30.9.10

Novos casos de pobreza exigem atenção

Élia Freitas, in Jornal de Madeira

“Com as novas crises, houve muitas pessoas que foram parar a situações de pobreza porque as expectativas eram diferentes, racionais, entretanto, o mundo mudou”, de maneira que “estão a precisar, também, de apoio”.

O alerta foi deixado, ontem, pelo presidente da Casa do Voluntário na Madeira, Pedro Telhado, um dos oradores no debate sobre “Integração e reinserção social - A resposta à exclusão”.

A iniciativa promovida pelo Dolce Vita Funchal em parceria com a Associação Casa do Voluntário integra-se num ciclo de debates e sessões de cinema gratuitas, que decorre até amanhã, no âmbito das comemorações do Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social.

De acordo com Pedro Telhado, “muitas associações têm notado o aparecimento de um público diferente, em situações de pobreza” tendo reiterado que estas pessoas “não estão pobres mas face aos compromissos assumidos têm pouco dinheiro para viver e para alimentar a família”. Por isso advertiu para que, “através de um voluntariado de proximidade”, as pessoas possam “tentar ajudar” mas “sem forçar” porque “este é um período que há-de estar limitado no tempo e se todos rumarem no mesmo sentido, o barco há-de chegar a bom porto”.

População mais sensível às necessidades “especiais”

No que às pessoas portadoras de deficiência diz respeito, a atitude de exclusão por parte da sociedade tem vindo a mudar. A garantia foi deixada pela directora regional de Educação Especial e Reabilitação, Maria José Camacho, outra das oradoras convidadas para o debate.

“Cada vez mais as pessoas estão mais sensíveis a determinadas realidades e é comum nós encontrarmos na comunidade braille nos elevadores, nos supermercados, nos medicamentos, que até há alguns anos a esta parte eram inexistentes”, apontou.
O mesmo acontece em relação aos “lugares destinados a pessoas com mobilidade reduzida” e aos passeios para que “fiquem livres de carros para circularem cadeiras de rodas, cegos que fazem a sua mobilidade de bengala”, adiantou.

Apesar de “ainda existirem alguns obstáculos” garantiu que “as pessoas, em geral, têm um novo olhar sobre as pessoas com necessidades especiais”.