29.9.23

Seca sem fim: 46% do país em seca severa ou extrema



A Reportagem Especial do Jornal da Noite sobre a seca em Portugal e em Espanha.


46% do país continua em seca severa ou extrema, com os casos mais críticos concentrados no sudoeste alentejano e no Algarve onde não chove e, por isso, os níveis de água à superfície e no subsolo estão nos mínimos.

Também o sul de Espanha vive drama igual, onde já se estão a fazer cortes no abastecimento à população. Por cá não se chegará a esse ponto mas a economia, e principalmente a agricultura, estão a ressentir-se.

A Reportagem Especial para ver este sábado no Jornal da Noite sobre a seca em Portugal e em Espanha.

Sul Informação ganha 1º lugar no Prémio de Jornalismo “Analisar a pobreza na Imprensa”


Pela reportagem “‘Jovens ciganos de VRSA constroem futuro com a ajuda de um luthier”


O jornalista Pedro Lemos e o fotojornalista Nuno Costa, do Sul Informação, ficaram em 1º lugar no Prémio de Jornalismo “Analisar a pobreza na Imprensa”, na categoria Imprensa Regional, pela reportagem “Jovens ciganos de VRSA constroem futuro com a ajuda de um luthier”, publicado a 19 de Abril de 2022.

Este galardão é atribuído pela EAPN Portugal / Rede Europeia Anti Pobreza «a trabalhos jornalísticos que abordem a pobreza e a exclusão social de forma digna, livre de preconceito e de outras representações negativas sobre estas matérias», segundo a Organização Não-Governamental que concede a distinção.

A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar na Sala Almedina, no Convento São Francisco, em Coimbra, no dia 17 de Outubro, às 17h30.

Os trabalhos jornalísticos propostos a concurso foram selecionados e analisados pelas pessoas que constituem os 19 Conselhos Locais de Cidadãos – um por distrito assim como a Região Autónoma da Madeira – e, finalmente, selecionados e avaliados por 4 elementos desse mesmo conselho que os representam.

De um total de 39 trabalhos jornalísticos (20 nacionais e 19 regionais), foram escolhidos seis, três em cada uma das categorias: Imprensa Nacional e Imprensa Regional.

Nesta última categoria, além do trabalho de Pedro Lemos e Nuno Costa, o 1º classificado, serão premiadas as reportagens “Ser cigano é ser alegre, revolucionário e não ter medo de enfrentar a vida”, da jornalista Mariana Pombo , publicada no Jornal O Setubalense (2º prémio), e “Amarante: “Ponha-se no nosso lugar” quer sensibilizar para a acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência”, pela jornalista Ana Regina Ramos, no Jornal A Verdade (3º prémio).

Na categoria Imprensa Nacional, o 1º prémio foi para Margarida Vaqueiro Lopes, Marta Marques Silva, Nuno Aguiar e Rui Barroso, da revista Visão, pelo trabalho “Preços a subir: Carteira dos portugueses sob ataque cerrado, o 2º foi atribuído à jornalista Natália Faria e ao fotojornalista Paulo Pimenta pelo trabalho “Portugal é o 8.º pior na lista de países com maior risco de pobreza ou exclusão social”, no Jornal Público, e o 3º foi para a jornalista Vera Lúcia Arreigoso e e para a fotojornalista Ana Baião, pelo trabalho “‘Doentes’ vão às urgências para comer”

Em ambas as categorias – nacional e regional – os galardoados vão receber um prémio juntamente com um certificado.



INCLUSÃOMEDIA&COMUNICAÇÃOPOBREZAPRÉMIO DE JORNALISMO “ANALISAR A POBREZA NA IMPRENSA”PRÉMIOSREDE EUROPEIA ANTI POBREZASUL INFORMAÇÃO

Parlamento discute nova lei de base da saúde proposta pela IL

por Madalena Salema - Antena 1, in RTP


Esta sexta-feira vai estar em debate no Parlamento o projeto de lei de base da saúde proposto pela Iniciativa Liberal. A ideia é criar um sistema misto que junte público, privado sector social.

Os liberais entendem que é preciso encontrar alternativas para uma saúde de qualidade que não deixe ninguém de fora.

O peso dos telemóveis

Miguel Esteves Cardoso, opinião, in Público

Qual é a percentagem dos dados guardados na cloud que as pessoas prezam? Cinco por cento? O resto é lixo, lixo que sai caríssimo.

Estou a aprender a guardar-me para as crónicas. Já é um luxo desperdiçar as minhas indignações. Mais vale morder a língua, e depois vir para aqui escrever aquilo que teria dito, caso achasse que alguém me quisesse ouvir.

Para mim era novidade servir de exemplo de dissolução para benefício das gerações mais jovens: um pai que poderia ser meu filho, a usar-me para mostrar ao filho dele aquilo que nunca se deve ser.


Segurando o telemóvel disse: “O pai tem tudo aqui. Já este amigo do pai tem a casa cheia de livros, papeladas e aparelhos de toda a espécie... porque era assim que se fazia antigamente. Não havia noção de desperdício ou do planeta.”


Isto é o que eu diria à criança: “Para o teu papá andar com tudo no telemóvel, é preciso haver grandes armazéns-frigoríficos, sempre a gastar electricidade, onde se guardam todas as coisas que ninguém tem paciência para deitar fora.”


A “cloud” é a palavra mais mentirosa que já existiu. A nuvem são estádios de futebol cheios de aparelhos a gerar tanto calor que têm de ser intensamente refrigerados. Chamam “servidores” a estes aparelhos, que não são mais do que gigantescos discos externos.


Qual é a percentagem destes dados que as próprias pessoas prezam? Cinco por cento? O resto é lixo, lixo que sai caríssimo, porque tem de ser electricamente mantido com o mesmo cuidado com que se guardam as obras-primas da humanidade.

Na verdade, o que se guarda é a nossa preguiça de guardar tudo só porque não temos pachorra de seleccionar o que vale a pena guardar. Guardamos porque achamos que não nos custa nada.Mas custa – e muito. Nós é que não sabemos. Para mim, por exemplo, foi um choque saber que a famosa cloud Apple são vastos territórios de aparelhos que pertencem à Amazon e à Google.

O “digital” é outra palavra mentirosa.

Quando acaba a bateria do telemóvel, onde é que ela vai buscar energia para mais um dia de mãos leves, segurando a pontinha de um iceberg de refrigeração, incúria e desperdício?

O autor é colunista do PÚBLICO

[artigo disponível na íntegra apenas para assinantes]

Vacinação contra a covid-19 e gripe arranca esta sexta-feira para mais de dois milhões de pessoas

Por Lusa, in Expresso

A campanha de vacinação contra a gripe e covid-19 começa hoje em unidades do Serviço Nacional de Saúde e, pela primeira vez, em farmácias. Agora, os farmacêuticos vão poder administrar vacinas contra a covid-19 a pessoas com idade superior a 60 anos


A campanha de vacinação contra a covid-19 e a gripe arranca hoje em unidades do Serviço Nacional de Saúde e farmácias, abrangendo maiores de 60 anos, pessoas com doenças de risco, profissionais de saúde e trabalhares em lares.


A expectativa é conseguir vacinar entre 2 e 2,5 milhões de pessoas, segundo o subdiretor-geral da Saúde, André Peralta Santos,

No SNS será feita a vacinação das pessoas com menos de 60 anos com patologias de risco, das grávidas e dos profissionais dos serviços de saúde (públicos e privados) e de outros serviços prestadores de cuidados de saúde, estudantes em estágio clínico, bombeiros envolvidos no transporte de doentes e prestadores de cuidados a pessoas dependentes.

Haverá ainda vacinação nos lares, na rede de cuidados continuados integrados e nas prisões feita por profissionais do Serviço Nacional de Saúde.

As farmácias comunitárias vão pela primeira vez administrar a vacina contra a covid-19 a maiores de 60 anos, havendo cerca de 6000 farmacêuticos habilitados para o fazer nas mais de 2300 farmácias que aderiram à campanha sazonal de vacinação 2023/2024.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da Associação de Farmácias de Portugal, Manuela Pacheco, afirmou que está "tudo pronto" para iniciar a vacinação e que a adesão por parte dos utentes tem sido "muito grande", não só a nível da plataforma de agendamento, mas essencialmente localmente, com as pessoas a contactarem, a perguntarem e telefonarem e pedir para guardar as vacinas.

Manuela Pacheco adiantou que as marcações têm que ser "muito bem agendadas, muito bem afinadas", porque não se pode correr "o risco de fazer desperdícios e depois haver quebras de vacinas".

"O que fazemos é tomar nota das intenções de vacinação, até porque o utente é livre de escolher a vacina ou as vacinas que quer tomar e se as querem tomar em conjunto ou aguardar", disse, assegurando que "não é por falta de acesso que os portugueses não se vão vacinar", uma vez que "há mais de 1000 postos públicos" e mais de 2300 farmácias onde o podem fazer.

Além disso, salientou, a campanha de vacinação sazonal nunca arrancou tão cedo: "O ano passado foi na segunda quinzena de outubro assim como há dois anos. Agora estamos com o tempo muito mais bem organizado, tudo muito bem faseado e eu penso que isto (...) nos transmite uma certa tranquilidade" para desenvolver esta experiência para o qual os farmacêuticos tiveram formação.

Segundo a presidente da associação, as farmácias que requisitaram as vacinas já estão a recebê-las, garantindo que não haverá faltas de vacinas.

"Este ano não vai haver falta de vacinas, vamos ter um período alargado de administração e vamos ter uma diversificação de locais de administração que até nas aldeias mais recônditas vai haver uma farmácia que as vai administrar. Portanto, não me parece que isto seja um problema, antes pelo contrário, e temos de tranquilizar as pessoas, até porque estamos no início de outono, mas ainda temos muitos resquícios de verão", disse.

Para Manuela Pacheco, as farmácias poderem administrar a vacina contra a covid-19 é "um reconhecimento" que ansiavam "há muito tempo".

Inflação abranda ligeiramente para 3,6% em setembro

Por Lusa, in SIC


Comparativamente com o mês anterior, a variação do Índice de Preços no Consumidor terá sido 1,1% (0,3% em agosto e 1,2% em setembro de 2022), estimando-se uma variação média nos últimos 12 meses de 6,3% (6,8% no mês anterior).


A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor terá sido de 3,6% em setembro, taxa inferior em 0,1 pontos percentuais à de agosto, segundo a estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).


De acordo com o INE, o indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá registado uma variação de 4,1% (4,5% no mês precedente).

Em setembro, a variação do índice relativo aos produtos energéticos ter-se-á fixado em -4,1% (-6,5% no mês precedente) e o índice referente aos produtos alimentares não transformados terá diminuído para 6,0% (6,4% em agosto).

Comparativamente com o mês anterior, a variação do IPC terá sido 1,1% (0,3% em agosto e 1,2% em setembro de 2022), estimando-se uma variação média nos últimos 12 meses de 6,3% (6,8% no mês anterior).

Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, terá registado uma variação homóloga de 4,9% (5,3% no mês precedente).

Os dados definitivos referentes ao IPC do mês de setembro de 2023 serão publicados pelo INE a 12 de outubro.

