24.12.10

Políticas de combate à pobreza "não têm sido as melhores"

in Jornal de Notícias

O bispo de Viana do Castelo admitiu hoje, sexta-feira, que as políticas de combate à pobreza em Portugal "não têm sido as melhores", mas manifestou-se convicto de que o país conseguirá encontrar os meios para sair dos "tempos difíceis".

"Se olharmos para os resultados, temos de dizer que [as políticas] não têm sido as melhores. Mas é evidente que nesta questão da pobreza não são só as políticas do Governo que têm culpas, é uma questão internacional que ultrapassa os limites do nosso país", sublinhou, à Lusa, Anacleto Oliveira.

O prelado acrescentou que o fenómeno da pobreza "já não é novo em Portugal" e lembrou que o país já passou "por crises mais graves", tendo sempre conseguido ultrapassá-las.

"Estou convencido que com esta crise irá suceder o mesmo", afirmou, apelando ao redobrar de esforços, de imaginação e de criatividade dos portugueses.

Anacleto Oliveira instou Portugal a não se deixar dominar "por aquilo que chegue a nível mundial" e manifestou a sua convicção de que os governantes portugueses, "estes ou outros que virão", saberão encontrar os meios de saída "destes tempos difíceis".

O Bispo de Viana do Castelo, que vai hoje passar a consoada de Natal com um grupo de pessoas desfavorecidas, desafiou as vítimas da pobreza a não desanimarem e acreditarem sempre num futuro melhor.

"Não desanimem. Mantenham-se optimistas, nada é definitivo, os momentos difíceis serão ultrapassados. Com o seu esforço e com a solidariedade de toda a gente, melhores tempos aparecerão", referiu.

O bispo do Porto, Manuel Clemente, em mensagem colocada no Youtube, considerou hoje, sexta-feira, que as "circunstâncias particularmente complexas" em que se vive este Natal exigem de todos "outra inteireza cristã e outro acerto na resposta", traduzidas em mais solidariedade familiar e comunitária.