IF, in Jornal de Notícias
A discriminação laboral assente na idade, na orientação sexual, na incapacidade física ou na prevalência do VIH/sida são as mais recentes formas de rejeição de trabalhadores no Mundo, alertou ontem, em Genebra, Suíça, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), na apresentação do relatório sobre "Igualdade no Trabalho, enfrentar novos desafios".
O documento, o mais vasto e detalhado que a OIT redigiu sobre o tema, destaca, ao longo de 160 páginas, os progressos alcançados na luta contra a discriminação laboral, mas também enumera as mais recentes manifestações de diferenciação no mercado de trabalho.
O relatório aponta a União Europeia como exemplo de desigualdades existentes, onde a diferença de integração no mercado de trabalho entre homens e mulheres ronda os 15%. Mas o mais preocupante, realça a OIT, é que em vários dos 27 países da UE, designadamente Espanha, Alemanha e Dinamarca, ao invés de se assistir a uma redução das desigualdades se assistiu, entre 1995 e 2004, a um crescimento. Itália, Grécia, Irlanda ou Bélgica são alguns dos países onde as diferenças reduziram. Portugal é dos únicos a manter, durante o período de tempo estudado, a mesma postura face ao mercado laboral.
O relatório aponta, ainda, diversos exemplos mundiais onde impera a discriminação assente na raça, religião, origem social, casta ou estatuto. E alerta para as consequências futuras dos mais recentes fenómenos de diferenciação laboral observados, como a discriminação contra trabalhadores muito jovens ou muito adultos, ou então por motivos relacionados com as diferentes opções sexuais dos profissionais, VIH/sida, deficiência ou incapacidade física e predisposição genética para padecer de determinadas doenças.