"Tratam-nos como lixo". A droga às claras na montra turística do Porto

André Rodrigues , Catarina Santos, in RR


Consumo de droga alarma turistas e moradores no centro histórico. Toxicodependentes queixam-se de falta de respostas. Nova lei entra em vigor no domingo.


"Há algo que se passa na nossa vida que faz com que procuremos qualquer coisa para nos refugiarmos". A frase é de uma mulher de 39 anos a que vamos chamar de Sofia. Consome droga desde 2017.


"Perante a sociedade, ficamos uns meros ressacas, um lixo, os restos mortais", lamenta esta mulher, natural de Vila do Conde, mas que se fixou no Porto, depois de se ter divorciado e de ter conhecido outro companheiro que já consumia droga.


"Quando comecei o relacionamento, eu não sabia que ele consumia", diz. Mas, mesmo depois de saber, decidiu ficar. "Foi a minha estupidez que me fez experimentar".


Quando se consome pela primeira vez, depois já não é só mais uma vez. É mais uma e mais outra. Dias passam a semanas, semanas a meses, meses a anos. A primeira vez torna-se de uma vez para sempre.

Também foi assim com o homem de 48 anos que vamos tratar por Paulo — e que soma já mais de metade da vida entre consumos de heroína e cocaína. Com uma particularidade: a droga sempre existiu na vida dele. Primeiro, começou por traficar. Paulo foi atrás da mãe e do irmão.


Durante muito tempo, enquanto vendia, diz que nunca lhe passou pela cabeça experimentar. Até ao dia em que um pacto entre sete colegas traficantes lhe mudou a vida. "Comecei por fumar na prata. Foi uma desgraça", reconhece. "Eu entrei em casa e vi amigos meus, que também vendiam, a consumir e fechei logo a porta, porque não queria acreditar no que estava a ver".

Dos sete naquele quarto, um morreu por overdose, quatro conseguiram sair. Sobraram dois. Paulo é um deles e continua agarrado. "Não compensa nada... a gente desgraça-se".

Confessa que conseguiu largar a droga "por diversas vezes". Sempre que passou pela cadeia. Paulo perdeu a conta às vezes que foi preso. "Foi por furto e até por coisas piores... Fiz muitas asneiras na minha vida... Quando era novo, eu era um terror".


Hoje, garante que não é assim. "Quando voltei à droga, prometi a mim mesmo que nunca mais voltaria a bater à porta da minha mãe, por amor a eles". Foi há cinco anos. Se olhar para o passado, Paulo diz que não sente remorsos por ter andado a vender droga a quem o procurava: "É a mesma coisa que ir a um café, ninguém o obriga a ir lá... Você vai, pede o que quer, consome, paga e vai-se embora. Com a droga é a mesma coisa. Ninguém obrigava as pessoas a vir ter comigo".


Respostas estão "demasiado estereotipadas"

O consumo e tráfico de droga não se faz apenas em torno da sala de consumo vigiado da Pasteleira, por onde Sodia e Paulo mais circulam. Está de volta, e em força, à zona da Sé, em pleno centro histórico do Porto. Em duas décadas, a repressão policial, que desmantelou sucessivos bairros que funcionavam como mercados de droga, não acabou com o problema. O tráfico simplesmente mudou de lugar. Com ele, também os consumidores.

Nas vésperas da entrada em vigor da nova lei da droga, que descriminaliza a posse de droga para 10 dias de consumo, a Renascença foi ao terreno perceber como é que toxicodependentes, assistentes e quem circula no Porto lidam com a constante migração da droga.


Falar de toxicodependência é, desde logo, falar de saúde mental. "É a base de todo o problema", refere Cláudia Ribeiro, fundadora da Trata-me Por Tu, uma associação de voluntários que faz intervenção junto da população toxicodependente nos bairros problemáticos do Porto. "A verdade é que há muito poucas respostas de saúde mental na comunidade. Era necessário um acompanhamento diário que não existe, sobretudo junto desta franja da população", acrescenta.


Cláudia lamenta que "as respostas a este problema sejam demasiado estereotipadas”, desenhadas como se toxicodependentes e população em situação de sem-abrigo fossem um corpo uniforme. Diz que “são pensadas para os utentes perfeitos... e as pessoas não são perfeitas".


Outro dos entraves é o preconceito, a falta de confiança na recuperação de quem vive dependente da droga. Da experiência de vários anos no terreno, Cláudia Ribeiro firmou a ideia de que "a sociedade não está preparada para lidar com este problema". "Normalmente, as pessoas dizem 'eles não querem nada, não querem ajuda de ninguém'. Não é verdade. Eles cumprem, mas precisam de ser motivados".


Caso contrário, "vão desistir deles próprios, vão achar que não são dignos de receber qualquer tipo de ajuda... e essa é a última coisa que pode acontecer"

Turistas queixam-se. "Estão ali a injetar-se à frente de toda a gente"


As tensões com a vizinhança são notórias. Acontecem na Pasteleira, no Cerco, na Sé ou em qualquer outra zona da cidade onde haja tráfico e consumo de droga.


Desde 2001, as sucessivas intervenções policiais nos bairros que funcionavam como mercados de droga acabaram por fazer o problema migrar constantemente: Bairro de São João de Deus, Cerco do Porto, Lagarteiro, Aleixo, Pasteleira.


E, agora, a Sé. Outra vez a Sé, onde o problema nunca deixou de existir. A diferença é que o crescimento da cidade, à boleia do turismo - que vive, sobretudo, no centro histórico -, tornou o problema desconfortável aos olhos de quem passa pela Rua Mouzinho da Silveira, ou ao lado do Mercado de São Sebastião, ou nas ruas que serpenteiam a zona entre a Sé e a Ribeira do Porto.


Leonel Ribeiro, empresário de alojamento local na zona da Sé, reconhece que tudo isto "está a chatear mais pessoas do que se fosse na Pasteleira". "Tenho a perfeita noção de que muita gente vai dizer que só agora é que nos lembramos que isto é um problema", acrescenta.


Leonel tem imóveis na Rua dos Pelames, "onde há filas para comprar droga", e mesmo ao lado do Mercado de São Sebastião, "onde as pessoas não têm problema nenhum em estarem ali a injetar-se à frente de toda a gente". É o pior dos cenários para quem tem um negócio que depende totalmente da atividade turística da cidade.


"Tenho clientes que, quando chegam ao local e veem pessoas a consumir ali mesmo à porta do prédio, preferem ir embora e procurar outro alojamento local, por vezes às 22 horas... Ali é que não querem ficar". E o problema é ainda mais evidente quando os casais viajam com os filhos pequenos. "Tanto assim é, que o nosso sistema de reservas já não permite crianças".


Como em qualquer atividade turística, o 'passa a palavra' nas plataformas mais utilizadas pelos viajantes é fundamental. "Infelizmente, temos muitas críticas de pessoas que dizem que a cidade é bonita, que os apartamentos são ótimos, mas que há muita droga e muita insegurança", lamenta.


Nuno Cruz, presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, partilha esta preocupação: "o problema aumentou para o dobro", diz, quando questionado sobre as atividades da droga.


No primeiro semestre deste ano, a ação da PSP no combate ao tráfico resultou em 225 detenções na zona da Pasteleira, 38 no bairro da Sé e 49 na área do bairro do Cerco. Já quanto à criminalidade praticada pelos consumidores de droga, o Comando Metropolitano da PSP do Porto explica que "estão a decorrer inquéritos judiciais, que foram participados junto das autoridades judiciárias".


No caso particular da Sé, a nota enviada à Renascença é ainda mais omissa. Nela pode ler-se que aquela zona da cidade "tem recebido por parte da PSP uma atenção particular no que respeita à segurança". Sem números disponíveis, resta a perceção de quem lá vive.


"Eu sou desta zona da cidade e lembro-me do tempo em que era criança e vi o problema da droga instalar-se aqui, nas décadas de 1970 e 80, quando era novidade. Vi muita gente a desgraçar-se. Mas, infelizmente, 40 anos depois, parece que estamos pior", assinala o presidente da União de Freguesias do Centro Histórico.


Como resolver o problema?


"O Estado abandonou-nos", remata o autarca do Centro Histórico que considera prioritária a adoção de medidas para erradicar o consumo daquela zona da cidade. "Se formos às escolas explicar às crianças de 14 ou 15 anos o que é a droga, provavelmente vamos começar a contribuir para uma redução da população toxicodependente. Reduzindo a população toxicodependente, estaremos a matar o negócio aos traficantes", defende Nuno Cruz.


Cláudia Ribeiro, da ‘Trata-me por Tu, completa a ideia: “Eu percebo que a presença de consumidores incomode”, mas “falta perceber o lado de quem consome, falta perceber o lado das respostas que não existem. E, atualmente, o poder político só está a ajudar a denegrir mais esta situação".


ara o diretor-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD), a solução passa por "políticas balanceadas de redução da procura e redução da oferta".


Em declarações à Renascença, João Goulão pede "respostas de saúde, de habitação e de emprego suficientemente sólidas para a população toxicodependente para motivá-las para uma mudança de estilo de vida".


Já sobre o sentimento de segurança das populações, relacionado com o tráfico de droga e com a criminalidade associada, o diretor-geral do SICAD reconhece que as intervenções policiais foram "menos bem conseguidas", mas entende que é necessário "facultar à comunidade envolvente um sentimento de segurança que, neste momento, está comprometido".

Operação da GNR "Censos Sénior 2023" arranca no domingo

Por Lusa, in TSF

Vila Real foi o distrito onde foram sinalizados mais idosos que viviam sozinhos e/ou isolados, 5.353.


AGuarda Nacional Republicana (GNR) realiza durante todo o mês de outubro a Operação "Censos Sénior 2023", que visa sensibilizar a população mais idosa para a adoção de comportamentos de autoproteção de segurança.


Em comunicado, a GNR adianta que na edição de 2022 foram sinalizados 44.511 idosos que viviam sozinhos e/ou isolados, ou em situação de vulnerabilidade, devido à sua condição física e psicológica.


As situações de maior vulnerabilidade foram, segundo a GNR, reportadas às entidades competentes, sobretudo de apoio social, no sentido de fazer o seu acompanhamento futuro.

Vila Real foi o distrito onde foram sinalizados mais idosos com 5.353, seguido da Guarda com 5.243, Viseu com 3.586, Faro com 3.527, Bragança com 3.411 e Beja com 3.346.

Em Lisboa foram sinalizados 1.134 idosos e no Porto com 875.

Na operação de 2022, a GNR fez ainda 305 ações em sala e 3.017 ações "porta a porta", abrangendo um total de 26.527 idosos.

A edição deste ano vai contar com cerca de 400 militares da guarda que vão realizar ações em todo o país com o apoio de vários parceiros locais e nacionais, estando enquadradas no período em que ocorre a celebração do Dia Internacional do Idoso, que se assinala no domingo,

"As ações visam privilegiar a proximidade junto da população idosa e com maior vulnerabilidade, e/ou que vivem sozinhas e/ou isoladas, reforçando os comportamentos de segurança que permitam reduzir o risco dos idosos se tornarem vítimas de crimes, nomeadamente em situações de violência, de burla e furto", refere a GNR.


