in Jornal de Notícias
A Comissão Europeia reviu hoje em baixa as previsões de crescimento do PIB da UE e da Zona Euro no segundo semestre do ano, estimando que este seja quase nulo (0,2 e 0,1%) nos derradeiros dois trimestres.
Em comparação com as previsões anteriores, feitas em maio, Bruxelas mantém praticamente inalteradas as projecções de crescimento para 2011 tanto na UE (1,7%, contra 1,8 que projectara na primavera) como na Zona Euro (1,6, tal como há quatro meses), mas tal deve-se a um desempenho melhor que o esperado no primeiro trimestre, pois o cenário para o segundo semestre deteriorou-se bastante.
Agora, e muito em virtude da crise da dívida soberana e contínua turbulência nos mercados financeiros, o executivo comunitário estima que o crescimento no conjunto da União Europeia (UE) não vá além dos 0,2% tanto no terceiro como no quarto trimestre, enquanto na Zona Euro ficará pelos 0,2% no terceiro trimestre e somente 0,1 no derradeiro, o que representa revisões em baixa na ordem dos 0,2 pontos percentuais relativamente às previsões da primavera.
No primeiro trimestre do ano, o crescimento foi de 0,8% na Zona Euro e 0,7% na UE.
A Comissão adverte ainda que o cenário actual continua bastante incerto, pelo que as previsões podem ainda sofrer novas alterações, e, se tal acontecer, o mais provável será os valores terem de ser revistos uma vez mais em baixa.
Entre as previsões macroeconómicas da primavera, feitas em maio, e as de outono, em Novembro, que abrangem todos os Estados-membros, Bruxelas "actualiza" as previsões em Setembro, mas apenas focando-se no crescimento do PIB e inflações das principais economias (Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Espanha, Holanda e Polónia), assim como do conjunto da União Europeia e da Zona Euro.
Entre estes Estados-membros, apenas a Alemanha apresenta agora previsões de crescimento para 2011 ligeiramente mais optimistas do que na primavera, estimando Bruxelas que se fixe nos 2,9%, quando em maio projectara 2,6%.
Espanha e Itália, dois países actualmente sob os holofotes em período de crise, continuam a ter perspectivas de crescimento para o conjunto do ano, na ordem dos 0,8 e 0,7%, respectivamente.


