Alexandra Serôdio, in Jornal de Notícias
Para "responder às verdadeiras perguntas da sociedade", a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) vai encomendar à Universidade Católica uma sondagem de opinião aberta a todos os cidadãos, independentemente da religião que professem.
De acordo com o porta-voz da CEP, a sondagem "pretende saber os valores, aspirações, dificuldades e as expectativas da sociedade portuguesa". A Igreja quer "ser realista, sempre mais realista, ver o mundo onde se situa, a sociedade que a envolve, para às suas perguntas responder o melhor que sabe e pode" sustentou o padre Manuel Morujão.
Reconhecendo que a sondagem surge numa ocasião em que se assiste a uma menor prática religiosa, o responsável garante que a Igreja não teme as respostas que possam surgir, uma vez que "não tem medo das mudanças".
"A Igreja deve considerar-se sempre em estado de conversão. Nunca podemos dizer que já fizemos o suficiente" afirmou o porta-voz da CEP aos jornalistas, após a reunião do Conselho Permanente da CEP, que decorreu ontem em Fátima.
A pobreza e o aumento do desemprego foram outros dos temas
abordados pelos bispos, que se mostram preocupados com o recente aumento de pedidos de ajuda à Caritas Portuguesa, que "está já a ter dificuldades em responder a todos", assegurou.
Segundo Manuel Morujão "o poder político tem de velar pelo bem comum", assim como a Igreja. Afinal "todos devem ser responsáveis" e "ninguém pode ficar de braços caídos".
Para o responsável ,"a prioridade é o bem comum", que "tem de ultrapassar sempre o bem deste ou daquele partido, facção ideológica ou pelouro da governação". "Temos de estreitar as mãos. Todos os apelos à concertação e não ao desarranjo social são urgentes e imperativos", disse o porta-voz da CEP.