Esta operação da guarda, cuja primeira edição foi realizada em 2011, está integrada no programa "Apoio 65 -- Idosos em Segurança" do Ministério da Administração Interna, e tem por objetivo "garantir melhores condições de segurança e tranquilidade às pessoas idosas, garantindo um policiamento integrado, mais próximo e humano".

28.9.23

O que vem primeiro – os lucros da indústria tóxica ou a saúde?

Vicky Cann, opinião, in Público

A prometida reforma da regulamentação dos produtos químicos na UE está a ser posta em causa pelo lobbying, numa altura em que Olaf Scholz cede às reclamações implacáveis da indústria química.


"Acabem com a desindustrialização!" é a mais recente hipérbole do lobbying da VCI (Verband der Chemischen Industrie, a associação alemã da indústria química) para se opor à nova regulamentação. A VCI é um dos principais grupos de pressão a nível alemão e europeu, e uma das suas tácticas consiste em desviar a atenção dos vastos e dispendiosos impactos dos produtos químicos tóxicos na nossa saúde e no ambiente e, em vez disso, criar alarmismo sobre a perda de "competitividade". A VCI tem na mira a legislação REACH – a mais importante da UE em matéria de produtos químicos – e exige às instituições europeias que "evitem tornar a legislação mais rigorosa". As suas exigências incluem também "travar a maré de nova regulamentação" e "evitar proibições generalizadas" de produtos químicos tóxicos.

O lado errado da história

Já aqui estivemos antes. Há vinte anos, o lobby da indústria CEFIC (Conselho Europeu da Indústria Química) utilizou exactamente a mesma retórica – denunciada na altura pelo Corporate Europe Observatory – quando se opôs à introdução das regras REACH originais e ameaçou que estas iriam "desindustrializar a Europa" e provocar a perda de dois milhões de postos de trabalho. De facto, desde 2002, as exportações de produtos químicos da UE têm crescido a uma média de 6,7% por ano.


Mas o REACH já não é adequado ao seu propósito. O Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal) prometeu actuar em prol de um ambiente livre de substâncias tóxicas e a Comissão Europeia comprometeu-se a rever o REACH, uma vez que as regras actuais não estão a conseguir retirar as substâncias químicas tóxicas do mercado ao ritmo necessário para resolver a crise da poluição.


E é urgente. Os cidadãos europeus estão expostos a "níveis alarmantemente elevados de substâncias químicas", estando a poluição química associada ao cancro, à infertilidade, à obesidade e à asma, tendo também contribuído para o colapso das populações de insectos, aves e mamíferos.

No entanto, três anos depois, a Comissão não apresentou a sua proposta de revisão do REACH. Não só está atrasada, como também se espera que a sua ambição seja enfraquecida. Neste momento, o destino da revisão está em suspenso.

Reenquadrar a regulamentação ambiental como um "fardo" é uma táctica comum mas enganadora do lobby dos tóxicos, quando o verdadeiro fardo são os enormes impactos na saúde humana associados ao fabrico, venda e utilização de substâncias tóxicas

Como é possível que uma política progressista destinada a resolver graves problemas de saúde e ambientais, juntamente com um grande número de outras peças-chave da agenda do Pacto Ecológico sobre pesticidas e biodiversidade, tenha ficado tão vulnerável à pressão da indústria?

Acesso privilegiado

A VCI, cujos membros incluem a BASF e a Bayer, tem sido uma das vozes mais fortes a pedir aos decisores políticos alemães e da UE que impeçam a adopção de novas regras comunitárias sobre produtos químicos. E a pressão será certamente exercida sobre o Chanceler Scholz ao receber a indústria, os sindicatos e os políticos na sua cimeira sobre produtos químicos, a 27 de Setembro.


Afinal, a VCI é o quinto maior grupo de pressão na Alemanha, declarando um orçamento anual de quase 9 milhões de euros para influenciar os políticos na Alemanha e 64 lobistas activos. A nível da UE, a VCI é a quarta maior associação comercial a fazer lobby em Bruxelas (o CEFIC é a maior). Para além disso, a Lobbypedia descreve a VCI como um dos "maiores doadores partidários" na Alemanha, com 5,7 milhões de euros em donativos a partidos políticos de todo o espectro entre 2000 e 2021.


Os políticos alemães têm-se destacado na oposição à revisão do REACH, um apelo que foi depois retomado pelo Partido Popular Europeu e ouvido ao mais alto nível. Na semana passada, a Presidente da Comissão, Von der Leyen, não mencionou a revisão do REACH no seu discurso sobre o estado da UE. Até o Comissário para o Ambiente, Sinkevičius, parece duvidar do seu destino, dizendo ao Parlamento Europeu, na semana passada, que espera que a proposta veja a luz do dia, "se houver ambição".
De quem é o fardo?

Um dos principais pontos da retórica da indústria é o facto de a regulamentação ser demasiado "pesada" para a sua capacidade de lidar com ela. E essa narrativa parece ter sido bem aceite pelos políticos de direita. Mas reenquadrar a regulamentação ambiental como um "fardo" é uma táctica comum mas enganadora do lobby dos tóxicos, quando o verdadeiro fardo são os enormes impactos na saúde humana associados ao fabrico, venda e utilização de substâncias tóxicas.

Alguns custos relacionados com a saúde a nível europeu devido à exposição aos PFAS, um grupo específico de produtos químicos também conhecidos como substâncias químicas “eternas", foram estimados em 52-84 mil milhões de euros por ano. Embora os custos de pagar a factura das enormes consequências para a saúde e o ambiente dos produtos químicos tóxicos não apareçam explicitamente no orçamento de ninguém, são demasiado reais.


Mas os produtos tóxicos são o núcleo do trabalho de alguns dos membros da VCI. A BASF e a Bayer estão entre os 12 maiores produtores mundiais de PFAS e são também "campeões" de vendas dos pesticidas mais tóxicos e controversos do mundo. Entre si, os dois gigantes industriais produzem 156 produtos químicos que, segundo a ChemSec, são "substâncias que suscitam grande preocupação" e que devem ser eliminadas progressivamente.

Hora da decisão

A Comissão de Von der Leyen está prestes a decidir se mantém a sua promessa de 2020 de apresentar uma proposta sólida de reforma do REACH, a fim de regulamentar melhor os produtos químicos tóxicos, ou se cede às exigências da indústria. Por isso, o momento da cimeira de Scholz sobre os produtos químicos é ainda mais preocupante.

Depois de ter recebido a indústria química, será que vai fazer pressão em seu favor, fazendo um apelo discreto ao Berlaymont, como sabemos que os anteriores chanceleres fizeram por outros interesses industriais alemães? Ou será que vai recordar à indústria que regras ambientais mais rigorosas não são apenas do interesse público, mas que, em última análise, podem conduzir a eficiências industriais e a uma transição para produtos sustentáveis?A política consiste em tomar decisões difíceis. No caso da regulamentação dos produtos químicos, isso significa fazer frente ao poder das grandes empresas de produtos tóxicos, para proteger a nossa saúde e a dos nossos solos e águas. Os cidadãos europeus esperam que Von der Leyen e Scholz aceitem esse desafio.

Investigadora na ONG Corporate Europe Observatory (CEO)

[artigo disponível na íntegra apenas para assinantes]

Centenas de idosos despedem-se do verão com Festa Branca em Ponta Delgada

Sara Sousa Oliveira, in SIC

A iniciativa é promovida pela autarquia de Ponta Delgada e pretende combater a solidão e o isolamento dos anciãos, num das tardes mais animadas do ano.


Centenas de idosos celebram o fim do verão com uma Festa Branca, no Coliseu Micaelense, nos Açores.

Os seniores do maior concelho dos Açores não perdem uma das tardes mais animadas do ano.


"As idosas do nosso centro aguardam este dia durante o ano todo", conta Carolina Cabra, presidente da Casa do Povo de S. Vicente Ferreira.

A iniciativa é promovida pela Câmara Municipal de Ponta Delgada e pretende combater a solidão e o isolamento dos anciãos.


"É uma oportunidade para homenagear os nossos idosos. Passam um dia diferente de confrraternização e, também, quebra o isolamento e o silêncio que se mantém no dia a dia deles", sublinha Pedro Nascimento Cabral, presidente da autarquia de Ponta Delgada.

Para o ano, por esta altura, haverá novo baile com muita música e dança garantidas.

Joaquim é cego e está há mais de um ano sem receber apoio devido a um erro informático

Catarina Folhadela, Sofia Dias e João Pedro Tiago, in  SIC Notícias


Em cima das dificuldades um susto: Joaquim recebeu uma carta a exigir a devolução das prestações recebidas, no valor total de mais de 20.000 euros. Não devolveu e reclamou, uma e outra vez, o apoio em falta.


Um deficiente visual está há mais de um ano sem receber a Prestação Social de Inserção a que tem direito por causa de um erro informático. Desde então que vive apenas com o valor da reforma, que não chega a 400 euros.

Joaquim é invisual com uma incapacidade definitiva de 95%. Em 2017 começou, por causa disso, a receber uma Prestação Social para a inclusão, de perto de 400 euros, mas a ajuda foi retirada quando foi operado a um cancro da tiroide e lhe foi atribuída uma incapacidade temporária adicional de 60%.

Desde janeiro do ano passado que vive sem o apoio do Estado para pessoas com deficiência e ficou apenas com a reforma de 380 euros.

Foi-lhe exigida a devolução do valor recebido

Em cima das dificuldades um susto: Joaquim recebeu uma carta a exigir a devolução das prestações recebidas até então, no valor total de mais de 20.000 euros. Não devolveu e reclamou, uma e outra vez, o apoio em falta.

Posteriormente, em abril, foi-lhe dito que o pedido de reembolso tinha sido um erro informático. No entanto, desde que o erro foi detetado ainda não foi corrigido.

A situação será regularizada, de acordo com a Segurança Social contactada pela SIC, no mês de outubro. Nessa altura, Joaquim irá receber todos os valores devidos com retroativos.

Falta de quartos e preços especulativos empurram estudantes para aldeias em Bragança

João Faiões e João Tuna, in SIC Notícias

O Instituto Politécnico de Bragança ultrapassou este ano os 10.000 estudantes, sendo que grande parte deles estão deslocados de outras zonas do país. Este crescimento não está a ser acompanhado pela oferta de alojamento.


Centenas de estudantes deslocados no Politécnico de Bragança defrontam-se com a falta de alojamento e preços especulativos. Naquela cidade do interior, a renda de um quarto pode atingir os 250 euros sem despesas de água e luz.

O Instituto Politécnico de Bragança ultrapassou este ano os 10.000 estudantes, sendo que grande parte deles estão deslocados de outras zonas do país. Este crescimento não está a ser acompanhado pela oferta de alojamento.

A Riskivector, uma agência de alojamento local sedeada na incubadora de empresas do Politécnico de Bragança, ajuda os estudantes deslocados, sobretudo estrangeiros, a encontrar alojamento, mas há muito que esgotou a oferta de que dispunha. A maior comunidade estrangeira a estudar no Politécnico de Bragança é a Africana. com mais de 2.000 alunos. Estes estudantes queixam-se de aproveitamento por parte dos senhorios.
Alunos optam por diferentes soluções

Para ultrapassar a falta de alojamento e os elevados preços das rendas, os estudantes deslocados tentam encontrar soluções que não são as mais convenientes. Muitos optam por ficar em casas de amigos, em situação de sobrelotação, ou em locais a mais de cinco quilómetros do Campus, junto às aldeias.

