João Pedro Vitória, in RR
Paulo Portas afirma que só duas medidas é que não constavam do acordo com a troika: a sobretaxa que coincide com o pagamento do subsídio de Natal e o imposto sobre os rendimentos mais elevados.
No primeiro discurso público que fez desde que foram anunciadas as mais recentes medidas de austeridade, Paulo Portas deixou hoje vários recados, durante o discurso que encerrou as jornadas parlamentares do CDS-PP, que decorrem no Funchal.
Aos sindicatos, o líder do CDS diz que uma onda de greves só servirá para tornar o país ainda mais pobre. Ao CDS, o seu próprio partido, pediu que perceba as medidas e as saiba explicar ao país. Aos portugueses em geral, lembra que só duas medidas não constavam do acordo com a troika: as sobretaxas no subsídio de Natal e nos rendimentos mais elevados.
Paulo Portas diz que a maioria dos novos encargos são obrigações decorrentes dos empréstimos do FMI e da União Europeia e que apenas a sobretaxa de IRS no final do ano e o aumento dos impostos para os rendimentos no topo da tabela é que são responsabilidade deste Governo.
Falando para dentro do partido, onde se têm ouvido críticas aos aumentos de impostos, o líder do CDS-PP aconselhou leituras: “Eu queria pedir sobretudo aos deputados que leiam com alguma atenção o documento de estratégia orçamental. Não sem antes fazer um reparo, que não devia ser necessário: cumprir o que está no memorando não é uma questão de opinião ou de palpite, é uma obrigação internacional do Estado português”, sublinhou.
Na campanha eleitoral, Paulo Portas foi uma voz insistente na necessidade de não aumentar impostos. Agora, justifica a austeridade do Executivo de coligação com a necessidade de uma receita extraordinária até ao final do ano e de tributar os mais ricos para financiar o Plano de Emergência Social.


