Por Ana Rita Faria, in Público on-line
A zona euro viu hoje o seu crescimento no segundo trimestre ser ligeiramente revisto em baixa, de 1,7 para 1,6 por cento, devido à quebra do consumo, quer privado, quer público.
De acordo com a segunda estimativa do Eurostat, hoje divulgada, a zona euro cresceu 1,6 por cento no segundo trimestre em termos homólogos, e não 1,7 por cento, como o gabinete de estatísticas europeu tinha previsto em Agosto.
O crescimento da União Europeia (UE) manteve-se nos 1,7 por cento, quando comparado com o mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre, tanto a zona euro como a união dos 27 Estados-membros tinham registado um crescimento de 2,4 por cento.
Quando comparado com o primeiro trimestre, o crescimento da zona euro e da UE manteve-se inalterado nos 0,2 por cento. Entre Janeiro e Março, a economia dos 17 países da moeda única cresceu 0,8 por cento, enquanto a dos 27 Estados da União cresceu 0,7 por cento.
Os indicadores do Eurostat apontam, assim, para um abrandamento da actividade económica no segundo trimestre, tanto na zona euro como na União Europeia, que terá sido, sobretudo, impulsionada pela quebra do consumo.
De acordo com o gabinete de estatísticas europeu, o consumo final das famílias caiu 0,2 por cento na zona euro e 0,1 por cento na União a 27. A outra componente do PIB a contribuir negativamente para a evolução da economia foi o consumo público, que sofreu uma retracção de igual ordem.
A compensar parcialmente estas quebras esteve o investimento, que cresceu a metade do ritmo (0,2 por cento) na zona euro do que na União Europeia, a par das exportações, que dispararam um por cento nos países da moeda única e 0,6 por cento nos 27 Estados da UE. As importações aumentaram menos do que as exportações – 0,5 por cento na zona euro e 0,4 por cento na UE.
Economia portuguesa estagnada
De entre todos os países que já divulgaram as suas estatísticas (a Grécia e a Irlanda, por exemplo, ainda não deram a conhecer os seus números do segundo trimestre), Portugal foi, entre Abril e Junho, o único país em recessão, apresentando uma variação homóloga do PIB de -0,9 por cento.
Em cadeia, a economia portuguesa estagnou no segundo trimestre, depois de ter apresentado crescimentos negativos nos dois trimestres anteriores.
Os dados do Eurostat hoje divulgados vêm também confirmar o abrandamento nas grandes economias europeias.
A Alemanha cresceu apenas 0,1 por cento no segundo trimestre face aos primeiros três meses do ano, naquele que é o desempenho mais fraco da maior economia europeia em mais de dois anos. Já a França viu o seu PIB estagnar no segundo trimestre do ano.