Da parte do próprio Politécnico de Bragança também não há capacidade de resposta para a necessidade de alojamento. A instituição dispõe apenas de pouco mais de 300 camas nas várias residências da instituição.

As quatro novas residências para estudantes do Politécnico de Bragança, que deverão aumentar para 600 o número de camas disponíveis, vão custar 16 milhões euros e só estarão contruídas em 2025.

Rendas batem novo recorde, com cada vez menos contratos celebrados

Rafaela Burd Relvas, in Público


O valor mediano das rendas a nível nacional superou, pela primeira vez, os sete euros por metro quadrado. Em sentido contrário, estão a ser celebrados menos contratos de arrendamento


Depois de um ligeiro recuo registado no início deste ano, as rendas voltaram a aumentar a ritmo acelerado durante o segundo trimestre e tocaram num novo máximo histórico, fixando-se, a nível nacional, num valor mediano acima dos sete euros por metro quadrado, pela primeira vez desde que há registo. Isto, numa altura em que se celebram cada vez menos contratos de arrendamento.


Os dados foram publicados, nesta quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que, no segundo trimestre deste ano, o valor mediano das rendas relativas aos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares fixou-se em 7,27 euros por metro quadrado, o que corresponde a uma subida de 11% face a igual período do ano passado. Esta é a subida mais acelerada que se regista desde meados de 2021 e faz com que as rendas atinjam um novo recorde: desde que o INE começou a recolher estes dados, em 2017, nunca a fasquia dos sete euros por metro quadrado tinha sido superada a nível nacional.


Também em termos trimestrais se verifica um aumento, ainda que menos significativo. O valor mediano registado no segundo trimestre representa uma subida de 7,7% em relação ao primeiro trimestre, depois da queda trimestral de 2,3% que tinha sido registada entre Janeiro e Março deste ano.

Este valor foi apurado tendo em conta os 20.750 novos contratos de arrendamento que foram celebrados entre Abril e Junho deste ano, um número que representa uma queda de 1,2% em relação a igual período do ano passado e que é um dos mais baixos já registados durante um trimestre. Só na altura do pico da pandemia se contabilizaram números mais baixos.


Este movimento de encarecimento das rendas foi transversal a todo o país, não se encontrando nenhuma região, de entre as que são analisadas pelo INE, onde o valor mediano tenha sofrido uma quebra. O maior aumento, superior a 23%, registou-se no Alto Alentejo, que, ainda assim, se mantém como uma das regiões mais baratas para arrendar casa, com uma renda mediana de 3,81 euros por metro quadrado. Já no Alentejo Litoral e na região de Coimbra, os aumentos foram superiores a 18%.

A Área Metropolitana de Lisboa e o Algarve, por seu lado, continuam a ser as regiões mais caras do país para arrendar casa. Em Lisboa, os preços aumentaram em mais de 10% e a renda mediana fixou-se em 11,03 euros por metro quadrado, enquanto no Algarve o aumento foi de perto de 13% e a renda mediana foi de 8,35 euros por metro quadrado. Também a Madeira, com um aumento de 9% e um valor mediano de 8,04 euros por metro quadrado, e a Área Metropolitana do Porto, onde das rendas subiram 11,5% e fixaram-se em 7,87 euros por metro quadrado, permaneceram entre as regiões mais caras do país.
Renda em Lisboa é mais do dobro

Os preços mantêm-se particularmente elevados nos maiores centros urbanos (ou seja, os municípios com mais de 100 mil habitantes), com destaque para Lisboa e os municípios na sua periferia, bem como para o Porto.

Na capital, as rendas aumentaram em mais de 20% durante o segundo trimestre, fixando-se num valor mediano de 15,23 euros por metro quadrado neste período, naquela que foi a primeira vez desde que há registos do INE que a fasquia dos 15 euros por metro quadrado foi ultrapassada. A renda mediana em Lisboa continua, assim, a representar mais do dobro daquela que se regista a nível nacional.


Próximos deste valor estão Cascais e Oeiras, onde as rendas aumentaram para valores medianos de 13,99 euros e 13,22 euros por metro quadrado, respectivamente. Mas também na Amadora os preços superam os dois dígitos, chegando a um valor mediano de 11,03 euros por metro quadrado.


Já no Porto, o valor mediano das rendas aumentou em quase 18% e chegou aos 11,95 euros por metro quadrado. Ainda assim, continua a ser no Norte que se encontram as grandes cidades com preços de renda mais acessíveis: em Barcelos, a renda mediana fixou-se em 4,40 euros por metro quadrado no segundo trimestre, enquanto em Vila Nova de Famalicão o valor mediano foi de 4,97 euros por metro quadrado.

Notícia actualizada pela última vez às 12h17 com mais informação.

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Governo vai rever contribuições do trabalho doméstico

Cátia Mateus Jornalista, in Expresso

Governo estuda alterações ao decreto-lei do trabalho doméstico. Novas regras deverão mexer no regime contributivo e traduzir a realidade das relações laborais, diz secretário de Estado do Trabalho. Mas só para o ano que vem


O Governo chegou a dar como certa, já este ano, a revisão do Decreto-Lei nº 235/92, de 24 de outubro, que desde a década de 90 enquadra as relações de trabalho emergentes do contrato de serviço doméstico com empregadores particulares. Mas a nova proposta legislativa só deverá ver a luz do dia em 2024. Em março deste ano, ainda antes da entrada em vigor das alterações à lei laboral, no âmbito da agenda para o trabalho digno, que veio criminalizar o trabalho não declarado, foi constituído um grupo de trabalho para reavaliar e propor uma atualização ao diploma de 1992. A estrutura deveria ter entregado um relatório com propostas de alteração até 30 de junho, mas requereu a prorrogação do prazo por três meses, até ao próximo sábado, 30 de setembro. Um adiamento que, admite Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho, “torna irrealista a ambição de legislar ainda este ano, já que haverá alterações em matéria do código contributivo que precisam de tempo para ser formalizadas”.



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GOVERNO ANUNCIA REDUÇÃO DE 30% EM ALGUMAS PORTAGENS

in Rádio Comercial


A redução entra em vigor já no próximo ano.


O Governo anuncia uma redução de 30% no preço das portagens em autoestradas do Interior e Algarve, para entrar em vigor já em 2024.

A medida foi aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros e abrange as autoestradas A4, A23, A24, A25, A22 no Algarve - a chamada Via do Infante – e a A13 e A13-1

Em conferência de imprensa, a ministra da Coesão Territorial disse que a decisão de diminuir o valor das portagens dá "cumprimento ao programa" do Governo, no qual havia o "compromisso de reduzir os custos de contexto no uso das autoestradas em territórios do interior e na via do Infante".

A medida vai ter um impacto superior a 70 milhões de euros nas contas públicas.

“O que e como fazer para que Coimbra possa dar aos seus habitantes uma melhor qualidade de vida?”

in Notícias de Coimbra

A Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais decidiu organizar e promover um colóquio sobre biodiversidade, também em complemento da atribuição que lhe foi feita da Bandeira Verde Eco-Freguesia XXI.


Com apoio da presidência do ISEC e de um conjunto de cidadãos, por si ou em representação de movimentos cívicos, o colóquio conta com a intervenção de reputados especialistas em assuntos que, estando na ordem do dia, prendem a atenção e constituem preocupação da comunidade e podem resumir-se num propósito: o que e como fazer para que a Freguesia de Santo António dos Olivais e, por tabela, o concelho de Coimbra, possa dar aos seus habitantes uma melhor qualidade de vida, adotando as práticas mais recomendáveis em matéria de defesa do ambiente.


A Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais decidiu organizar e promover um colóquio sobre biodiversidade, também em complemento da atribuição que lhe foi feita da Bandeira Verde Eco-Freguesia XXI.


Com apoio da presidência do ISEC e de um conjunto de cidadãos, por si ou em representação de movimentos cívicos, o colóquio conta com a intervenção de reputados especialistas em assuntos que, estando na ordem do dia, prendem a atenção e constituem preocupação da comunidade e podem resumir-se num propósito: o que e como fazer para que a Freguesia de Santo António dos Olivais e, por tabela, o concelho de Coimbra, possa dar aos seus habitantes uma melhor qualidade de vida, adotando as práticas mais recomendáveis em matéria de defesa do ambiente.


O colóquio realiza-se no dia 29 de setembro, sexta-feira, no auditório principal do ISEC, com início às 9:30.

O cartaz e o programa podem ser consultados aqui, e as inscrições podem ser efetuadas no site da junta de freguesia ou diretamente para o email .

Esperança de vida à nascença aumentou para homens, mas diminuiu para mulheres

Por Lusa, in SIC


No triénio 2020-2022, homens podiam esperar viver, à nascença, 78,05 anos e as mulheres 83,52 anos, o que representou um aumento de 0,01 anos e uma diminuição de 0,01 ano, respetivamente, em relação aos valores estimados para 2019-2021.


A esperança de vida à nascença em Portugal, no triénio 2020-2022, foi estimada em 80,96 anos, tendo aumentado 0,01 anos para os homens e diminuído de 0,01 anos para as mulheres, relativamente a 2019-2021, segundo dados do INE.


"No triénio 2020-2022, a esperança de vida à nascença, para Portugal, foi estimada em 80,96 anos, o que correspondeu a uma redução de 0,01 anos (0,12 meses) relativamente ao triénio anterior (80,97 anos), em resultado, ainda, do aumento do número de óbitos no contexto da pandemia da doença covid-19", revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) na publicação "Tábuas de Mortalidade NUTS II - Esperanças de Vida NUTS III 2020-2022".

À nascença, os homens podiam esperar viver 78,05 anos e as mulheres 83,52 anos, o que representou, relativamente aos valores estimados para 2019-2021, um aumento de 0,01 anos e uma diminuição de 0,01 anos, respetivamente.

Segundo o INE, a esperança de vida aos 65 anos foi estimada, neste período, em 19,61 anos, menos 0,01 anos (0,12 meses) relativamente ao triénio anterior.

Os homens de 65 anos poderão esperar viver, em média, mais 17,76 anos e as mulheres mais 20,98 anos, uma redução de 0,01 anos (0,12 meses) para homens, não se alterando no caso das mulheres, relativamente ao triénio anterior, refere o INE, sublinhando que "a diferença entre a longevidade aos 65 anos de homens e mulheres em 2020-2022 foi 3,22 anos".

No triénio 2020-2022, na região Norte registaram-se os valores mais elevados da esperança de vida à nascença para o total da população (81,53 anos), para os homens (78,74 anos) e para as mulheres (84,02 anos).

Em contrapartida, as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores foram aquelas onde se observaram valores mais baixos, tanto para o total da população (respetivamente, 78,77 e 78,04 anos), como para homens e mulheres.

De acordo com os dados, as maiores diferenças de longevidade entre homens e mulheres no período 2020-2022 registaram-se nos Açores e na Madeira, onde as mulheres podem esperar viver, em média, respetivamente, mais 6,94 e 6,58 anos do que os homens.

Nas regiões Norte e Centro observaram-se as menores diferenças de longevidade entre sexos (5,28 e 5,42 anos, respetivamente).

