionais destas áreas, como um enólogo, um vaqueiro ou um engenheiro agrónomo”, detalha Gonçalo Rebelo de Almeida.

A aposta no interior e a ligação ao mundo rural também levou a Vila Galé a contratar um falcoeiro, Rui Fortunato, tendo o grupo reabilitado a falcoaria que estava desativada na coudelaria de Alter do Chão, ao fazer o hotel Collection Alter Real, na sequência da concessão daquele património ganha por concurso público.

O grupo hoteleiro criou aqui um museu de falcoaria vivo, que recebe visitas guiadas, tendo 40 aves em exposição, incluindo falcões, águias e espécies noturnas, como um bufo real. Dentro do espaço do hotel, há todos os dias voos de demonstração, de manhã e a meio da tarde, consoante as condições climatéricas.

“É o único hotel em Portugal que tem um museu de falcoaria, com exposição e este tipo de visita”, refere Rui Fortunato, enfatizando ser uma forma de “preservar a tradição da falcoaria portuguesa, classificada como património imaterial da humanidade”.

Ver os falcões a voar, ou providenciar a sua alimentação ‘à luva’, são experiências que têm sido apreciadas pelos visitantes, em particular crianças.

As visitas não põem os falcões em stress. “Não são aves selvagens, já nasceram em contacto com humanos, confiam em nós, vêem-nos como alguém que as está a proteger e alimentar, e nós não invadimos o seu espaço vital, há sempre uma linha de respeito”, esclarece Rui Fortunato.

“Zelar pelo bem estar das aves”, encontrando "as condições ideais para poderem voar”, é uma preocupação permanente do falcoeiro, que enfatiza a atenção especial que é preciso dar na altura da reprodução, de janeiro a agosto. “Isto é um trabalho por 24 horas, e todos os dias da semana”, sublinha.



Também o vaqueiro da Vila Galé, José Candeias, diz dar atenção, de manhã à noite, às 350 vacas de que tem de cuidar na herdade de Santa Vitória, em Beja, acompanhando-as no pasto de moto-4 - uma “modernice” para quem começou este ofício a pé, tal como faziam o seu pai e o seu avô.

“Ele não tem descanso, vive cá no monte, é um trabalho que não tem horas para entrar ou sair”, constata Ricardo Palma, engenheiro agrícola da Vila Galé, responsável pela herdade. “Quando vai de férias tem de vir um substituto. É complicado, porque os animais já o conhecem, e é muito difícil encontrar pessoas a trabalhar com gado.”

“As vacas são como a gente, precisam de atenção todos os dias. Acordo de manhã e vou ver cada uma, a ver se está tudo bem. Sigo-as de mota nas pastagens, falo com elas”, descreve José Candeias, frisando ser “o gosto pela vida de campo” que o move. “Cada vez há menos vaqueiros na região, é preciso gostar muito de fazer isto, dedicamos a nossa vida ao gado.”

O que mais o preocupa é a seca. “E com as alterações climáticas está cada vez pior, a chuva veio tarde, as ervas e os fenos não têm consistência”. A falta de feno para alimentar o gado, que costumava vir da Rússia ou da Ucrânia, também está a fazer mossa.

“O que as vacas comem não dá para pagar os lucros que dão, isto nos dias de hoje tem de ser muito bem gerido, e muita gente está a levar os animais para o matadouro porque os custos estão caríssimos. É uma dor para quem lida com gado", refere José Candeias. “Nós aqui conseguimos gerir a comida para as vacas, vamos mudando de pastagem para pastagem, para os custos serem o menos possível”. O problema, constata, é que ”não há água".

Para o grupo Vila Galé, que está em fase acelerada de aberturas de hotéis, conviver com diferentes perfis de trabalhadores já é habitual.


"Devido à falta de mão de obra no sector, há pessoas que eram de outras áreas e agora estão a entrar na hotelaria, nota Gonçalo Rebelo de Almeida. “Temos uma grande diversidade de situações”, realça ainda o administrador da Vila Galé, enfatizando a entrada crescente de “especialistas em marketing digital, revenue management, inteligência artificial e realidade aumentada, análise de dados (big data) ou cibersegurança.