Tiago Rodrigues Alves, in Jornal de Notícias
Os destinos mais procurados para a quadra natalícia mantêm-se: Brasil, Cabo Verde, várias capitais e estâncias de neve lá fora e Madeira, Algarve e Serra da Estrela cá dentro. Todavia, a procura diminuiu e fazem-se todos os possíveis para gastar menos dinheiro.
Contenção é a palavra de ordem no que diz respeito às viagens de Natal e de passagem de ano. Segundo as várias agências de viagens e operadores turísticos contactados ontem pelo JN, há globalmente uma menor procura por viagens e quem viaja pretende gastar o menos possível na viagem, no alojamento e nas refeições.
Em tempos frios de Inverno na Europa, o quente Brasil aparece há muitos anos no topo das preferências dos portugueses para a passagem de ano. Recentemente, Cabo Verde também se tornou um destino apetecível e, este ano, até esgotou mais depressa do que no ano passado. Entre outros locais internacionais mais procurados, encontram-se as capitais europeias com Istanbul à cabeça e também as estâncias de ski do país vizinho.
Quando a opção recai no estrangeiro, passam-se habitualmente entre cinco e sete noites num alojamento. Já quando se fica por Portugal, opta-se por estadias entre as duas e três noites. Cá dentro, os destinos mais requisitados continuam a ser a Serra da Estrela, o Algarve e a Madeira.
Algarve espera menos turistas
Na região mais turística de Portugal, os responsáveis hoteleiros dizem que a ocupação relativa até pode aumentar, mas isso apenas sucederá porque mais unidades do que é habitual fecharam as portas para a época baixa.
"Em termos absolutos, a expectativa é a de que esta passagem de ano será pior do que a do ano passado no que diz respeito à ocupação e de que haverá uma maior contenção nos gastos", antecipa Elidérico Viegas, presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, salientando que o segmento mais atingido pela diminuição da procura será o da classe média.
O responsável revela ainda que a passagem de ano será um "teste decisivo" para aferir como decorrerá o ano de 2011, pois as medidas de austeridade decretadas poderão levar a uma quebra na procura interna que foi decisiva para atenuar os efeitos da diminuição da procura externa. Se tal acontecer será "um ano bastante mau para o turismo no Algarve".