As estimativas relativas à esperança de vida à nascença mostram que em oito das 25 regiões NUTS III (Cávado, Região de Leiria, Região de Coimbra, Região de Aveiro, Área Metropolitana do Porto, Viseu Dão Lafões e Alto Minho) foi superado o valor nacional (80,96 anos), registando todas valores da esperança de vida à nascença acima de 81 anos.

A esperança de vida mais elevada registou-se na Região NUTS III Cávado, a única região em que excedeu 82 anos (82,26 anos). Em contrapartida, as menores esperanças de vida à nascença verificaram-se nos Açores, no Baixo Alentejo e na Madeira, onde a expectativa de vida não atingiu 79 anos.

No período analisado, a esperança de vida aos 65 anos superou o valor nacional (19,61 anos) em 14 regiões NUTS III. As regiões Cávado e Viseu Dão Lafões registaram os valores mais elevados da esperança de vida aos 65 anos, respetivamente, 20,64 e 20,14 anos.

Os dados indicam que os valores mais reduzidos, abaixo de 18 anos, verificaram-se nas Regiões Autónomas dos Açores (17,65 anos) e da Madeira (17,95 anos).

Rendas exorbitantes empurram inquilinos para viver em tendas nos arredores de Lisboa

in Euronews Português

Pressão está-se a tornar asfixiante para muitas pessoas que dependem do mercado de arrendamento em Portugal.


A subida a pique das taxas de juro e as rendas exorbitantes estão a deixar famílias inteiras sem teto em Portugal.

Várias pessoas passaram a viver em tendas nos arredores de Lisboa.

Para muitos, a renda já custava mais de 3/4 do salário e era uma dor de cabeça. A somar a isso, estão a multiplicar-se os problemas sociais.


"Tenho dois filhos. Procurámos ajuda, mas quando pedimos ajuda descobriram que morávamos em albergues e disseram-nos que tínhamos três semanas para procurar casa, mas não conseguimos. Com o tempo tiraram-nos os nossos filhos, pelo menos até que a situação da casa se resolva. Só posso vê-los uma vez por semana", contou Daniela, que se viu forçada a viver numa tenda.

Andreia Costa acrescentou: "estava a pagar 400 euros por mês e tinha um salário médio de 800 euros. Metade era para a renda. Depois ainda tinha somar 40 euros para o passe dos transportes, 150 para a comida. Não é possível."

A Segurança Social está a acompanhar os casos, mas a resposta peca por tardia.

Enquanto isso, as rendas continuam a subir e todos os dias há mais pessoas em situações idênticas.

"Problema gravíssimo": cada português desperdiça 184 kg de alimentos por ano

in SIC


O desperdício alimentar é "um problema gravíssimo" e uma das principais lutas mundiais, alertou hoje o diretor do movimento "Unidos contra o Desperdício", lembrando que 25% da água doce é usada para cultivar alimentos que nunca serão consumidos.


O desperdício alimentar é "um problema gravíssimo" e uma das principais lutas mundiais, alertou o diretor do movimento "Unidos contra o Desperdício", lembrando que 25% da água doce é usada para cultivar alimentos que nunca serão consumidos.

Em declarações à agência Lusa, Francisco Mello e Castro, a propósito do Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar, que se assinala na sexta-feira, salientou que não é apenas a água que se gasta mas a energia e todos os requisitos para produzir alimentos, que depois vão para o lixo.

Se o desperdício alimentar fosse um país seria o terceiro maior emissor de gases com efeito de estufa, disse, frisando depois a importância de instituições que procuram aproveitar esses alimentos que teriam como destino o lixo, como os bancos alimentares contra a fome, que recebem toneladas de alimentos que de outra maneira seriam desperdiçados.

Dados de 2019 indicam que nesse ano os 21 Bancos Alimentares evitaram que cerca de 17.218 toneladas de alimentos fossem para o lixo, alimentando-se com elas 320.000 pessoas ao longo de todo o ano.

Os peditórios junto dos supermercados, salientou Francisco Mello e Castro, representam apenas cerca de 15% dos produtos recebidos e distribuídos.


Cada português desperdiça 184 quilos de alimentos por ano


Ainda assim, os números indicam que cada português desperdiça por ano 184 quilos de alimentos, o que dá 1,8 milhões de toneladas, um dos países (o quarto) que mais desperdiça na Europa. O bloco europeu manda para ao lixo em cada ano 88 milhões de toneladas de alimentos.


"Acreditamos que as pessoas ainda não percecionaram o problema", disse nas declarações à Lusa, acrescentando que esse foi um dos motivos para a criação do movimento "Unidos contra o Desperdício", uma organização que junta "várias vozes", mais de 300 instituições com o mesmo objetivo, de lutar contra o desperdício.

E nessa luta o "grande desafio" é o consumidor, responsável por metade do desperdício, nas casas das pessoas, nos cafés e restaurantes. Francisco Mello e Castro deixou conselhos, o de nunca ir às compras com fome e fazer sempre uma lista, o de pedir "a dose certa" no restaurante e não ter vergonha de levar as sobras, "porque vergonha é desperdiçar".


"Muitos pensam que o iogurte que passou o prazo e deitei para o lixo, que a maçã que deixei apodrecer não têm impacto, mas têm!", salientou.

E alertou ainda para a importância da sensibilização, porque se as pessoas não tiverem consciência do problema não passam para a fase seguinte, que é a de mudar comportamentos.

A ONU pretende que se chegue a 2030 tendo-se atingido a meta de reduzir para metade o desperdício alimentar global.

O diretor executivo do movimento reconhece que é uma meta difícil de alcançar, mas considerou que têm de existir metas ambiciosas para que as pessoas não desmobilizem.

Na "corrida", disse, são as empresas que estão a mudar, em todos os setores da cadeia alimentar, e com elas "se a meta não for atingida estará lá perto". Nos consumidores é que será mais difícil de atingir.


Conferência "Unidos damos tampa ao desperdício"



É nomeadamente por eles que na sexta-feira o movimento organiza a conferência "Unidos damos tampa ao desperdício", com a presença de vários setores da cadeia alimentar, quando será apresentada uma campanha de consciencialização para o problema.

O secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, serão alguns dos participantes.

Na página oficial do movimento Unidos contra o Desperdício vários dados atestam a dimensão do "problema gravíssimo".

Um deles indica que bastava um quarto dos alimentos desperdiçados para alimentar os 870 milhões de pessoas que passam fome todos os dias.


Com Lusa.

Brisa fixa meta de ter 33% dos cargos de chefia ocupados por mulheres até 2025

Anabela Campos Jornalista, in Expresso


Meta da Brisa para 2025 é ter 33% dos cargos de gestão ocupados por mulheres, que são hoje mais de um terço dos trabalhadores da concessionária de autoestradas. António Pires de Lima avança que o número de mulheres no quadro de dirigentes da Brisa dobrou de 2021 para 2023, e são atualmente 52


O presidente da Brisa, António Pires de Lima, assegura que a política de igualdade de género é uma questão que Brisa leva a sério, e não um caminho para a fazer brilhar nos índices de sustentabilidade, até por que a empresa já não está cotada em bolsa. "Queremos atingir os 33% de mulheres na gestão. E 33% porquê? Porque cerca de mil pessoas dos três mil trabalhadores que temos na Brisa são mulheres. Portanto, queremos que o número de mulheres em funções de gestão sénior ou de liderança esteja equilibrado com o número de mulheres que temos a trabalhar na Brisa. Creio que vamos atingir esse objetivo até 2025", afirma António Pires de Lima, presidente da Brisa, em entrevista ao Expresso.

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Talibãs consideram direitos das mulheres "pequenas questões" após debate na ONU

in JN

Os talibãs afirmaram, quarta-feira, que os direitos das mulheres do Afeganistão à educação e ao acesso ao trabalho são "duas pequenas questões locais", após o Conselho de Segurança da ONU ter discutido os dois assuntos na terça-feira.


Através da rede social X (antigo Twitter), o principal porta-voz do Governo talibã, Zabiullah Mujahid, afirmou que "as discussões e opiniões na ONU foram desviadas para apenas duas questões pequenas e locais, como a educação das mulheres e o seu trabalho".


O porta-voz talibã criticou, por isso, a intervenção da diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, a pedir a todos os membros do Conselho de Segurança para se consciencializarem para o "apartheid de género no direito internacional" em vigor no Afeganistão, devendo ser essa a resposta da ONU à "opressão em massa" organizada pelo Estado sob controlo dos talibãs.

Apesar das promessas iniciais de mudança face à primeira ocasião em que governaram o Afeganistão, entre 1996 e 2001, os talibãs impuseram restrições severas aos direitos das mulheres afegãs desde que voltaram a controlar o Estado afegão há dois anos.


Essas restrições incluem a proibição total do ensino secundário e universitário feminino às mulheres, após a introdução de alterações nos currículos escolares e nas regras de vestuário, a proibição de trabalho em organizações não governamentais nacionais e estrangeiras e ainda o condicionamento da sua presença em espaços públicos.

O porta-voz talibã vincou ainda que a ONU deveria remover os líderes fundamentalistas da sua lista negra, remover as sanções internacionais e reconhecer o governo interino dos talibãs, que assumiram o poder em agosto de 2021.

Parlamento discute novas restrições ao consumo do tabaco

Por  Lusa, in RR


A nova legislação transpõe uma diretiva europeia que impõe limitações à venda do tabaco aquecido e locais de comercialização.


O parlamento discute, esta quinta-feira, a lei do tabaco, que equipara o consumo tradicional ao aquecido e aperta o cerco à venda automática, com interdição de fumo ao ar livre junto de escolas, faculdades ou hospitais.

Um dos principais diplomas que transitou da primeira sessão legislativa para a atual, a lei, que chegou a gerar controvérsia na bancada do PS e continua a ser alvo de muitas críticas, insere-se numa "uma agenda muito ambiciosa" que irá depois incluir medidas para ajudar quem quer deixar de fumar, afirmou o ministro da Saúde, Manuel Pizarro na segunda-feira.

Durante o período da tarde, em plenário, os deputados vão discutir a lei, que transpõe a legislação europeia e reforça normas tendentes à prevenção e controlo do tabagismo.


A nova lei também prevê a impossibilidade de criação de novos espaços reservados a fumadores nos recintos onde isso ainda é permitido em áreas fechadas.

Para os estabelecimentos que têm os seus espaços adaptados aos procedimentos legislativos em vigor, a eliminação definitiva do fumo em áreas fechadas só entra em vigor a partir de 2030, permitindo-lhes recuperar o investimento realizado.

Antes, a partir de 2025, dar-se-á a extensão da proibição de venda de tabaco em locais onde é proibido fumar e serão redefinidos espaços onde é permitida a instalação de máquinas de venda automática.

Serviço de urgência de Leiria vai ter noites em outubro sem cardiologia e cirurgia

Por Lusa, in Expresso


Os clínicos do hospital de Leiria vão exercer, em outubro, o direito de recusa legal de ultrapassar as 150 horas de trabalho suplementar.

