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Migrantes continuam a viver sem condições em Odemira
Governo anunciou medidas em 2021 mas mais de um ano depois, pouco mudou.
Há um ano que se fala na falta de condições a que os imigrantes da região de Odemira estão sujeitos. O Governo anunciou medidas para tentar resolver os problemas e várias fiscalizações foram feitas, mas, 13 meses depois, foi pouco o que mudou nas condições de vida destes trabalhadores estrangeiros.
Em Odemira, em 2021 um surto de Covid-19 expôs os problemas relacionados com a população de migrantes estrangeiros que habitavam e trabalhavam na região.
Um ano após este caso ser público, o presidente da Câmara de São Teotónio diz que existem menos pedidos de atestado de residência, mas garante que essa é a única diferença em relação ao ano anterior.
Muitos são aqueles que ainda hoje habitam em pequenas casas, anexos, ou até mesmo estabelecimentos comerciais desativados, sem qualquer tipo de condições e, em muitos casos, sobrelotados.
Em 2021, o Governo aprovou a construção de alojamentos temporários para estes trabalhadores mas até que as obras arrancassem passaram mais de oito meses. Estas instalações nada mais são que contentores colocados nos terrenos das propriedades das empresas.
Até ao final do presente ano é esperado que 2.000 trabalhadores estejam devidamente instalados em alojamentos provisórios e mais mil deverão, no próximo ano, ter um local com as devidas condições para habitar.
Os migrantes continuam a chegar em grande número ao território nacional o que se traduz em muita procura para pouca oferta.
Muitos dos que chegam a Portugal são sujeitos a exploração laboral e ao pagamento de valores elevados aos intermediários que os trazem para o país.
A Associação de Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur já tem um protocolo com a Organização Internacional das Migrações para travar este problema com os intermediários que se aproveitam e exploram os migrantes.