19.7.23

Pobreza: taxa desce em 2021, mas Portugal mantém-se longe da meta para 2030

Raquel Albuquerque (Jornalista), Carlos Esteves (Jornalista infográfico), in Expresso

A taxa de risco de pobreza diminuiu em 2021, mas Portugal continua longe da meta estabelecida para 2030. E apesar de a percentagem de idosos pobres ter vindo a descer, o número de beneficiários do 

Rendimento Social de Inserção acima dos 55 anos está a aumentar há sete anos

Cerca de 1,7 milhões de portugueses viviam com menos de 551 euros por mês em 2021, estando 16,4% da população em risco de pobreza. A percentagem é mais baixa do que no ano anterior (18,4%), recuperando do impacto da pandemia, mas ainda mantém-se muito distante dos 10% a que o país quer chegar em 2030.

Ao longo da última década, Portugal conseguiu ser mais eficaz em reduzir a pobreza entre os mais velhos - 17% eram pobres em 2021 - do que entre os mais novos (18,5%).

Quase um terço dos idosos viviam em situação de pobreza há 20 anos, mas, ainda assim, hoje os 17% correspondem a cerca de 400 mil pessoas com menos de €551 por mês.

Enquanto que o número de beneficiários do Complemento Social de Idosos (CSI) tem vindo vindo a descer 2019, as pessoas com mais de 65 anos a receber o Rendimento Social de Inserção (RSI) está a subir desde 2015. Neste momento, são cerca de 12.800.

Em geral, nas últimas duas décadas, a taxa de risco de pobreza passou de 20,4% para 16,4%. O país recuou de 630 mil trabalhadores a viverem abaixo do limiar de pobreza em 2003 para cerca de 500 mil em 2021.

Se em 20 anos Portugal retirou 440 mil pessoas da pobreza, a meta é agora bem maior e para um período de tempo muito mais curto: tirar 660 mil pessoas até 2030, ou seja, em sete anos. O objetivo da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza é reduzir a taxa para 10%, tendo como referência 2019.