Aurgência do Centro Hospitalar de Leiria vai ter, em outubro, noites sem especialistas de cardiologia e de cirurgia, uma vez que os médicos recusam ultrapassar as 150 horas de trabalho extraordinário, disse à agência Lusa fonte da ​​​​​​​FNAM.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) revelou esta quinta-feira que clínicos do hospital de Leiria, principalmente das especialidades de cirurgia, cardiologia e pediatria, vão exercer, em outubro, o direito de recusa legal de ultrapassar as 150 horas de trabalho suplementar.

Aurgência do Centro Hospitalar de Leiria vai ter, em outubro, noites sem especialistas de cardiologia e de cirurgia, uma vez que os médicos recusam ultrapassar as 150 horas de trabalho extraordinário, disse à agência Lusa fonte da ​​​​​​​FNAM.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) revelou esta quinta-feira que clínicos do hospital de Leiria, principalmente das especialidades de cirurgia, cardiologia e pediatria, vão exercer, em outubro, o direito de recusa legal de ultrapassar as 150 horas de trabalho suplementar.


"No serviço de cirurgia, já recebemos as minutas em abril, mas apenas a partir de outubro os médicos vão exercer completamente esse direito. Entre 90 a 95% dos médicos vão exercer o direito de recusa legal das 150 horas de trabalho suplementar. Na pediatria, todos os colegas estão a exercer esse direito e vai haver oito noites sem cardiologia na urgência", adiantou à Lusa a representante da FNAM e cirurgiã no Hospital de Santo André, em Leiria, Sandra Hilário.

Segundo a médica, também na especialidade de medicina interna "há vários colegas que já entregaram as minutas".

Sandra Hilário avisou que se esperam "constrangimentos de cirurgia, sobretudo às sextas, sábados e domingos, provavelmente sem escala de cirurgião para a urgência externa".


"Na cardiologia é preocupante, porque existem vias verdes, nomeadamente a via verde coronária", alertou, ao constatar que na pediatria tem sido possível realizar escalas, mas sem cumprir "aquilo que a Ordem dos Médicos emanou como recomendação mínima de especialistas na urgência", reforçou.


A dirigente sindical revelou que os constrangimentos se estendem à urgência de obstetrícia, "que já fechou alguns dias este mês por não terem vagas de internamento, mas também por falta de pessoal".

A caravana da FNAM pelo país chegou hoje a Leiria, onde estão previstos esclarecimentos sobre o direito de recusa de ultrapassar o limite legal das 150 horas de trabalho suplementar e sobre a dedicação plena.


"Como médicos, temos todo o direito de exercer a nossa profissão de uma forma cabal, atender os utentes, observá-los e tratá-los sem estarmos exaustos ou até em 'burnout'", como já sucede com muitos médicos", afirmou Sandra Hilário.

"Eles [Governo] dizem, como 'marketing', que os médicos vão ser aumentados, mas deviam explicar o que vem associado a esse suposto aumento. Os médicos farão na mesma as 40 horas por semana, sendo que parte desse horário, no caso dos colegas que já não fazem serviço de urgência, tem de ser feito depois das 17:00 e têm de dar, pelo menos, um sábado por mês como horário normal do seu tempo", explicou.

Já os médicos que fazem urgência "serão obrigados a um limite máximo de horas extraordinárias de 250 horas, o que não é de todo correto nem legal".

"O direito ao descanso compensatório por trabalho noturno, com prejuízo de horário", que está consagrado, deixa de existir.

"Significa dizer que um médico que trabalha à noite tem direito a ir descansar, porque no dia seguinte não está bem para continuar a observar e a tratar doentes de uma forma digna e correta e com menos probabilidade de erro", afirmou.

Na dedicação plena, explicou Sandra Hilário, "o médico tem de compensar o horário do descanso", ou seja, "vai ter de trabalhar ao fim de semana para compensar o trabalho noturno".

Este novo modelo, segundo a dirigente da FNAM, "obriga a que os médicos trabalhem uma média de 48 horas por semana".

A caravana irá concentrar-se à porta do hospital de Leiria pelas 13:00 e os médicos desafiam a população a juntar-se para "salvar o SNS".

"É um apelo que a FNAM faz à comunidade, para se aliar aos médicos e chamar a atenção de que o SNS está doente e precisa muito de ajuda".

Sandra Hilário sublinhou ainda que a "população é o maior foco da FNAM e dos médicos".

"Queremos sentir-nos descansados e capazes de observar e tratar bem os nossos doentes. Portanto, não podemos estar de todo exaustos", reforçou.

27.9.23

Um terço das crianças sem acesso gratuito a fruta ou hortícolas na escola

Por Lusa, in DN


Há zonas do país onde a falta de acesso gratuito a estes alimentos é mais premente, sobretudo Portalegre, distrito onde fruta e hortícolas foram distribuídas gratuitamente a apenas 13,3% das turmas.


Cerca de um terço dos alunos do pré-escolar e 1.º ciclo não teve acesso gratuito a fruta ou hortícolas na escola durante o ano letivo passado, segundo um estudo sobre os hábitos alimentares das crianças.


A conclusão resulta de um estudo realizado pelo Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em parceria com a Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI).


Dos 21.773 alunos inquiridos, de entre 2 e 13 anos e de 586 escolas que aderiram à iniciativa de edução alimentar "Heróis da Fruta", cerca de 35% não tiveram acesso a frutas ou hortícolas distribuídas gratuitamente na escola.

Há zonas do país onde a falta de acesso gratuito a estes alimentos é mais premente, sobretudo Portalegre, distrito onde fruta e hortícolas foram distribuídas gratuitamente a apenas 13,3% das turmas.


Por outro lado, em zonas como a Madeira, Braga e Viseu, a esmagadora maioria dos alunos (mais de 80%) teve acesso de forma gratuita.

Ainda assim, Raquel Martins, nutricionista e investigadora do ISAMB, refere que o acesso gratuito, apesar de promover o consumo de fruta e hortícolas, não é determinante para o seu aumento.


Exemplo disso são as escolas do distrito de Beja, onde as crianças aumentaram significativamente o consumo diário de frutas ou hortícolas ao longo do ano letivo, apesar de ser também uma das regiões com menor acesso gratuito.

"Além da oferta alimentar, são necessárias ações específicas que promovam o consumo de frutas e hortícolas nas escolas", defende a investigadora, citada em comunicado.


É esse o objetivo da iniciativa "Heróis da Fruta", em que participaram mais de 81 mil alunos no ano letivo 2022/2023, com um impacto na melhoria dos hábitos alimentares das crianças.

De acordo com os resultados, a percentagem de alunos que levava diariamente lanches pouco saudáveis para a escola diminuiu 54,8% entre o início e o final do ano letivo. Por outro lado, a percentagem de crianças que consumiu, pelo menos, uma porção de frutas ou hortícolas diariamente na escola passou de 73,7% para 88,2%, a nível nacional, em apenas cinco semanas.

"Durante esta edição do desafio escolar 'Heróis da Fruta', quase metade das crianças (48,5%) consumiram pela primeira vez uma fruta ou legume que nunca tinham experimentado antes", refere ainda o relatório.

Em algumas escolas, o cenário no início e no final do ano letivo foi muito diferente. Nos Açores, a percentagem de crianças que relataram não comer frutas ou hortícolas diariamente na escola passou de 40,8% para 6,6%. Também em Évora e Vila Real houve uma redução de 20 pontos percentuais, enquanto em Beja a diferença foi de 10 pontos.

Entre as 698 turmas que tiveram acesso a frutas ou hortícolas distribuídas gratuitamente na escola, a maioria recorreu ao Regime Europeu de Fruta Escolar.

Houve ainda escolas a recorrer a verbas próprias ou da associação de pais, outras que beneficiaram do banco alimentar local ou do apoio direto por parte das autarquias.

Segundo o presidente da APCOI, a iniciativa "Heróis da Fruta" contribuiu para melhorar os hábitos alimentares de mais de 660 mil crianças, desde 2011.

"Na última edição, o projeto 'Heróis da Fruta' registou um recorde de participação com mais de 80 mil alunos e chegou a 70% dos municípios portugueses. Este ano letivo queremos levar a iniciativa ainda mais longe", defendeu Mário Silva.

A luta contra a inacção climática: palavras ou ovos?

Andreia Sanches, opinião, in Público


Processos como o que hoje se discute no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos são uma vitória da cidadania activa ao seu melhor nível.

Seis jovens portugueses, que têm entre 11 e 24 anos, acusam 32 Estados de não estarem a agir para travar as alterações climáticas. Hoje, são ouvidos pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH). É um dia importante. Por várias razões.


O processo dos três irmãos Cláudia, Martim e Mariana Agostinho, bem como de outro par de irmãos, Sofia e André Oliveira, e ainda de Catarina Mota foi o primeiro “processo climático” do TEDH, que nunca antes tinha analisado alegadas violações de direitos humanos causadas por emissões de gases com efeito de estufa. Deu entrada em Setembro de 2020.


Não sabemos se os juízes concordarão que a Carta Europeia dos Direitos Humanos está a ser violada, como alegam estes jovens e outros, de outros países, responsáveis por outros processos semelhantes que, entretanto, foram chegando ao TEDH.


Mas processos como estes são já uma vitória da cidadania activa ao seu melhor nível. Mostram que os jovens, mesmo muito jovens, podem, devem, têm de exigir medidas que lhes permitam aspirar a ter um futuro respirável.

E que podem fazê-lo assim, com argumentos e debate e obrigando quem os governa a expor as contradições entre discurso e prática — contradições que explicam, em parte, porque vemos as alterações climáticas a mudarem dramaticamente a nossa vida, sem freio. Só alguns exemplos: a Grécia, que teve este Verão um inferno de chamas, alega, na sua resposta ao processo, que “os efeitos das alterações climáticas não parecem afectar directamente a vida e saúde” humanas. E o Reino Unido questiona que haja um “consenso” sobre limitar o aquecimento global a 1,5ºC, apesar do Acordo de Paris.

Este processo mostra também que numa democracia a palavra é uma arma poderosa. Este grupo de jovens, apoiado por uma associação sem fins lucrativos, não se tem poupado: tem dado entrevistas a media de todo o mundo (e, em 2022, Catarina foi directora por um dia no 32.º aniversário do PÚBLICO), expondo os seus argumentos. Nas suas escolas, nas suas comunidades, têm explicado isto: traçaram-se metas climáticas porque estamos, todos, em risco. Não estamos a cumpri-las. Têm passado a palavra.

Por fim, este processo mostra que precisamos de que muitas mais pessoas percebam que, de facto, no ponto em que estamos, “não há nada mais importante para a humanidade do que pôr fim à indústria dos combustíveis fósseis”, como aqui dizia há dias o cientista da NASA Peter Kalmus.


Mas, para fazer engrossar a fileira dos que estão dispostos, como estes jovens, a exigir acção e a penalizar quem se nega a agir, a palavra, o debate democrático, a informação são muito mais eficazes do que a violência do acto de atirar ovos com tinta verde a um ministro. Também por isso este processo é importante.

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Quando as ovelhas substituem herbicidas e tratores e ajudam a vender vinho

Margarida Cardoso Jornalista, in Expresso


O Alentejo criou há três anos um selo de produção sustentável. E 28% do vinho produzido na região já tem esta certificação. As ovelhas dão uma ajuda, mas há outros fatores a contribuir para a sustentabilidade da produção de vinho

As ovelhas andam por ali durante meio ano, desde o cair das folhas das videiras, depois das vindimas, até março, quando as folhas novas, tenrinhas, começam a nascer e se tornam uma tentação maior do que a erva. Têm um papel a cumprir na sustentabilidade da vinha: “Temos as nossas ovelhas, mas também vêm da vizinhança. Chegamos a ter duas mil cabeças a pastar aqui, em 133 hectares de vinha. Comem as ervas, estrumam a terra, evitam herbicidas e poupam-nos três passagens de cinco ou seis tratores para limpar o solo”, explica Luís Duarte, enólogo chefe e diretor-geral da Herdade dos Grous, o primeiro produtor de vinho a receber o selo de produção sustentável no Alentejo.

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Um terço dos jovens não tem habitação estável

Alexandra Inácio, in JN

Mais de metade dos que vivem em situação precária não conseguem arrendar casa ou ter acesso a crédito. 49% culpam mais os baixos salários do que a inflação ou a falta de ofertapela crise na habitação.


Mais de um terço dos jovens (36%) e um terço dos adultos (33%), entre os 35 e 49 anos, não têm habitação estável. A maioria porque não consegue aceder ao crédito ou pagar os valores de renda pedidos no mercado. Na sondagem feita pela Aximage para o JN, DN e TSF, quase metade dos portugueses culpa os baixos salários e não a inflação ou a especulação imobiliária pela crise na habitação.


Do quarto da população que não tem uma situação de habitação estável, 36% respondem que não conseguem arrendar por causa dos preços, 16% não têm acesso a crédito, 15% pagam a renda com dificuldade, 13% já recorreram a pais e amigos para pagar as prestações ao banco, 7% já admitiram entregar a casa e outros 7% já tiveram de partilhar o alojamento com familiares ou terceiros. Neste grupo com situação habitacional precária, 41% dizem que procuram casa há mais de um ano.


Para 90% dos portugueses a crise na habitação é grave ou “muito grave” (57%), especialmente para os mais jovens dos 18 aos 34 anos (60%) e adultos entre os 35 e 49 anos (62%).


Em risco de ir para a rua

Quase metade (49%) aponta os baixos salários como fator a contribuir para a crise. Mais do que o preço das rendas (36%), a inflação (31%) ou a pouca oferta no mercado (11%).

Em julho, de acordo com um estudo da agência Century 21 Portugal, a renda média em Lisboa superou os 1400 euros e quase atingiu o salário médio bruto pago em Portugal, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, no segundo trimestre do ano: 1539 euros.


O valor médio do metro quadrado para compra de casa só é inferior ao de Paris, de acordo com a plataforma de dados europeus imobiliários Casafari. E a bitola da capital serve para subir os preços no resto do país.

É uma bomba-relógio. Para dia 30 está agendada nova marcha pela habitação em diversas cidades no país como Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Aveiro e Faro.


Ontem, a Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal pediu medidas urgentes ao Governo para ajudar as famílias que “estão em risco de acabar na rua por não poderem pagar a casa”.

Já a Associação dos Inquilinos Lisbonenses alerta para uma situação “insustentável”. “O mercado da habitação está já com preços totalmente incomportáveis para a generalidade das famílias”, frisou António Machado, assegurando que para muitos agregados a taxa de esforço já é superior a 50%. A ministra da Habitação reuniu esta semana com representantes dos inquilinos e proprietários, prometendo avaliar as propostas apresentadas pelas várias entidades sobre a atualização das rendas para 2024 e tomar uma “decisão equilibrada”.


A maioria PS voltou anteontem a aprovar, no Parlamento, sem alterações, o pacote Mais Habitação, depois do veto do presidente da República em agosto. A Oposição entregou mais de 320 propostas de alteração, todas chumbadas.

As críticas ao programa não se cingem aos partidos, inquilinos, proprietários. Também os autarcas contestam algumas medidas.


Entre as medidas mais contestadas destaca-se a suspensão do registo de novos alojamentos locais fora dos territórios de baixa densidade ou o arrendamento coercivo pelos municípios de imóveis devolutos há mais de dois anos.


O presidente dos autarcas do PSD, Hélder Sousa Silva, defende que o pacote “é uma mão cheia de nada” que não irá resolver a falta de casas no país.


MEDIDAS

Rendas em 2024

A ministra da Habitação, Marina Gonçalves, ainda não revelou qual o valor da atualização das rendas em 2024.

Bonificação juros
O Governo aprovou o mecanismo para a famílias pedirem aos bancos uma prestação fixa, durante dois anos, por um valor mais baixo. O montante em dívida não é amortizado, sendo os acertos pagos daqui a quatro anos.

Novo recorde: casas avaliadas em 1538 euros por metro quadrado

in JN


Em agosto, as casas foram avaliadas pelos bancos em 1538 euros, por metro quadrado (valor mediano), segundo o INE. É um novo recorde e uma subida de 8,8% face ao mesmo mês do ano passado.


O valor mediano de avaliação bancária na habitação aumentou para um valor de 1538 euros por metro quadrado em agosto, 13 euros acima de julho e mais 8,8% em termos homólogos. É o registo mais elevado desde janeiro de 2011, quando começa a série do Instituto Nacional de Estatística (INE).


De acordo com o INE, o número de avaliações bancárias foi cerca de 24.600, o que representa uma descida de 1,1% face ao período anterior e uma redução de 6,3% em termos homólogos.

Todas as regiões do país apresentaram aumentos face ao mês anterior exceto o Algarve, registando-se o aumento mais expressivo na Região Autónoma dos Açores (5,6%). Em comparação com agosto do ano passado, o valor mediano das avaliações cresceu 8,8%, observando-se a variação mais intensa na região da Madeira (23,1%) e a menor no Norte (7,9%).


No mês em análise, o valor mediano de avaliação bancária de apartamentos foi 1707 euros por metro quadrado (m2), um aumento de 8,2% face a agosto de 2022.

Os valores mais elevados foram observados no Algarve (2159 euros/m2) e na Área Metropolitana de Lisboa (2054 euros/m2), tendo o Alentejo registado o valor mais baixo (1123 euros/m2), enquanto a região da Madeira apresentou o crescimento homólogo mais expressivo (28,2%) e o Norte o menor (8,3%). Comparativamente com o mês anterior, o valor de avaliação subiu 0,5%, registando a Região Autónoma da Madeira a maior subida (1,8%) e o Algarve a única descida (-1,3%).


O valor mediano da avaliação para apartamentos de tipologia T2 (dois quartos) subiu oito euros, para 1731 euros/m2, tendo os T3 subido 20 euros, para 1518 euros/m2. Já o valor mediano da avaliação bancária das moradias foi de 1197 euros/m2 em agosto de 2023, o que representa um acréscimo de 6,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior.


Os valores mais elevados observaram-se no Algarve (2178 euros/m2) e na Área Metropolitana de Lisboa (2059 euros/m2), tendo o Centro e o Alentejo registado os valores mais baixos (980 euros/m2 e 1039 euros/m2, respetivamente). O Alentejo apresentou o maior crescimento homólogo (15,7%), não se tendo registado reduções em nenhuma região. Comparativamente com o mês anterior, o valor de avaliação subiu 1,1%, com a Região Autónoma dos Açores a apresentar o crescimento mais elevado (2,9%), ocorrendo uma única descida na Região Autónoma da Madeira (-3,1%).


O valor mediano das moradias T2 desceu 22 euros para 1137 euros/m2, enquanto as tipologias T3 e T4 subiram seis euros e 23 euros.


Sistema de Segurança Interna terá papel "mais ativo" na gestão das fronteiras pós-SEF

Por Lusa, in DN


Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros (UCFE) vai funcionar sob a alçada do secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), Paulo Vizeu Pinheiro.

OSistema de Segurança Interna vai ter um papel "mais ativo" na gestão das fronteiras com a Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros, que será um "centro nevrálgico" com a extinção do SEF, disse esta quarta-feira o secretário-geral, confirmando o que o Diário de Notícias escreveu em maio passado.
No âmbito do processo de extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, marcado oficialmente para 29 de outubro e cujas competências vão ser transferidas para sete organismos, passa a existir uma nova configuração do sistema português de controlo de fronteiras ao ser criada a Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros (UCFE), que vai funcionar sob a alçada do secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), Paulo Vizeu Pinheiro.

Esta nova unidade, já apelidada de "mini-SEF" com "superpoderes", vai ser dirigida por um coordenador-geral, cujo nome ainda não é conhecido, e será constituída por elementos do SEF, PSP e GNR.

"O sistema de segurança interna terá também uma configuração nova, agora com um papel mais ativo nas fronteiras por força da criação da Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiro, que vem assim responder às necessidades resultantes do processo de reestruturação do sistema português de controlo de fronteiras e à formulação do regime de forças e serviços que exercem a atividade de segurança interna", disse Paulo Vizeu Pinheiro.

O secretário-geral do SSI falava na abertura do ciclo de conferências sobre a transição de competências e atribuições do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, uma iniciativa que este serviço de segurança organiza hoje e na quinta-feira junto da PSP e nos dias 09 e 10 de outubro na GNR.

Precisou que esta unidade será responsável pela "coordenação da atuação das forças e serviços de segurança entre si e entre estes e o Instituto de Registos e Notariado e a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), assegurando a respetiva cooperação e articulação em matéria de circulação de pessoas e de controlo de pessoas nas fronteiras".

Paulo Vizeu Pinheiro avançou que a UCFE vai assumir igualmente a gestão da base de dados policiais e de cooperação internacional, sendo a maior parte do SEF.

"Neste âmbito, parece existir um claro benefício na centralização da gestão dos sistemas de informação sob a alçada do SEF, a cuja informação de natureza policial as entidades competentes poderão aceder, representando uma mais-valia em termos de coordenação da cooperação e o eventual cruzamento de informação de caráter transnacional, que já se encontra sob a égide do SSI e através do ponto único de contacto para a cooperação policial Internacional", disse.


Para o embaixador, trata-se de "mais cooperação, mais integração, mais cruzamento de dados", sendo isso que o sistema de segurança interna permite ao "reforçar e tornar mais robusto o sistema de articulação entre todos".

O secretário-geral do SSI sublinhou que vai haver "uma rede mais apertada, mais segura de trabalho conjunto e de sinergias entre todos".

"A UCFE vai ser um centro nevrálgico para o funcionamento da PSP nas fronteiras aéreas, para o funcionamento da GNR nas fronteiras marítimas e terrestres, mas para o bom funcionamento de todo o sistema, que envolve outras entidades, a Autoridade Tributária, a AIMA, a Polícia Marítima e outras entidades", disse.

Paulo Vizeu Pinheiro indicou também que, neste momento, já estão alguns elementos do SEF a exercer funções nas instalações do SSI, o que tem permitido "identificar necessidades para concretizar e consolidar no tempo a UCFE" e garantir que a 29 de outubro não há "interrupções na prestação do serviço público".

No âmbito deste processo de extinção, as competências policiais do SEF passam para a PSP, GNR e PJ, enquanto as funções em matéria administrativa relacionadas com os cidadãos estrangeiros vão para a nova AIMA e Instituto de Registo e Notariado (IRN), além de alguns inspetores serem também transferidos para a Autoridade Tributária, bem como a nova UCEF.

