in RR
Trabalho elaborado pela Amnistia Internacional, em colaboração com o Instituto Superior de Economia e Gestão e com a Rede Europeia Anti-pobreza, indica que o Governo é considerado o culpado pelas situações de pobreza em Portugal.
Um estudo divulgado hoje indica que os portugueses mais pobres não acreditam na possibilidade de inverter a situação. A pobreza está envolta de um "sentimento de fatalidade" entre os mais afectados pelo fenómeno, revela uma das responsáveis pelo trabalho.
“O pior é o sentimento de fatalidade. Não é só pensarem que a situação irá piorar - tem que ver com o facto de afirmarem que tanto os pobres como os seus filhos têm poucas ou nenhumas possibilidades de sair da pobreza”, revela Ana Monteiro, da Amnistia Internacional, que elaborou o estudo em colaboração com o Instituto Superior de Economia e Gestão e com a Rede Europeia Anti-pobreza.
Quanto a medidas que possam alterar o panorama de pobreza, mais de 90% dos inquiridos apontam o combate ao desemprego como uma das forma mais eficazes de contribuir para a resolução do problema. O documento indica ainda que o Governo é apontado como o principal culpado pelas situações de pobreza em Portugal.
Neste inquérito, elaborado em 2009, os jovens à procura do primeiro emprego, os desempregados de longa duração, as pessoas com baixos salários e os trabalhadores precários surgem como os grupos mais vulneráveis à pobreza, substituindo os doentes crónicos e as pessoas com problemas de dependência de álcool e drogas, que predominavam no estudo elaborado há cinco anos.
Outro dado de relevo no estudo prende-se com a percepção da pobreza. Um quarto dos portugueses acha que mais de metade dos seus compatriotas são pobres, quando na verdade a pobreza atinge 20% das pessoas em Portugal.


