25.3.20

Forças Armadas poderão ser chamadas para higienizar os lares e apoiar sem-abrigo

JN

O Governo anunciou esta segunda-feira a criação de uma equipa multidisciplinar de acompanhamento permanente dos lares que pode ser chamada em caso de emergência, enquanto as Forças Armadas podem ajudar na higienização de lares.

Os anúncios foram feitos pela Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, no final de uma reunião com a comissão permanente do setor social, para tentar controlar a disseminação do novo coronavírus, em especial nos lares de idosos que nos últimos dias registou vários casos de doentes com Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus.

Esta é a segunda reunião a realizar-se nas últimas três semanas entre entidades do setor social para encontrar medidas para controlar a pandemia, que já matou 23 pessoas em Portugal.

No final do encontro e em declarações aos jornalistas, Ana Mendes Godinho lembrou que "as Forças Armadas têm sido um parceiro essencial".

Além de irem participar num "programa de sensibilização dos lares sobre formas de agir", que será lançado em breve, "em algumas situações, as Forças Armadas poderão ajudar em alguma situação que seja preciso fazer a higienização".

As Forças Armadas também estão preparadas para atuar no caso de haver carência de voluntários que atualmente dão apoio à população sem-abrigo, acrescentou a ministra, referindo-se nomeadamente à distribuição de comida.

Nos últimos dias, vários responsáveis por lares denunciaram problemas na tentativa de controlar a disseminação do vírus, desde a inexistência de materiais de proteção para os funcionários, como luvas ou máscaras, até à dificuldade em aceder à linha Saúde 24 para despistagem de casos.

Desde que o novo coronavírus surgiu, em dezembro do ano passado, que se sabe que os idosos são o principal grupo de risco da doença.

A ministra recordou que no final da semana passada foi pedido às instituições que fizessem um levantamento das suas necessidades e que esta segunda-feira na reunião esse foi um dos temas analisados.

A falta de meios humanos é um dos problemas apontados pela União das Misericórdias Portuguesas e pela Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso.