3.9.11

Barreto defende prazo mais alargado para cumprir medidas da troika

Por Luciano Alvarez, in Público on-line

O sociólogo António Barreto disse neste sábado que as medidas da troika negociadas com Portugal seriam menos violentas para os portugueses e teriam o mesmo efeito se o seu prazo de cumprimento fosse mais alargado.

“Estou convencido que o que está a ser exigido a Portugal, aos portugueses, em três anos, deveria ser feito em cinco anos ou seis, porque daria os mesmos resultados e com um pouco menos de violência, de esforço”, afirmou aos jornalistas, após uma aula na Universidade de Verão do PSD, que termina neste domingo em Castelo de Vide.

Barreto admitiu, porém, que o Governo liderado por Pedro Passos Coelho poderá estar a querer ir ainda mais longe do que aquilo que foi acordado no primeiro ano para “poder dilatar o caminho a seguir e, em vez de serem mais dois anos, serem mais três ou quatro”.

Já durante a aula, o sociólogo tinha defendido que o programa negociado com a troika podia “dar efeitos, pode ser menos violento, pode ser menos ríspido com a sociedade se isso for feito em cinco anos, seis anos, os resultados a prazo serão tão bons ou melhores do que assim”.

Barreto gostaria também que houvesse um limite à dívida e ao deficit na Constituição, pelo facto de os portugueses não serem disciplinados do ponto de vista financeiro.

“Estamos a viver o resultado directo de dez a 15 anos de políticas demagógicas e de indisciplina financeira. Portanto, sem grandes ilusões, porque se põem lá o limite na Constituição e depois ninguém respeita, (…) preferiria que [o limite à divida e ao deficit] estivesse inscrito”, afirmou, acrescentando que não é uma questão política/partidária, já que, na Europa há partidos de esquerda e de direita que são a favor e outros que são contra.