Em relação às fronteiras aéreas, terrestres e marítimas, cujas competências vão passar para a PSP e GNR, existe "um regime de afetação funcional transitória", que permite aos inspetores do SEF exercerem funções, até dois anos, nestas duas forças policiais.

Agentes turísticos destacam papel do setor na economia em mais "um ano feliz"

Agência Lusa, in Expresso

Celebra-se esta quarta-feira o Dia Mundial do Turismo. O ano de 2023 deverá ser de novo recorde em Portugal, antecipando-se que o setor gere riqueza como nunca antes. Em 2033, esta área de atividade deverá significar mais de um quinto de toda a economia


O presidente da associação das agências de viagens e o da hotelaria de Portugal enaltecem, no Dia Mundial do Turismo, o contributo do setor para o crescimento económico, num ano que em termos de balanço "está a ser feliz".

"O Turismo volta (este ano) a impulsionar o crescimento do país e a ajudar um mundo antigo, caraterizado pelo medo das diferenças, a modernizar-se e aproximando as pessoas. Está a ser um ano feliz", afirmou o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, à Lusa, por ocasião do Dia Mundial do Turismo que se celebra esta quarta-feira, 27 de setembro.

Uma celebração que para o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) se faz com todos aqueles que trabalham neste setor em crescendo.

"Celebrar o Dia Mundial do Turismo é celebrar com mais de cinco centenas de milhares de portugueses que decidiram fazer carreira nesta atividade. Celebrar este dia é celebrar uma atividade que é absolutamente instrumental na recuperação do nosso país, que lidera essa recuperação", disse Bernardo Trindade à Lusa.

TURISMO VAI REPRESENTAR UM QUINTO DA ECONOMIA

O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) estima que o setor das viagens e turismo em Portugal vá contribuir com 40.400 milhões de euros para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, superando o recorde de 40.100 milhões de 2019.

Segundo o Relatório de Impacto Económico (EIR, do inglês Economic Impact Research) do WTTC, divulgado em 18 de julho, o setor deverá criar cerca de 30.000 postos de trabalho este ano, atingindo os 950.000 trabalhadores e ficando apenas 68.000 empregos abaixo do nível de pouco mais de um milhão de 2019.

A entidade global do turismo prevê que o setor aumente a contribuição para o PIB para 56.400 milhões de euros até 2033, representando mais de um quinto (21,1%) da economia portuguesa.

Na próxima década, as viagens e o turismo poderão empregar mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o país, com uma em cada quatro pessoas a trabalharem no setor, preveem.

No ano passado, a contribuição das viagens e turismo para o PIB cresceu 61,6%, atingindo quase 38.000 de euros, representando 15,8% da economia portuguesa tendo o setor criado mais 83.000 empregos em relação ao ano anterior, atingindo os 921.000 postos de trabalho.

Assim, de acordo com o último relatório do WTTC, o setor já recuperou mais de 90% do nível pré-pandémico de empregos.

BENEFÍCIOS DO TURISMO TÊM DE SER PARA TODOS

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou em 14 de setembro que a atividade turística rendeu proveitos de 3200 milhões de euros entre janeiro e julho, mais 26,1% do que no mesmo período de 2022, tendo registado 42,8 milhões de dormidas, mais 14,8%.

No entanto, para Bernardo Trindade celebrar esta atividade hoje "também é reconhecer as externalidades negativas" do setor.

"Nunca o escondemos, é uma realidade, mas cumpre às entidades, cumpre às associações regularem e regulamentarem esta atividade em prol dos cidadãos e em prol de Portugal", afirmou.

Em 21 de setembro, em Macau, o secretário de Estado de Turismo, Comércio e Serviços de Portugal, disse que a aposta no turismo sustentável significa também que "o benefício" do setor "tem de ser para todos".

No futuro "só os destinos turísticos que apostem na sustentabilidade serão competitivos", disse Nuno Fazenda, no primeiro dia do Fórum Global de Economia e Turismo (GTEF, na sigla em inglês).

Mas, para "afirmar Portugal como um destino turístico sustentável", "temos que ver o turismo para além do turismo. É muito mais do que hotéis, agências de viagens e animação turística", acrescentou o governante, lembrando ainda que esta indústria tem um efeito transversal em áreas como "transportes, construção sustentável, agroalimentar, proteção da costa, das florestas, da biodiversidade".

Em 19 de setembro, a Organização Mundial do Turismo (OMT) disse que o turismo internacional continua a recuperar da crise pandémica, com o número de chegadas a alcançar até julho 84% do nível anterior à covid-19.

Desde o início do ano, 700 milhões de turistas fizeram viagens internacionais, 43% mais do que no mesmo período de 2022 e julho foi o mês de maior atividade, com 145 milhões de viajantes internacionais registados, cerca de 20% do total.

As perspetivas até ao fim do ano apontam para uma recuperação contínua, mas a um ritmo mais moderado, depois da época alta de viagens.

Jovens de 18 anos estão a beber mais álcool. Pela primeira vez, o consumo entre raparigas superou o dos rapazes

Cristiana Faria Moreira, in Público

Consumo de álcool e de drogas tem aumentado entre os jovens de 18 anos. Tende a ser superior nos rapazes, quando se tratam de substâncias ilícitas e de padrões de consumo mais frequentes e intensos.

Nove em cada dez jovens de 18 anos diz ter consumido álcool, cinco em dez fumaram tabaco e três em dez consumiram uma substância ilícita nos 12 meses anteriores à realização de um inquérito sobre comportamentos adictivos, realizado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Adictivos e nas Dependências (SICAD). Pela primeira vez, foram as raparigas que mais consumiram bebidas alcoólicas nesses 12 meses.

Entre estes jovens, mais de metade (54%) admitiu já ter bebido álcool de "forma binge", ou seja, "intensiva", tomando cinco ou seis bebidas alcoólicas na mesma ocasião. Entre os jovens inquiridos, 36% diz ter-se embriagado severamente pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores ao inquérito​, detalha o relatório “Comportamentos Adictivos aos 18 anos: consumo de substâncias psicoactivas”, que resulta de um inquérito feito a 135.273 jovens que participaram no Dia da Defesa Nacional em 2022.

O documento, publicado esta terça-feira, dá nota de que a prevalência de consumo de bebidas alcoólicas nos 12 meses anteriores ao inquérito é, pela primeira vez, ligeiramente superior no sexo feminino (86% entre as raparigas, 84% entre os rapazes), sendo o consumo de tabaco superior nos rapazes. Quanto à toma de tranquilizantes/sedativos sem receita médica, esta é superior nas raparigas.


“Entre 2015 e 2022 as prevalências de consumos intensivos de bebidas alcoólicas por ocasião" nos 12 meses anteriores ao inquérito aumentaram, "principalmente o consumo binge, a sua frequência, a embriaguez ligeira (nas raparigas) e a sua frequência e a embriaguez severa, sendo este aumento particularmente expressivo no grupo das raparigas”, refere o relatório. No entanto, estes consumos, “ainda que intensos por ocasião”, “tendem a ser pouco frequentes” (em uma a cinco ocasiões em 12 meses).


De acordo com as conclusões deste estudo, "os consumos tendem a ser superiores nos rapazes em comparação com as raparigas, principalmente se se trata de substâncias ilícitas e de padrões de consumo de maior frequência ou intensidade", realça o relatório.


"O que é mais comum é uma frequência esporádica, contudo, há uma percentagem de jovens que temos de considerar que consomem com mais frequência. Há determinados padrões de consumo mais problemáticos, que anteriormente eram mais típicos nos países do Norte da Europa, têm-se vindo a consolidar, comparando 2015 com 2022", nota ao PÚBLICO a psicóloga Ludmila Carapinha, uma das autoras deste estudo.

É o que a também investigadora do SICAD chama "consumo intensivo de bebidas alcoólicas", passível de provocar uma embriaguez severa e acarretar comportamentos de risco para os jovens (dificuldade em discernir, situações de violência). "Verificámos que três em cada dez jovens já o fizeram pelo menos uma vez. Se o fazem todas as semanas? Não. Também tende a ser com pouca frequência", observa.


Sobre a prevalência no consumo por parte das raparigas, a investigadora enquadra que se tem vindo a verificar "uma diminuição da diferença que existia entre homens e mulheres", tanto nos jovens como na população em geral, no consumo de bebidas alcoólicas. "Existem algumas hipóteses que têm sido colocadas através de outros estudos de que o consumo de bebidas alcoólicas [por mulheres] tem que ver com a afirmação de uma certa assertividade e até contestação do que é aceitável para o rapaz versus o que é aceitável para as raparigas", explica.

Menos cannabis e tabaco, mas mais drogas

O inquérito é realizado desde 2015 (com excepção de 2020 devido à pandemia) e abrange a quase totalidade dos jovens com 18 anos, realça a psicóloga. Por isso, permite obter informação "bastante robusta".

Olhando para os dados recolhidos entre 2015 e 2022, a conclusão é que “os consumos têm, predominantemente, aumentado (por exemplo, o consumo de cocaína e a embriaguez), embora alguns tenham diminuído, como por exemplo o consumo de tabaco”. Ainda assim, 52% dos jovens inquiridos diz já ter fumado pelo menos uma vez na vida — e 44% nos últimos 12 meses anteriores à realização do questionário.

No que respeita às substâncias ilícitas, os dados revelam também um aumento no seu consumo ao longo dos últimos anos: 34% dos jovens diz tê-las ingerido pelo menos uma vez na vida e 27% nos 12 meses anteriores e 16% nos 30 dias anteriores ao inquérito.


O consumo de anfetaminas/metanfetaminas (incluindo o ecstasy) também aumentou: 5% dos jovens admitem ter consumido estas substâncias nos 12 meses anteriores e 3% admite ter consumido cocaína.


A cannabis continua a ser o “produto ilícito consumido por mais jovens”: 23% admite ter ingerido nos 12 meses anteriores e 14% nos 30 dias anteriores ao inquérito. No entanto, em 2022, houve uma ligeira diminuição no seu consumo, nota Ludmila Carapinha.

Por outro lado, há mais consumos de substâncias ilícitas, como a cocaína ou as anfetaminas. "Estamos a falar de evoluções muito ligeiras — e não são contínuas ao longo de todos os anos —, mas há de facto uma tendência predominante de maior contacto com outras substâncias ilícitas que não a cannabis", nota.

“Comparando os jovens que declaram consumos de cada substância em 2022 com os de 2015, constata-se que em 2022 a prevalência de consumo em 40 ou mais ocasiões nos 12 meses anteriores [à realização do inquérito] tende a assumir valores muito superiores para a grande maioria dos consumos (bebidas alcoólicas, anfetaminas/metanfetaminas, cocaína, canabinóides sintéticos, catinonas sintéticas [vulgarmente conhecidas por “sais de banho”], alucinogénios, opiáceos), principalmente devido ao forte incremento deste padrão de consumo entre 2021 e 2022”, sublinha o relatório.


Entre as consequências que os próprios jovens assumem ter sentido relacionados com consumos de álcool e de outras substâncias estão situações de mal-estar emocional, relações sexuais desprotegidas, problemas de rendimento na escola/trabalho e ainda problemas de comportamento em casa.

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