10.5.16

IPSS querem mais dinheiro do Estado

Leonor Paiva Watson, in JN

Pobreza Terceiro setor critica congelamento de acordos IPSS querem mais dinheiro do Estado, retratou o presidente da Rede Europeia Anti -Pobreza.

Segundo uma das autoras do estudo, Paula Cruz, "34,9%, das 341 instituições que responderam ao estudo, sublinharam que houve um decréscimo acentuado do rendimento global". Não quantificou, porém, o valor dessa descida. Do mesmo modo, "39,9% destas instituições garantiram ter tido aumento de beneficiários". Para a estudiosa e para Jardim Moreira. "é preciso fortalecer a parceria como Estado".

Durante a crise, os portugueses mais pobres ficaram ainda 24% mais pobres, enquanto que os ricos apenas mais 8%. Quem o afirmou foi o padre Jardim Moreira. ontem, à margem da apresentação do estudo "Impacto social e institucional da crise económica e financeira nas organizações do Terceiro Setor". O aumento de pedidos de apoio e a não atualização dos protocolos deixou as instituições "mais fragilizadas" e "é preciso fortalecer a relação com o Estado", defendeu.

"Não só os acordos com a Segurança Social não foram atualizados, como os próprios utentes que necessitam das nossas instituições pagaram contribuições mais baixas por estarem em situação de vulnerável.

A Cáritas Portuguesa chegou a 161 379 pessoas, em 2015, mais 771 do que no ano anterior, num aumento de 0,5%. A instituição apoiou, em média, 13448 pessoas por mês, de acordo com dados do Núcleo de Observação Social.

Segundo os dados, os problemas relativos ao desemprego, o trabalho em condições precárias, os salários baixos ou em atraso motivaram 23% dos pedidos de ajuda feitos à instituição. O Núcleo indica, ainda, que 9% das solicitações foram por causa de problemas relacionados com a habitação.

O que diz Vieira da Silva 3 Anteontem, no Dia Mundial e Nacional da Segurança Social, o ministro do Trabalho, Solidariedade e a partir de 2017 o alargamento de acordos será feito através de concurso Segurança Social. Vieira da Silva, disse que "a partir de 2017, o alargamento dos acordos de cooperação será feito por concurso, de maneira a afastar qualquer risco de favoritismo" (ver página 111).

Ontem, o padre Jardim Moreira sublinhou, por diversas vezes, as dificuldades do terceiro setor. 'As instituições, não tendo receitas.
emagreceram as suas respostas. Algumas tiveram de contrair dividas, outras recorreram a voluntariado ou a patrocínios de gente e outras instituições que pudessem apoiar as despesas, para poderem manter-se abertas", avançou.

Na apresentação do estudo esteve o investigador e professor do ISEG Carlos Farinha, que avançou os números da acentuação da pobreza, dados pelo padre Jardim; e não se coibiu de dizer que o processo de ajustamento (anos da troika) "foi trágico'. O pais regrediu "em termos de indicadores de pobreza e exclusão social praticamente para o inicio do século", asseverou.