3.9.11

Portugal superará crise, mas "milagres não são possíveis", avisa ministro

in Jornal de Notícias

O ministro das Finanças disse, este sábado, não existirem dúvidas de que Portugal irá superar a crise, mas avisou que "milagres não são possíveis" e que o esforço de ajustamento será prolongado e exigirá o sacrifício de todos.

"Os países perduram sempre, não há qualquer espécie de dúvida de que Portugal superará a crise, a questão que depende de nós é como e quão depressa seremos capazes de superar a crise", afirmou o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, durante uma 'aula' na Universidade de Verão do PSD, que decorre em Castelo de Vide até domingo.

Admitindo que "a superação da crise não será rápida", Vítor Gastar reconheceu não existir "qualquer solução milagreira para a crise" e que "milagres não vão ser possíveis".

Pois, acrescentou, "a situação é difícil, a situação é grave e será necessário um esforço de ajustamento sustentado, prolongado".

"Vai ser necessário o sacrifício, o esforço, o trabalho, o empenho de todos", reforçou.

O ministro das Finanças recordou, ainda, que Portugal aceitou "voluntariamente" as condições do programa de ajuda financeira da 'troika' e que apesar severidade de algumas medidas, elas foram subscritas pelos três maiores partidos.

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar recuperou a expressão "Portugal não pode falhar", lembrando os compromissos assumidos com a 'troika' no programa de assistência financeira.

"Esse programa de assistência económica e financeira tem condições muito claras que nós estamos obrigados a cumprir, condições essas que nós aceitámos voluntariamente, as condições do programa de assistência económica e financeira foram subscritas pelos três maiores partidos portugueses, o PSD, o PS e o CDS", lembrou Vítor Gaspar.

Desta forma, sublinhou, de alguma forma essas condições foram "escrutinadas" nas últimas eleições legislativas de Junho.

Vítor Gaspar não negou que algumas dessas condições são "severas", mas insistiu que Portugal tem a obrigação de cumprir os critérios quantificados em relação ao défice e à divida pública.

"O não cumprimento de tais condições poderia pôr em causa o programa e a continuidade do financiamento e consequentemente poderia significar uma quebra abrupta do acesso ao financiamento da economia portuguesa com condições impensáveis para as famílias e para as empresas", sustentou, advogando que, por isso, "é claro que uma tal situação não pode ocorrer".

"É esse o sentido que Portugal não pode falhar, é esse o sentido de Portugal não falhará", reforçou.