14.12.10

"Redes do Tejo" permitiu reforçar parcerias locais

Gina Pereira, in Jornal de Notícias

Desenvolvido por nove municípios do Médio Tejo e pela União Distrital das IPSS, o projecto de sensibilização para a pobreza "Redes do Tejo" terá chegado a cerca de 80 mil pessoas este ano. O prémio será representar Portugal no encerramento do Ano Europeu.

A notícia de que o "Redes do Tejo" tinha sido escolhido para representar Portugal na conferência de encerramento do Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social, que decorre quinta e sexta-feira em Bruxelas, chegou há cerca de um mês e encheu de orgulho Celeste Simão, vereadora da Acção Social da Câmara de Abrantes e gestora do projecto, que envolveu também os municípios de Constância, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha.


Para esta responsável - que estará em Bruxelas a apresentar o projecto, ao lado de representantes dos outros 28 países da Europa - a envolvência geográfica e o número de concelhos abrangidos por acções concertadas de sensibilização ao longo do último ano terão pesado na escolha. Uma "honra", admite ao JN, visto que sabe que estará a representar os 58 projectos de sensibilização desenvolvidos em Portugal, um dos países que mais se terá empenhado nesta campanha.


Segundo Celeste Simão, o "Redes do Tejo" - financiado em cerca de seis mil euros pelo Fundo Social Europeu - quis tirar partido da plataforma supra-concelhia de redes sociais que já existe na zona do Médio Tejo para fazer um trabalho conjunto de sensibilização das populações. E incluiu uma actividade diferente por mês em cada concelho, com temáticas como a inclusão social, a igualdade de género e o voluntariado. Na óptica da vereadora, a grande "mais-valia" do projecto foi ter permitido "ultrapassar as barreiras político-partidárias", partilhar experiências e reforçar as parcerias locais.

"Este projecto não pode terminar com o fim do Ano Europeu", insiste a responsável, explicando que a avaliação que já foi feita permitiu concluir que "há um trabalho que pode ser feito em conjunto". A autarca reconhece que, além da sensibilização, "é preciso agora passar à prática". E adianta que um dos objectivos é construir um modelo de intervenção integrado, que permita saber, a cada momento, quais os apoios sociais de que beneficia cada família.